Nos últimos dias as palavras da ministra de
que o SNS precisaria de profissionais da saúde mais resilientes fizeram correr muita
tinta, desde notícias de primeiras páginas nos jornais de referência e aberturas
de noticiários televisivos às palavras do incontornável presidente comentador
da república de que não alimentava querelas e, colocando-se abertamente ao lado
dos ofendidos, não deixou de dizer: “Se há característica que profissionais de
saúde demonstraram é a resiliência”.
Mas a reacção mais indignada e desabrida, como
já estamos habituados, foi a do bastonário da ordem dos médicos que, e apesar
da ministra não se ter dirigido especificamente a nenhuma classe profissional, desabafou
de imediato: "Declarações da ministra da Saúde são inqualificáveis e
prejudicam os doentes" e que, para além das “inqualificáveis” declarações
da ministra da Saúde, esta terá “perdido toda a credibilidade”.
Talvez mais por pressão do primeiro-ministro
do que propriamente pela violência da reacção do representante máximo do órgão
corporativa da classe médica, o facto é que a ministra veio logo explicar-se de
que terá sido mal compreendida: “Se causei uma má interpretação, peço desculpa
por isso genuinamente do fundo do coração”. Atitude que o principal jornal do
regime e propriedade do militante nº1 do PSD logo salientou em paragonas: Está.
Dito. Quase simultaneamente o blogue “Ladrões de Bicicletas”, afecto a um dos
partidos da geringonça, já tinha vindo esclarecer que as palavras da ministra não
teriam sido bem aquelas e que foram deturpadas intencionalmente para atacar a
pessoa e o governo.
Fica-se com a impressão, e a realidade depois
das eleições de 30 de Janeiro e caso o PS seja de novo o vencedor irá ou não
confirmar, que Temido, tal como outros ministros menos assertivos e envolvidos
em trapalhadas pouco dignificantes, será ministro a descartar. A pessoa que já
revelou algumas peculiaridades, a incompetência tem sido a mais apontada, mas a
arrogância não tem ficado atrás; no entanto, será a lealdade ao chefe, como
agora se viu no rápido pedido de desculpas, e a boa e diligente execução das
directivas superiores talvez sejam as mais salientes, razão pela qual ainda se
mantem no cargo e de ter passado de um governo para o outro.
Este negócio das vacinas é negócio de muitos milhões
e há que aproveitar, assim se explica a vontade e a pressa de se querer vacinar
toda a gente, desde os recém-nascidos aos idosos já com os pés para a cova;
assim também se compreende a disputa para tornar as crianças como população
elegível mesmo que haja poucos casos de doença em idades mais jovens e não
tenha ocorrido em Portugal qualquer morte devido à doença covid. Vale tudo! E
quando o mercado humano se esgotar com as pessoas a recusar mais doses de
vacinas mRNA, vai-se arranjar outro nem que seja o dos animais domésticos
porque já se noticiou que os cães podem infectar e eventualmente transmitir e
até houve jardins zoológicos que vacinaram alguns primatas. É de loucos!
Para continuar com a paranoia, ou seja, poder continuar
com o negócio, temos assistido, nos últimos dias, a uma propaganda e a um
alarmismo sobre o aumento brusco e aparentemente desmesurado de “casos de
infecção” pelo vírus sars-cov-02, já não são os casos de doença covid propriamente dita nem as
mortes por ou com covid. É também para alimentar
o medo que surge a notícia do aparecimento de uma pretensa nova estirpe (já não é subestirpe
como a Delta!) denominada pomposamente pela OMS de “Ómicron”. Se na realidade
se trata de uma “nova” estirpe, então estas vacinas são completamente ineficazes,
porque continuar a administrá-las? É porque são muitos milhões em jogo e as
comissões não são de desprezar? É bem provável que haja outros pretendentes ao
cargo de ministro da Saúde, porque só vai para os partidos do poder quem ambiciona
enriquecer de forma fácil e rápida.
Haverá outra questão: transformar o Serviço
Nacional de Saúde em “Sistema” Nacional de Saúde, onde se enfiam no mesmo saco
o serviço público, o privado e mais o dito social, com os privados e engordar à
custa do sector público. Vai ser o fartar vilanagem! E o recém aprovado Estatuto
do SNS aponta nesse sentido. Também é bem provável que Temido, caso o PS ganhe
as eleições e venha a formar governo, não seja a pessoa certa para o cargo de
completar o desmantelamento do SNS, com a transferência de grande parte dos
seus recursos, financeiros e humanos, para o sector privado que, por sua vez,
tem que fazer como o vírus, para poder sobreviver e replicar-se não pode matar
o hospedeiro, porque então estará a suicidar-se. Ficará sempre uma fatia do
ex-SNS com funções assistencialistas para os pobrezinhos.
Neste momento, cerca de 40% do orçamento da Saúde é para comprar serviços ao privado, então no próximo Orçamento de Estado a fatia irá aumentar substancialmente e novas parcerias público-privadas se irão fazer, enquanto no SNS continuará a haver falta gritante de trabalhadores de todas as categorias profissionais, de material e até de instalações, muito delas em avançado estado de degradação. E quanto aos trabalhadores, a maioria que restar ou estará a CIT ou a contratos de 4 meses, com salários miseráveis e sem qualquer carreira profissional. Será a machadada final no nosso SNS. O governo PS limitou-se a manter a destruição em lume brando e Temido não terá deixado de ser, mesmo assim e apesar da ingratidão, uma zelosa executante.
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