quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Suspensão da vacinação contra a SARS-CoV-2 em crianças e jovens

 

CARTA ABERTA

Suspensão da vacinação contra a SARS-CoV-2 em crianças e jovens

Desde agosto de 2021 que está em curso em Portugal uma controversa campanha de vacinação contra a COVID-19 em crianças e jovens, atualmente dirigida às crianças a partir dos 5 anos de idade. Esta Carta Aberta diz respeito à situação das crianças saudáveis e não se pretende qualquer extrapolação para adultos ou crianças com comorbilidades que acarretem risco acrescido de COVID-19.

No espaço da União Europeia, perante uma situação de emergência, a autorização de utilização de medicamentos que não tenham os estudos de segurança e eficácia completos, como estas vacinas, pode ser atribuída de forma condicional, quando se verifiquem diversos requisitos, incluindo uma relação risco-benefício favorável (Regulamento (CE) Nº 507/2006 DA COMISSÃO de 29 de março de 2006).

Em Portugal ainda não se verificou para as crianças nem sequer a primeira condição, dado que não existe situação de emergência no que à COVID-19 diz respeito A infeção de crianças e jovens é assintomática ou com sintomas ligeiros na maioria dos casos; os internamentos são muito raros, e a mortalidade tendencialmente nula em crianças saudáveis no nosso país. Por essa razão, no meio médico tem surgido contestação à atual campanha com vacinas com autorização de utilização condicional, o que significa não terem suficientes dados de eficácia e segurança, nomeadamente a médio e longo prazo.

Muitos das razões invocadas pelas autoridades de saúde para esta campanha têm vindo a comprovar-se demasiado frágeis e não sustentadas, sobretudo no panorama atual.  Vejamos os principais argumentos: as vacinas existentes seriam eficazes e seguras nas crianças; existiria uma relação risco-benefício favorável para a saúde das crianças; a vacinação iria contribuir para a diminuição da transmissão comunitária da Infeção e haveria uma boa adesão da população ao processo.

Desde novembro de 2021, com a disseminação da nova variante Ómicron, altamente transmissível mas menos agressiva que as anteriores, nomeadamente a variante Delta, a situação epidemiológica em Portugal e no mundo alterou-se substancialmente tanto mais que se confirmou haver escape vacinal, ou seja, há uma evidente quebra da eficácia das vacinas na prevenção da infeção em adultos e crianças. A tão almejada "imunidade de grupo" prometida pelas autoridades de saúde como uma bandeira da vacinação também para as crianças e jovens, paradoxalmente, traduziu-se no último mês, na infeção de um milhão de pessoas.

A boa notícia é que esta variante é menos patogénica, tem uma menor afinidade para as vias aéreas respiratórias inferiores ou, dito de outra forma, prefere o nariz e a garganta em lugar dos brônquios e pulmões, causando menos pneumonias, menos internamentos, menor letalidade.

Perante esta nova realidade, determinada pelo aparecimento da variante Ómicron que se tornou dominante e para a qual as atuais vacinas são consideradas ineficazes, deveriam ser refeitas as análises da relação rlsco-beneficlo da utilização das vacinas para a COVID-19, muito particularmente em crianças, conforme recomendado pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças em 1 de dezembro de 2021.

Esta análise ainda não foi apresentada pelas autoridades de saúde portuguesas, nem pelos fabricantes de vacinas. Também por este motivo se identifica um imperativo da suspensão cautelar da vacinação em crianças e jovens até que se comprove a sua necessidade, benefício e segurança

O mais preocupante é que está a decorrer a vacinação das crianças dos 5 aos 11 anos em pleno pico pandémico, circunstâncias que não foram testadas nos ensaios clínicos das vacinas contra a COVID-19. A vacinação de crianças previamente infetadas por SARS-CoV-2, ou a sua infeção depois de vacinadas, num curto intervalo temporal, pode vir a traduzir-se num aumento da Incidência de casos de miocardites, efeitos deletérios no sistema imunitário ou outras reações adversas, riscos potencialmente graves e eventualmente letais.

Já foram notificadas ao INFARMED mais de uma centena de possíveis reações adversas graves, incluindo síncopes (colapsos) miocardites/pericardites e morte, em crianças e jovens. Ou seja, é admissível assumir que existe uma toxicidade das vacinas que se verifica a curto prazo e ainda se ignoram as consequências adversas a médio e a longo prazo, devidas a um desnecessário ato médico de tentar imunizar quem já estava imunizado por uma infecção muitas vezes assintomática.

Em conclusão, face ao aparecimento da variante Ómicron em Portugal e pelas razões de segurança clínica apresentada, os signatários advertem do imperativo de:

- Suspensão imediata da campanha de vacinação contra a COVID-19 em crianças e jovens sem comorbilidades e da autorização condicional de Introdução no mercado de vacinas em idade pediátrica

- Investigação das mortes súbitas a sincopes em adultos jovens, adolescentes e crianças ocorridas em Portugal depois de iniciadas as campanhas de vacinação nestes grupos etários

Os signatários,

Profissionais de saúde e cidadãos que honram e defendem a leges artis e a ética da medicina e que, nessa condição, erguem a sua voz publicamente na defesa da saúde dos portugueses e muito particularmente das crianças e jovens.

(por ordem alfabética)

Francisco Abecassis - Médico Pediatra

Sofia Almeida - Médica Pediatra

Helena Alves -Especialista em Imuno-Hemoterapia

Jorge Amil - Medico Pediatra

Paula Azeredo -Medica Pediatra

Cristina Camilo -Médica Pediatra

Henrique Delgado Carreira -Assistente Graduado de Medicina Geral e Familiar

Ferrando Chaves -Médico Pediatra

João Meio Coelho -Assistente Graduado Sénior de Medicina Geral e Familiar

Horácio Costa -Especialista em Cirurgia Plástica Reconstrutiva e Estética; Professor Catedrático

Miguel Félix - Médico Pediatra

Pedro Ferreira -Farmacêutico

Elsa Fragoso -Especialista em Pneumologia e em Medicina Intensiva

Pedro Girão -Especialista em Anestesiologia

Jacinto Gonçalves -Especialista em Cardiologia e Medicina Interna Professor Jubilado

Juan Gonçalves -Médico Pediatra

Marta Loureiro -Médica Pediatra

António Pedro Machado -Especialista em Medicina Interna

Tiago Marques -Especialista em Infecciologia

Isabel Saraiva de Melo -Médica Pediatra

Teresa Gomes Mola -Especialista em Cardiologia

José Almeida Nunes -Especialista em Medicina Interna

Joana Rios -Médica Pediatra

Ana Tavares – Médica Pediatra

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