quinta-feira, 18 de novembro de 2021

RESISTIR

 

Nuremberga: julgamento de médicos nazis

por Pedro Girão

Durante mais de um ano, através do Facebook e não só, falei do Covid, falei da grandeza relativa dos números da pandemia, falei das muitas mentiras que foram sendo afirmadas em nome da Ciência, falei do papel abjecto dos media que agitam o pânico, falei da falta de vergonha dos políticos, falei do escândalo do fecho dos centros de saúde, falei das muitas mortes por causas não-Covid, falei da pressão das farmacêuticas para aprovar produtos antes de tempo, falei da irracionalidade de imunizar os jovens contrariando os princípios de risco/benefício, falei de gente que prezava e que agora desprezo, falei de gente que não conhecia e agora admiro, falei de esperança, falei da morte, falei da vida. E parei.

Parei por cansaço, parei por desilusão, parei porque o número de mentiras é avassalador, parei porque a mais alta figura da Nação se ultrapassa diariamente como símbolo do ridículo, parei porque o governo e a oposição estão unidos contra as pessoas e contra a democracia, parei por solidariedade com outros que também foram e estão a ser silenciados. Mas, acima de tudo, parei porque a dita pandemia parou.

O que temos agora não é uma pandemia, é uma endemia, que teremos de aceitar - ou enlouquecer. O que temos agora é um povo vacinado na mentira que mais tarde ou mais cedo tem de enfrentar o facto de a verdade lhe ter sido negada - enquanto lhe contam novas mentiras. O que temos agora é um conjunto de abutres médicos e mediáticos que voltam a pairar, colaborando na farsa, preparando o terreno para a repetição das mesmas medidas sem sentido nem suporte científico. O que temos agora são eleições à porta e a necessidade primária de enganar despudoradamente esse povo habitualmente tão fácil de enganar. O que temos agora é o ressuscitar do medo.

Perante isto, o silêncio não é mais possível. A minha missão, a nossa missão, é resistir. Dar a cara. Participar. Levantar a voz. Denunciar as mentiras. Manifestar discordância. Exigir responsabilidades. O que não fizermos, ninguém fará por nós. Manter a esperança é intervir no espaço público. Manter a esperança é saber que somos mais fortes do que o medo. Manter a esperança é ser tolerante e solidário. Manter a esperança é defender a nossa saúde - toda, e não só uma pequena parte agigantada pelos interesses. Manter a esperança é pensar. Manter a esperança é resistir. Contem comigo.

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