Um médico britânico-palestiniano comparou a
devastação em Gaza a um tsunami e afirmou que Israel destruiu os cuidados
médicos que ele chama de “projecto genocida”.
O cirurgião veterano Ghassan Abu Sitta, que
testemunhou as consequências de muitos conflitos violentos em todo o mundo e
foi voluntário em Gaza no ano passado, fez as observações numa entrevista
exclusiva à Press TV em Beirute, capital do Líbano.
“Quando me perguntam o que torna esta guerra
diferente das guerras em que estive envolvido nos últimos 20 ou 25 anos, diria
que é na verdade a diferença entre uma inundação e um tsunami”, destacou o
médico, acrescentando que esta é um projeto genocida que teve como centro a
destruição do sistema de saúde e que constatou que os hospitais eram os
principais alvos do seu ataque.
Portanto, a matança, a destruição e a
brutalidade são diferentes de tudo que já vimos, revelou ele.
Abu Sitta, um cirurgião plástico reconstrutor,
tratou os feridos em Gaza durante 43 dias e finalmente deixou o território no
final de Novembro.
Desde a sua partida, o médico tem tentado
sensibilizar para a situação dos palestinianos, dando testemunho em primeira
mão sobre os horrores na Faixa de Gaza, alvo de bombardeamentos contínuos
durante os últimos 8 meses.
No entanto, ganhou as manchetes em abril,
depois de ter sido proibido de falar sobre a invasão brutal do regime a vários
países europeus, o que foi visto como uma tentativa de silenciar as testemunhas
do massacre ocorrido na Faixa de Gaza.
Em declarações à Press TV, Abu
Sitta confirmou que os governos europeus não querem que as pessoas saibam dos
sofrimentos dos habitantes de Gaza porque são cúmplices da guerra.
“Uma das razões pelas quais tentam
silenciar-nos é porque estes governos europeus são cúmplices da guerra. Desde o
início da guerra, o fornecimento de armas a Israel aumentou dez vezes”,
enfatizou.
Mantêm o projecto genocida há mais de oito
meses, e por isso é fundamental que nós, como testemunhas deste genocídio,
façamos campanha dentro da Europa para que as vozes das vítimas deste genocídio
sejam ouvidas, concluiu.
Israel lançou o ataque atroz à Faixa de Gaza,
atacando hospitais, residências e locais de culto depois do Movimento de
Resistência Islâmica Palestiniana (HAMAS) ter lançado um ataque surpresa,
denominado Operação Tempestade Al-Aqsa, contra o regime usurpador, em 7 de
Outubro.
Pelo menos 36.731 palestinos foram mortos, a
maioria deles mulheres e crianças, e outras 83.530 pessoas ficaram feridas.
Mais de 1,7 milhões de pessoas também foram deslocadas internamente durante a
guerra.
Organizações de direitos humanos como a
Amnistia Internacional acusam a entidade israelita de cometer um “crime de
guerra” ao “matar massivamente civis e mostrar um desrespeito assustador pela
vida da população civil”.
Fonte; Hispan TV
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