goin viral - Zach
Depois
de instalado o pânico entre os portugueses pelo continuo metralhar
dos números de pessoas infectadas, mortas, internadas em cuidados
intensivos e recuperadas pelas televisões e jornais, deixou de haver
em Portugal mortes por outras doenças. Já ninguém morre pela gripe
sazonal (influenza), nem por pneumonia, nem por AVC ou enfarte do
miocárdio, parece que os doentes cardíacos deixaram de existir,
assim como os doentes em geral desapareceram, ou mortes por outras
razões que não seja pela acção do SARS-Cov-02. É a manipulação
dos números e da opinião pública em escala total.
Contudo,
em Portugal, época de Inverno 2018/19, morreram mais de 3 mil
pessoas devido à gripe sazonal, e mais de 17 mil por doenças das
vias respiratórias, das quais 6 mil são pneumonias,
maioritariamente bacterianas e potencialmente tratáveis (na Europa
morrem por mês, em média, mais de 11 mil
pessoas). As doenças respiratórias são a terceira causa de morte
dos portugueses, a seguir às doenças cardiovasculares (29%) e aos
tumores malignos (25%), num universos de
113 051 óbitos registados em 2018; a faixa etária com mais mortes
foi a dos 80-89 anos (43 120), o que representa quase o dobro de
mortes se comparado com a faixa etária seguinte.
É
mais a pandemia do medo que se faz sentir, porque o número de
mortes pela Covid-19 (567) está muito longe de ultrapassar o número
de mortes pela influenza (3000), assim como a maior incidência das
mortes na faixa etária mais elevada segue a tendência geral.
Do
mesmo modo que as mortes por outras causas desapareceram, os doentes
com outra patologia estão a ser desprezados no SNS, o que tem dado
azo a que os privados se tenham oferecido para o tratamento, quer
consultas, quer cirurgias, e ousado querer apresentar a conta de
doentes tratados com a Covid-19 que ocorreram pela sua iniciativa
àqueles serviços cujo objectivo principal é o negócio. Agora,
perante o descalabro e a tentativa de assalto aos dinheiros públicos,
a ministra das mentiras sentiu a necessidade de vir dizer que a
resposta aos doentes não-covid-19 “tem de começar nos próximos
dias”, e que as contas que os privados estavam a fazer não seriam
bem assim, embora a prática nos diga que tem sido sempre como os
privados desejam.
Se
os os outros doentes têm sido desprezados pelo SNS, como se
depreende das palavras da ministra e da realidade mediatizada pelas
televisões, que mais não são que reflexos do abandono de muitas
consultas, cirurgias e outras terapias, por parte de doentes com
outras patologias. Doentes que até têm medo de acorrer aos
hospitais e centros de saúde (74%, segundo inquérito da
Universidade Católica) ou deixaram mesmo de procurar cuidados
médicos (26%), tal é o pânico disseminado pelas constantes
intervenções televisivas por parte do governo e da DGS com intuitos
mais alarmistas do que informativos, sempre acompanhados pelas
reportagens mais que nauseabundas de repisar sempre no mesmo, durante
as 24 horas do dia e nos 7 dias da semana. Com certeza que, em 2020,
haverá mais mortes em Portugal: de idosos, devido à Covid-19 e a outras patologias... e de doentes mais novos, que irão morrer mais
pelo abandono a que foram remetidos.
Não
será preciso ser perito na matéria para se saber que os grupos
etários mais vulneráveis, em particular os idosos, serão os mais
atingidos por uma doença respiratória, ainda por cima, sem cura
directa e imediata, sendo o tratamento apenas de suporte e paliativo.
Até parece que esta pandemia veio de propósito para satisfazer os
anseios daqueles que, ainda não há muito tempo, punham os mais
jovens contra a “peste grisalha”, por improdutiva e peso morto
para a sociedade, ou que se deveria recusar o tratamento aos doentes
muito idosos, cujo prolongamento de vida por mais alguns (poucos)
anos não valeria a despesa. Mas se, para uns, os idosos são um
prejuízo, para outros, poderão ser uma excelente fonte de
rendimento.
Agora,
há gente que vê na morte prematura dos idosos um prejuízo, assim
como o encargo depois de infectados pelo SARS-Cov-02. Chega a ser
patético ouvir, todos os dias e a toda a hora, os responsáveis das
Misericórdias reclamar que o Estado deve cuidar dos idosos
infectados, em vez de os devolver às instituições da Misericórdia,
onde estavam institucionalizados, por falta de meios e de condições.
Esta gente, apesar de religiosa e invocar Deus quando lhe interessa,
só vê cifrões e receia perder os clientes, é que lares com idosos
infectados terão dificuldade em receber novos utentes, para além da
despesa acrescida com os infectados. A Igreja Católica já faz lembrar os bancos na
crise de 2008, os accionistas ficaram com os dividendos enquanto houve
lucros, quando passou a haver prejuízos exigiram ao Governo para se
chegar à frente e entrar com o dinheiro de todos nós. É que esta
crise será bem maior que a anterior e a austeridade virá em dose
proporcional para os do costume, os trabalhadores.
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