segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Ordem dos Enfermeiros encomenda estudo sobre as condições de trabalho e vida dos Enfermeiros em Portugal



Sem dúvida alguma que a OE (Ordem dos Enfermeiros) é uma mãos largas de dinheiro, são 36 mil euros para ter enfermeira em telenovela, numa estratégia de dignificação e promoção da profissão, segundo propala, e são 70 mil euros por pareceres sobre a sindicância, levada a cabo pelo governo PS e executada pelo pau-mandado do Costa, a ministra Marta Temido – uma manobra intimidatória com o falso pretexto da ilegalidade da campanha de fundos para apoio da greve cirúrgica que agora ficou desmascarada com a aprovação do dito crowdfunding pela ASAE que, na sua inspecção, concluiu que “não se verificou qualquer ilícito”.
Agora, é «a historiadora Raquel Varela vai coordenar um estudo encomendado pela Ordem dos Enfermeiros sobre as condições de trabalho e vida dos Enfermeiros em Portugal. O objectivo deste estudo é obter dados actuais e fidedignos sobre o desgaste destes profissionais, no ano em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) decidiu incluir na lista de doenças o "burnout", estado de esgotamento físico e mental causado pelo exercício de uma actividade profissional - classificação que vigorará a partir de Janeiro de 2022».
E mais: «O estudo, que pretende ser uma radiografia dos Enfermeiros que trabalham em Portugal, será realizado por um consórcio entre a Universidade Nova e o Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa, coordenado por Raquel Varela e co-coordenado pelo professor Henrique Oliveira. Os primeiros resultados são esperados ainda este ano.
A Bastonária Ana Rita Cavaco alerta para a importância deste trabalho. “Estamos a falar de questões muito sérias, que têm consequências directas na prestação dos cuidados de saúde. Quanto mais Enfermeiros participarem, maior será a aproximação à realidade que muitos teimam em negar ou esconder”, sublinha a Bastonária, apelando à adesão dos Enfermeiros quando o estudo estiver disponível. (...)
Raquel Varela, que publicamente se assume como uma defensora do SNS e criticou a requisição civil durante a greve, tem manifestado preocupação com as condições laborais actuais. “Muitas destas pessoas trabalham horas sobre horas, turnos sobre turnos. Isto vai ter consequências”, alerta a historiadora.»
Ora, acrescentamos nós, será uma boa altura para os enfermeiros, encabeçados pela OE, já que esta se tem arvorado em associação de carácter sindical, e pelos demais sindicatos, que até são uma meia-dúzia, agarrarem a reivindicação de exclusividade dentro do SNS, com aumento correspondente do salário. Será mais que uma certeza depararem-se com a resistência tenaz por parte do governo, deste e do que vier a seguir, porque mantendo a situação presente é garantia de baixos salários e de maior desemprego, ganha o estado e ganham os privados.
A exclusividade significa, para além de um maior e mais justo salário (+50% sobre o salário base, por hipótese), será mais descanso físico, mais saúde mental e mais postos de trabalho disponíveis, ou seja, maior empregabilidade e menos emigração.
Uma enfermagem motivada é (também) sinónimo de melhores cuidados prestados pelo SNS. O povo português agradece.

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