Em "Notícias de Coimbra"
No
Centro Hospitalar Universitário de Coimbra muitas coisas estranhas se passam, são
as duas maternidades a rebentar pelas costuras enquanto se prepara o
seu encerramento para a eventual construção de uma outra “mais
moderna”, mas quase de certeza com menor capacidade de atendimento
para as parturientes, sob a lógica de fechar no público para o
privado ter mercado assegurado. E são as intermináveis filas de
espera de doentes para colheita de espécimes para a análise para as
diversas consultas; são filas que começam às seis horas da manhã.
Chegou-se
ao caricato de utentes que chegaram bem cedo de manhã, alguns deles
provenientes de fora de Coimbra, que quando se iniciam as colheitas
são “convidados” pela enfermeira de serviço a irem para o fim
da fila porque outros doentes, entretanto chegados, mas como
marcação, têm prioridade (!?), o que tem originado a revolta com
reclamações e com queixas aos médicos que pediram as análises a
fim de realizar as respectivas consultas e que, por sua vez, têm
chamado a atenção para a anormalidade da situação.
Depois
da situação se tornar insustentável, a enorme
fila de espera estende-se para o exterior do Edifício de S. Jerónimo
com as pessoas ao sol ou ao frio, e com a imprensa local a tornar
público o escândalo, é que os comissários políticos
acoitados no Conselho de Administração reconheceram que situação
era “geradora de manifesta incomodidade”.
E, então, lá encontraram uma situação milagrosa: um outro
contentor, também no exterior do Serviço de
Patologia Clínica, mas este destinado a utentes para a realização
de colheita para teste à covid-19! Criar condições para um
atendimento mais rápido e humanizado foi coisa que com certeza não
lhes passou pela cabeça.
Mas
não é só as filas para o Laboratório Central do CHUC que são
escandalosas e cujos serviços deixam bastante a desejar, de igual
modo é inqualificável o tempo de espera para consultas e para cirurgias
que, devido e a pretexto da covid-19, foi ainda prolongado, com
algumas consultas pedidas há mais de um ano ainda sem data marcada.
A ministra queixa-se que os privados não colaboram, pudera!, estes
só se movem ao cheiro do dinheiro. E no final de Maio, as consultas
que ficaram por se realizar ultrapassavam 1,4 milhões e as cirurgias
51 mil, quantas serão agora?!
Não
é por acaso que o número de mortes de doentes que não foram
atendidos pelo SNS, devido ao facto de este ter sido quase
exclusivamente direccionado ao tratamento dos doentes pelo
coronavírus, ter aumentado em mais de 800 doentes só no período de
3 de Maio a 13 de Junho, ou seja, no primeiro mês e meio de
desconfinamento - segundo estudo da Escola Nacional de Saúde
Pública (ENSP).
Por
aqui se vê a consideração que o governo do PS e a administração
do CHUC têm pelos doentes!
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