quarta-feira, 28 de junho de 2023

Os trabalhadores da saúde levantam-se contra a destruição dos serviços de saúde públicos e por aumentos salariais

 

Hoje, dia 28 de Junho em Portugal: Centenas de greves, manifestações, concentrações e plenários em todo o país realizam-se esta quarta-feira, no âmbito do dia nacional de luta da CGTP, para reivindicar aumentos salariais e protestar contra a subida do custo de vida.

Na Grã-Bretanha: Os médicos residentes rechaçam a arrocho e anunciam paralisação

Exigindo a reposição das perdas e aumento real de salário, os médicos residentes anunciaram na sexta-feira (23) paralisação do Serviço Nacional de Saúde (NHS) do Reino Unido.

Conforme a Associação Médica Britânica (BMA), que representa 46 mil residentes, houve um brutal corte de 35% nos salários em termos reais da categoria nos últimos 15 anos, pois o poder de compra não acompanhou o ritmo de crescimento da inflação. Eles reivindicam que os salários sejam restaurados aos níveis de 2008-2009.

Os residentes representam cerca de metade de todos os médicos hospitalares ingleses e um quarto de todos os médicos que trabalham em consultórios de clínica geral.

Convocada logo após o Serviço de Saúde marcar o seu 75º aniversário, a greve segue uma paralisação de 72 horas realizada em oposição à recusa do governo em apresentar uma proposta de reajuste superior a 5%. “Depois de uma paralisação de três dias de médicos residentes já neste mês, forçando a remarcação de mais de 100 mil procedimentos e consultas (mais de 651 mil no total desde dezembro) e com enfermeiras, radiologistas e consultores – que poderiam entrar em greve por dois dias em julho – sendo votado também, este número está fadado a aumentar em muitos milhares mais”, assinalaram.

Os médicos reiteraram que é fundamental que o governo esteja informado e atue com responsabilidade diante do comunicado, uma vez que milhares de profissionais irão se ausentar por cinco dias, começando na manhã de 13 até 18 de julho.

No Brasil: Pelo pagamento imediato do piso salarial da enfermagem

Em mais uma votação no julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o piso salarial da enfermagem, na segunda-feira (26), a presidente da Corte, ministra Rosa Weber, acompanhou o voto divergente de Edson Fachin e votou para que o piso da enfermagem seja pago imediatamente.

O julgamento, que se encerra na próxima sexta-feira (30), está empatado, com três posições divergentes. A de Weber e Fachin defendendo o pagamento imediato do piso; a tese defendida pelo relator, ministro Luís Roberto Barroso, e por Gilmar Mendes, que condicionam o pagamento do piso a várias diretrizes, como por exemplo, negociação coletiva entre as partes, “a fim de possibilitar a adequação do piso salarial à realidade dos diferentes hospitais e entidades de saúde pelo país”; e a posição dos ministros Dias Toffoli e Alexandre de Moraes, que propõem a regionalização do piso para celetistas.

“Não é possível que a negociação coletiva se sobreponha à vontade do legislador constituinte e ordinário, no particular, pois a previsão de pagamento do piso salarial está prevista pela Constituição”, afirmou Roda Werber em seu voto.

Em Portugal: Greve dos enfermeiros nos dias 28 e 30 de Junho e médicos anunciam nova greve para 5 e 6 de Julho

No primeiro dia de greve nacional registou-se uma adesão de 60% em todo o país. (SEP – Comunicado)

Como tal, mantém-se a greve de 30 de junho e a concentração no mesmo dia, às 11 horas, em frente ao Ministério da Saúde.

Continuamos a exigir:

– A valorização dos enfermeiros, designadamente através:  da reposição da paridade salarial da Carreira de Enfermagem com as Carreiras de Técnico Superior e outros Profissionais de Saúde; da aposentação mais cedo, como mecanismo de compensação do risco e penosidade da profissão. – A correção de injustiças e eliminação de discriminações dos enfermeiros: da contagem de pontos para efeitos de progressão, nas situações de vínculo precário, interrupção de funções, promovidos a Especialistas e Chefes até 2010 e início de funções no 2.º semestre; do pagamento dos devidos retroativos das progressões desde 2018, como sucedeu em toda a Administração Pública; que os enfermeiros com CIT tenham o mesmo número de dias de férias que os restantes enfermeiros. – A vinculação definitiva dos enfermeiros em vínculo precário e a contratação de mais. Face aos milhares de horas extraordinárias e à época de férias, é inadmissível que o Ministério da Saúde esteja a potenciar o despedimento de enfermeiros.

A Federação Nacional dos Médicos anunciou uma nova greve e o Sindicato Independente dos Médicos fez um “apelo fortíssimo” ao Governo para que crie as condições para os médicos se fixaram no SNS.

Federação dos médicos anuncia nova greve para 5 e 6 de Julho
A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) anunciou uma nova greve para 5 e 6 de Julho, alegando que o Governo continua sem apresentar uma proposta de aumentos salariais a menos de um mês do fim das negociações. Em relação à revisão das grelhas salariais dos médicos, a FNAM está “ainda sem nenhuma proposta concreta por parte do Governo”, o que faz com que seja “obrigada a lançar o pré-aviso de greve” para 5 e 6 de Julho, adiantou à agência Lusa a presidente da federação, Joana Bordalo e Sá.

(da imprensa)

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