Sem
dúvida alguma que a OE (Ordem dos Enfermeiros) é uma mãos largas
de dinheiro, são 36 mil euros para ter enfermeira em telenovela,
numa estratégia de dignificação e promoção da profissão,
segundo propala, e são 70 mil euros por pareceres sobre a
sindicância, levada a cabo pelo governo PS e executada pelo
pau-mandado do Costa, a ministra Marta Temido – uma manobra
intimidatória com o falso pretexto da ilegalidade da campanha de
fundos para apoio da greve cirúrgica que agora ficou desmascarada
com a aprovação do dito crowdfunding pela ASAE que, na sua
inspecção, concluiu que “não se verificou qualquer ilícito”.
Agora,
é «a historiadora Raquel Varela vai coordenar um estudo encomendado
pela Ordem dos Enfermeiros sobre as condições de trabalho e vida
dos Enfermeiros em Portugal. O objectivo deste estudo é obter dados
actuais e fidedignos sobre o desgaste destes profissionais, no ano em
que a Organização Mundial de Saúde (OMS) decidiu incluir na lista
de doenças o "burnout", estado de esgotamento físico e
mental causado pelo exercício de uma actividade profissional -
classificação que vigorará a partir de Janeiro de 2022».
E
mais: «O estudo, que pretende ser uma radiografia dos Enfermeiros
que trabalham em Portugal, será realizado por um consórcio entre a
Universidade Nova e o Instituto Superior Técnico da Universidade de
Lisboa, coordenado por Raquel Varela e co-coordenado pelo professor
Henrique Oliveira. Os primeiros resultados são esperados ainda este
ano.
A
Bastonária Ana Rita Cavaco alerta para a importância deste
trabalho. “Estamos a falar de questões muito sérias, que têm
consequências directas na prestação dos cuidados de saúde. Quanto
mais Enfermeiros participarem, maior será a aproximação à
realidade que muitos teimam em negar ou esconder”, sublinha a
Bastonária, apelando à adesão dos Enfermeiros quando o estudo
estiver disponível. (...)
Raquel
Varela, que publicamente se assume como uma defensora do SNS e
criticou a requisição civil durante a greve, tem manifestado
preocupação com as condições laborais actuais. “Muitas destas
pessoas trabalham horas sobre horas, turnos sobre turnos. Isto vai
ter consequências”, alerta a historiadora.»
Ora,
acrescentamos nós, será uma boa altura para os enfermeiros,
encabeçados pela OE, já que esta se tem arvorado em associação de
carácter sindical, e pelos demais sindicatos, que até são uma
meia-dúzia, agarrarem a reivindicação de exclusividade dentro
do SNS, com aumento correspondente do salário. Será mais que
uma certeza depararem-se com a resistência tenaz por parte do
governo, deste e do que vier a seguir, porque mantendo a situação
presente é garantia de baixos salários e de maior desemprego, ganha
o estado e ganham os privados.
A
exclusividade significa, para além de um maior e mais justo
salário (+50% sobre o salário base, por hipótese), será mais
descanso físico, mais saúde mental e mais postos de trabalho
disponíveis, ou seja, maior empregabilidade e menos emigração.
Uma
enfermagem motivada é (também) sinónimo de melhores cuidados
prestados pelo SNS. O povo português agradece.
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