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O PS
de Coimbra entendeu contrariar o PS nacional, dirigido pelo
primeiro-ministro Costa, e exigiu “um serviço de urgência
polivalente, 24 horas por dia, no Hospital dos Covões e “uma visão
estratégica e funcional” para serviços como cardiologia e
pneumologia. A exigência foi feita há algum tempo e pode acontecer
ter já sido esquecida, mesmo ainda antes das eleições autárquicas
que irão ocorrer em 2021.
A
ministra, mentirosa compulsiva e traficante de números, questionada
sobre a possibilidade de encerramento daquela unidade hospitalar, foi
ambígua na resposta, declarando que não tinha qualquer informação
sobre tal intenção, como se fossem terceiros a decidir sobre o
assunto e não ela e o governo onde assenta o traseiro.
Antes
da ministra encolher os ombros sobre o destino do antigo Hospital
Geral Colónia Portuguesa do Brasil, já o comissário político do
PS na administração do CHUC tinha vindo a terreiro declarar que não
senhor, o hospital não fechará!, ou por outras palavras, negou
o seu “esvaziamento” e que iria acolher “funções
assistenciais relevantes”. Uma delas terá sido o internamento de
doentes pela Covid-19, cujo número sempre foi mantido em segredo,
bem como o número de mortes.
Contudo,
parece que as palavras nem deste nem da outra convenceram fosse quem
fosse, daí, sindicatos e partidos e associações, daquelas que só
surgem nestas ocasiões e cujos lideres representam várias coisas
simultaneamente, entenderam fazer um cordão humano para defesa do
não encerramento das urgências do hospital da Quinta dos Vales em
São Martinho do Bispo. Tudo muito bem!
Os
mesmos promotores do cordão humano sugerem que a nova maternidade
deverá ser construída na área do Hospital dos Covões porque será
uma maneira de manter em funcionamento o hospital. Até aqui tudo
muito bem, contudo ninguém dá uma explicação cabal para a
necessidade da construção de uma maternidade de raiz se existem já
duas na cidade. Será porque irão aumentar o número de camas ou
melhoria das condições em geral, próprias de uma unidade moderna e
funcional, correspondendo às necessidades da população? Ou será mais
uma habilidade, das muitas que temos vindo a assistir neste país, de
construir uma unidade hospitalar sem necessidade objectiva só para
satisfazer interesses privados ou de caciques instalados na
administração pública, neste caso concreto, no SNS?
Seria
interessante saber por que razão se deixou degradar até a um ponto
quase sem retorno a Maternidade Bissaya Barreto, a todos os níveis,
desde instalações, falta de equipamento e de pessoal até à
desorganização e a uma gestão negligente a nível geral, incluindo
a de enfermagem. O que irá preencher o espaço entretanto abandonado
pelo encerramento da MBB, que pela área e localização valerá alguns
milhões de euros? Será para entregar à especulação imobiliária,
conhecendo-se o interesse do presidente da Câmara, homem experiente
nestes negócios, na construção de uma nova maternidade?
Não
será despiciendo relembrar que o CHUC foi criado para diminuir o
número de camas oferecidas pelo SNS em Coimbra com o intuito claro de
libertar mercado para o negócio da medicina privada. E ao que
saibamos a diferença entre os governos PS e PSD quanto à política
de Saúde em Portugal está somente na velocidade com que destroem o
Serviço Nacional de Saúde.
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