CARTA ABERTA
Suspensão da vacinação contra a SARS-CoV-2 em crianças e
jovens
Desde agosto de 2021 que
está em curso em Portugal uma controversa campanha de vacinação contra a
COVID-19 em crianças e jovens, atualmente dirigida às crianças a partir dos 5
anos de idade. Esta Carta Aberta diz respeito à situação das crianças saudáveis
e não se pretende qualquer extrapolação para adultos ou crianças com
comorbilidades que acarretem risco acrescido de COVID-19.
No espaço da União Europeia,
perante uma situação de emergência, a autorização de utilização de medicamentos
que não tenham os estudos de segurança e eficácia completos, como estas
vacinas, pode ser atribuída de forma condicional, quando se verifiquem diversos
requisitos, incluindo uma relação risco-benefício favorável (Regulamento (CE) Nº
507/2006 DA COMISSÃO de 29 de março de 2006).
Em Portugal ainda não se
verificou para as crianças nem
sequer a primeira condição, dado que não
existe situação de emergência no que à COVID-19 diz respeito A infeção de
crianças e jovens é assintomática ou com sintomas ligeiros na maioria dos
casos; os internamentos são muito raros, e a mortalidade tendencialmente nula
em crianças saudáveis no nosso país. Por essa razão, no meio médico tem surgido
contestação à atual campanha com vacinas com autorização de utilização
condicional, o que significa não terem suficientes dados de eficácia e
segurança, nomeadamente a médio e longo prazo.
Muitos das razões
invocadas pelas autoridades de saúde para esta campanha têm vindo a
comprovar-se demasiado frágeis e não sustentadas, sobretudo no panorama atual. Vejamos os principais argumentos: as vacinas existentes seriam eficazes e
seguras nas crianças; existiria uma relação risco-benefício favorável para a
saúde das crianças; a vacinação iria contribuir para a diminuição da transmissão
comunitária da Infeção e haveria uma boa adesão da população ao processo.
Desde novembro de 2021,
com a disseminação da nova variante Ómicron,
altamente transmissível mas menos agressiva que as anteriores, nomeadamente a
variante Delta, a situação epidemiológica em Portugal e no mundo alterou-se
substancialmente tanto mais que se confirmou haver escape vacinal, ou seja, há uma evidente quebra da eficácia das vacinas
na prevenção da infeção em adultos e crianças. A tão almejada "imunidade de grupo" prometida pelas
autoridades de saúde como uma bandeira da vacinação também para as crianças e
jovens, paradoxalmente, traduziu-se no
último mês, na infeção de um milhão de pessoas.
A boa notícia é que esta
variante é menos patogénica, tem uma menor afinidade para as vias aéreas
respiratórias inferiores ou, dito de outra forma, prefere o nariz e a garganta
em lugar dos brônquios e pulmões, causando menos pneumonias, menos
internamentos, menor letalidade.
Perante esta nova
realidade, determinada pelo aparecimento da variante Ómicron que se tornou
dominante e para a qual as atuais vacinas são consideradas ineficazes, deveriam ser refeitas as análises da relação
rlsco-beneficlo da utilização das vacinas para a COVID-19, muito
particularmente em crianças, conforme recomendado pelo Centro Europeu de
Controlo de Doenças em 1 de dezembro de 2021.
Esta análise ainda não foi apresentada pelas autoridades de saúde
portuguesas, nem pelos fabricantes de vacinas. Também por este motivo se identifica um imperativo da suspensão
cautelar da vacinação em crianças e jovens até que se comprove a sua
necessidade, benefício e segurança
O mais preocupante é que
está a decorrer a vacinação das crianças dos 5 aos 11 anos em pleno pico
pandémico, circunstâncias que não foram testadas nos ensaios clínicos das
vacinas contra a COVID-19. A vacinação
de crianças previamente infetadas por SARS-CoV-2, ou a sua infeção depois de
vacinadas, num curto intervalo temporal,
pode vir a traduzir-se num aumento da Incidência de casos de miocardites,
efeitos deletérios no sistema imunitário ou outras reações adversas, riscos potencialmente graves e
eventualmente letais.
Já foram notificadas ao
INFARMED mais de uma centena de possíveis reações adversas graves, incluindo
síncopes (colapsos) miocardites/pericardites e morte, em crianças e jovens. Ou
seja, é admissível assumir que existe uma toxicidade das vacinas que se
verifica a curto prazo e ainda se ignoram as consequências adversas a médio e a
longo prazo, devidas a um desnecessário
ato médico de tentar imunizar quem já estava imunizado por uma infecção muitas
vezes assintomática.
Em conclusão, face ao
aparecimento da variante Ómicron em Portugal e pelas razões de segurança
clínica apresentada, os signatários advertem do imperativo de:
- Suspensão imediata da campanha de vacinação contra a COVID-19 em
crianças e jovens sem comorbilidades e da autorização condicional de
Introdução no mercado de vacinas em idade pediátrica
- Investigação das mortes súbitas a sincopes em adultos jovens,
adolescentes e crianças ocorridas em Portugal depois de iniciadas as campanhas
de vacinação nestes grupos etários
Os signatários,
Profissionais de saúde e cidadãos que honram e defendem a leges artis e a ética da medicina e que,
nessa condição, erguem a sua voz publicamente na defesa da saúde dos
portugueses e muito particularmente das crianças e jovens.
(por ordem alfabética)
Francisco Abecassis - Médico
Pediatra
Sofia Almeida - Médica
Pediatra
Helena Alves -Especialista
em Imuno-Hemoterapia
Jorge Amil - Medico
Pediatra
Paula Azeredo -Medica
Pediatra
Cristina Camilo -Médica Pediatra
Henrique Delgado Carreira
-Assistente Graduado de Medicina Geral e Familiar
Ferrando Chaves -Médico
Pediatra
João Meio Coelho
-Assistente Graduado Sénior de Medicina Geral e Familiar
Horácio Costa
-Especialista em Cirurgia Plástica Reconstrutiva e Estética; Professor Catedrático
Miguel Félix - Médico
Pediatra
Pedro Ferreira
-Farmacêutico
Elsa Fragoso -Especialista
em Pneumologia e em Medicina Intensiva
Pedro Girão -Especialista
em Anestesiologia
Jacinto Gonçalves
-Especialista em Cardiologia e Medicina Interna Professor Jubilado
Juan Gonçalves -Médico
Pediatra
Marta Loureiro -Médica
Pediatra
António Pedro Machado
-Especialista em Medicina Interna
Tiago Marques -Especialista
em Infecciologia
Isabel Saraiva de Melo
-Médica Pediatra
Teresa Gomes Mola -Especialista
em Cardiologia
José Almeida Nunes -Especialista
em Medicina Interna
Joana Rios -Médica Pediatra
Ana Tavares – Médica Pediatra