por Pedro Girão
Durante mais de um ano, através do Facebook e
não só, falei do Covid, falei da grandeza relativa dos números da pandemia,
falei das muitas mentiras que foram sendo afirmadas em nome da Ciência, falei
do papel abjecto dos media que agitam o pânico, falei da falta de vergonha dos
políticos, falei do escândalo do fecho dos centros de saúde, falei das muitas
mortes por causas não-Covid, falei da pressão das farmacêuticas para aprovar
produtos antes de tempo, falei da irracionalidade de imunizar os jovens
contrariando os princípios de risco/benefício, falei de gente que prezava e que
agora desprezo, falei de gente que não conhecia e agora admiro, falei de
esperança, falei da morte, falei da vida. E parei.
Parei por cansaço, parei por desilusão, parei
porque o número de mentiras é avassalador, parei porque a mais alta figura da
Nação se ultrapassa diariamente como símbolo do ridículo, parei porque o
governo e a oposição estão unidos contra as pessoas e contra a democracia,
parei por solidariedade com outros que também foram e estão a ser silenciados.
Mas, acima de tudo, parei porque a dita pandemia parou.
O que temos agora não é uma pandemia, é uma
endemia, que teremos de aceitar - ou enlouquecer. O que temos agora é um povo
vacinado na mentira que mais tarde ou mais cedo tem de enfrentar o facto de a
verdade lhe ter sido negada - enquanto lhe contam novas mentiras. O que temos
agora é um conjunto de abutres médicos e mediáticos que voltam a pairar,
colaborando na farsa, preparando o terreno para a repetição das mesmas medidas
sem sentido nem suporte científico. O que temos agora são eleições à porta e a
necessidade primária de enganar despudoradamente esse povo habitualmente tão
fácil de enganar. O que temos agora é o ressuscitar do medo.
Perante isto, o silêncio não é mais possível.
A minha missão, a nossa missão, é resistir. Dar a cara. Participar. Levantar a
voz. Denunciar as mentiras. Manifestar discordância. Exigir responsabilidades.
O que não fizermos, ninguém fará por nós. Manter a esperança é intervir no
espaço público. Manter a esperança é saber que somos mais fortes do que o medo.
Manter a esperança é ser tolerante e solidário. Manter a esperança é defender a
nossa saúde - toda, e não só uma pequena parte agigantada pelos interesses.
Manter a esperança é pensar. Manter a esperança é resistir. Contem comigo.
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