sábado, 9 de outubro de 2021

“No país tão belo...”

Pelas televisões

Pela Net:

Por Elisabete Tavares*

Neste país tão belo, vive um povo manso. Tão manso e 'bom' que aplaude o 'sacrifício' de crianças e jovens para que políticos possam abrir telejornais a fazer campanha com as 'elevadas taxas de vacinação'. Portugal lidera. Mas com as crianças e jovens envolvidos num tema em que a prudência e a cautela deveriam ser a regra máxima, como se vê pelas recentes notícias sobre a Moderna e os efeitos adversos em alguns jovens rapazes.

As crianças e jovens estão fora dos grupos de risco da doença. Jamais deveriam ser expostos a riscos. Seja de curto prazo ou de longo prazo. Mas estão a sê-lo. Com o aplauso de muitos pais que ainda hoje acham normal que crianças e jovens sejam obrigados a usar máscara na escola, numa prática que carece de fundamentação e constitui uma agressão.

Mas o povo é manso e aceita sacrificar os seus jovens e crianças para que políticos 'brilhem' e 'dêem sensação de segurança à multidão'.

E o povo é tão manso que vê nas notícias um Nobel a ser atribuído a jornalistas, nomeadamente pela sua luta pela liberdade de expressão. Sem notar que em Portugal a censura nos media se instalou, de forma velada ou explícita. Aqui, em Portugal, neste país tão belo, teve de ser criado um Manifesto pela Liberdade de Expressão. Já foi subscrito por muitos portugueses e a lista cresce todos os dias. Mas teve de ser criado. E isso é sinal de retrocesso no país.

E a reputação da comunicação social em Portugal levou nova machadada com um texto publicado pela comissão de trabalhadores da RTP. Um texto infame e indefensável, de um obscurantismo atroz e digno de regimes fascistas e extremistas.

O país é belo. O povo é belo mas manso. Inebriado com Globos de Ouro e fatos de gala, com programas de TV que dão palco a 'especialistas' que contribuíram para mortes e perdas terríveis. O povo aplaude. O povo manso permanece à espera. Confiante que um guardião o protege, o guarda e guia.

O povo manso não estranha que banqueiros condenados não sejam detidos. Que vivam em mansões e andem de jacto privado. Que sejam ajudados a fugir para evitar a prisão. Que façam férias tranquilas em paraísos. Tudo com o aval de juízes e com o escrutínio tardio (obviamente) e inútil do Conselho Superior da Magistratura. O povo manso não estranha que a Justiça não funcione... ou que funcione (de vez em quando) apenas para os casos em que não haja gente 'importante'.

O povo manso é bom. Não estranha nada. Não questiona nada. Não acha que tudo está ligado. E até entrega com alegria os seus preciosos filhos para o 'bem do país'. Faz tudo o que lhe mandam. E aplaude. E pensa que participa na festa. Que faz parte. Que 'contribui'. Que pertence. Porque no fundo o povo é bom. Mas não para si próprio. Nem para os seus filhos. É manso e aceita tudo. Com medo. Com fervor. Sem perceber que o que vê na TV não é o que se passa nos bastidores. Sem reflectir sobre o teatro que está montado. Para entretenimento das massas. Para engrandecimento dos 'líderes'.

O país é belo e o povo é bom. Mas precisa sair do mundo rosa de galas e purpurinas em que vive. Os factos, os números, as mortes, as vidas destruídas, a realidade podem ser escondidos e não passar nos media. Podem permanecer nos bastidores. Mas não deixam de existir.

Só quando o povo tiver a coragem de enfrentar a realidade, Portugal pode ter uma verdadeira Justiça. Para todos. Pode ter progresso económico sustentável e que protege o meio ambiente. Pode ter uma comunicação social independente, isenta e sem censura. Pode ter uma estratégia para a saúde e a educação que serve os portugueses. Todos.

Até lá, até o povo bom enfrentar a realidade, continuaremos a ter um país de galas e capas de jornais amigas do Governo. Banqueiros condenados a viver nas suas mansões. Juízes a dormir sem peso na consciência. Perseguições abjectas, como a que está a ser feita à Dra. Raquel Varela através do uso de jornais e revistas. 'Especialistas' a ter palco para lucrar com as suas opiniões. Mas também um Manifesto pela Liberdade de Expressão. Um Abaixo-assinado em defesa das crianças e jovens, pela mudança das regras da DGS nas escolas. Na esperança de que o povo manso e bom perceba que, sendo manso, tem muito poder. Sendo manso, pode estar desperto e não ser tomado por povo parvo. Tem muito poder. Mesmo. Temos todos. Juntos.

https://www.facebook.com/elisabete.tavares.186

Sem comentários: