sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Ministra da Saúde: entradas de leão e saídas de sendeiro… ou haverá outras motivações?

 

Nos últimos dias as palavras da ministra de que o SNS precisaria de profissionais da saúde mais resilientes fizeram correr muita tinta, desde notícias de primeiras páginas nos jornais de referência e aberturas de noticiários televisivos às palavras do incontornável presidente comentador da república de que não alimentava querelas e, colocando-se abertamente ao lado dos ofendidos, não deixou de dizer: “Se há característica que profissionais de saúde demonstraram é a resiliência”.

Mas a reacção mais indignada e desabrida, como já estamos habituados, foi a do bastonário da ordem dos médicos que, e apesar da ministra não se ter dirigido especificamente a nenhuma classe profissional, desabafou de imediato: "Declarações da ministra da Saúde são inqualificáveis e prejudicam os doentes" e que, para além das “inqualificáveis” declarações da ministra da Saúde, esta terá “perdido toda a credibilidade”.

Talvez mais por pressão do primeiro-ministro do que propriamente pela violência da reacção do representante máximo do órgão corporativa da classe médica, o facto é que a ministra veio logo explicar-se de que terá sido mal compreendida: “Se causei uma má interpretação, peço desculpa por isso genuinamente do fundo do coração”. Atitude que o principal jornal do regime e propriedade do militante nº1 do PSD logo salientou em paragonas: Está. Dito. Quase simultaneamente o blogue “Ladrões de Bicicletas”, afecto a um dos partidos da geringonça, já tinha vindo esclarecer que as palavras da ministra não teriam sido bem aquelas e que foram deturpadas intencionalmente para atacar a pessoa e o governo.

Fica-se com a impressão, e a realidade depois das eleições de 30 de Janeiro e caso o PS seja de novo o vencedor irá ou não confirmar, que Temido, tal como outros ministros menos assertivos e envolvidos em trapalhadas pouco dignificantes, será ministro a descartar. A pessoa que já revelou algumas peculiaridades, a incompetência tem sido a mais apontada, mas a arrogância não tem ficado atrás; no entanto, será a lealdade ao chefe, como agora se viu no rápido pedido de desculpas, e a boa e diligente execução das directivas superiores talvez sejam as mais salientes, razão pela qual ainda se mantem no cargo e de ter passado de um governo para o outro. 

Este negócio das vacinas é negócio de muitos milhões e há que aproveitar, assim se explica a vontade e a pressa de se querer vacinar toda a gente, desde os recém-nascidos aos idosos já com os pés para a cova; assim também se compreende a disputa para tornar as crianças como população elegível mesmo que haja poucos casos de doença em idades mais jovens e não tenha ocorrido em Portugal qualquer morte devido à doença covid. Vale tudo! E quando o mercado humano se esgotar com as pessoas a recusar mais doses de vacinas mRNA, vai-se arranjar outro nem que seja o dos animais domésticos porque já se noticiou que os cães podem infectar e eventualmente transmitir e até houve jardins zoológicos que vacinaram alguns primatas. É de loucos!

Para continuar com a paranoia, ou seja, poder continuar com o negócio, temos assistido, nos últimos dias, a uma propaganda e a um alarmismo sobre o aumento brusco e aparentemente desmesurado de “casos de infecção” pelo vírus sars-cov-02, já não são os casos de doença covid propriamente dita nem as mortes por ou com covid.  É também para alimentar o medo que surge a notícia do aparecimento de uma pretensa nova estirpe (já não é subestirpe como a Delta!) denominada pomposamente pela OMS de “Ómicron”. Se na realidade se trata de uma “nova” estirpe, então estas vacinas são completamente ineficazes, porque continuar a administrá-las? É porque são muitos milhões em jogo e as comissões não são de desprezar? É bem provável que haja outros pretendentes ao cargo de ministro da Saúde, porque só vai para os partidos do poder quem ambiciona enriquecer de forma fácil e rápida.

Haverá outra questão: transformar o Serviço Nacional de Saúde em “Sistema” Nacional de Saúde, onde se enfiam no mesmo saco o serviço público, o privado e mais o dito social, com os privados e engordar à custa do sector público. Vai ser o fartar vilanagem! E o recém aprovado Estatuto do SNS aponta nesse sentido. Também é bem provável que Temido, caso o PS ganhe as eleições e venha a formar governo, não seja a pessoa certa para o cargo de completar o desmantelamento do SNS, com a transferência de grande parte dos seus recursos, financeiros e humanos, para o sector privado que, por sua vez, tem que fazer como o vírus, para poder sobreviver e replicar-se não pode matar o hospedeiro, porque então estará a suicidar-se. Ficará sempre uma fatia do ex-SNS com funções assistencialistas para os pobrezinhos.

Neste momento, cerca de 40% do orçamento da Saúde é para comprar serviços ao privado, então no próximo Orçamento de Estado a fatia irá aumentar substancialmente e novas parcerias público-privadas se irão fazer, enquanto no SNS continuará a haver falta gritante de trabalhadores de todas as categorias profissionais, de material e até de instalações, muito delas em avançado estado de degradação. E quanto aos trabalhadores, a maioria que restar ou estará a CIT ou a contratos de 4 meses, com salários miseráveis e sem qualquer carreira profissional. Será a machadada final no nosso SNS. O governo PS limitou-se a manter a destruição em lume brando e Temido não terá deixado de ser, mesmo assim e apesar da ingratidão, uma zelosa executante.

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