quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Pela despenalização da eutanásia!


in "CM"
"Por favor não matem os velhinhos" ou como a Igreja Católica considera o "aborto pior que a pedofilia porque esta não mata"!
Há dois anos a proposta de despenalizar a eutanásia foi chumbada no Parlamento por poucos votos; a direita troglodita, a igreja católica e os “ortodoxos do marxismo” juntaram-se em campanha contra e ganharam. Agora, em 2020, o governo PS e o seu chefe, António Costa, fazendo lembrar um pouco o processo semelhante da despenalização do aborto, retomam o tema numa de “modernidade” e de “defsa dos direitos humanos”, apesar de todos os dias andarem a torpedear esses mesmos direitos; lembremo-nos, por exemplo, da requisição civil dos dos enfermeiros ou dos motoristas de matérias perigosas, que ficaram proibidos de fazer greve, ou de salários justos para todos os trabalhadores, a começar pelos funcionários públicos que se encontram, neste momento, em luta. Mas adiante, para além da eterna hipocrisia burguesa dos direitos e liberdades do indivíduo, vamos aos argumentos.
A ICAR (igreja católica, para quem não saiba) aparece numa de democracia e de auscultação da vontade do povo: faça-se o referendo! A nomenclatura clerical já prepara os comícios no altar, o azar é que vão cada menos crentes à missa, e a imprensa que controla vai em adiantada campanha de “esclarecimento”. Pasma-nos a ICAR não propor, já que está numa de republicana e democrática, a realização de referendo a fim de se saber o que o povo pensa a respeito de ela dever ou não pagar impostos ao Estado; é que com o dinheiro recolectado, e que não seria assim tão pouco, atendendo ao seu imenso património, poder-se-ia criar uma rede nacional de cuidados paliativos e melhorar, inclusivamente, todo o SNS . Diz também que “a vida não é referendável”, contradizendo-se, mas não vá o Diabo deixar que o Parlamento aprove desta vez a despenalização da eutanásia; para a ICAR há axiomas, e por definição inquestionáveis, eternos e contra os quais não admite argumentos.
As clínicas e hospitais privados, e os médicos que aí trabalham, a começar pelo bastonário da Ordem, já foram peremptórios: frontalmente contra. Todos têm medo de perder o considerado “negócio do século, especialmente os médicos que fazem da arte um meio fácil de enriquecimento. O Goldman Sachs já dizia aos laboratórios farmacêuticos para não criarem medicamentos que curassem as doenças porque lá se ia o negócio, deviam era criar moléculas que tornassem a doença crónica, porque, não matando o doente, criava-se um consumidor para toda a vida. Com a despenalização da eutanásia, esta gente tem medo de perder os clientes; e para mais num país envelhecido, onde a terceira idade é um nicho de mercado importante; mesmo com fraco poder de compra, o Estado avançará com o devido financiamento. Não se deve matar os velhinhos!, dizem todos, a começar pela incontornável família Mello. Compreende-se.
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Os partidos que são a favor da despenalização da eutanásia estão todos contentes, aproveitam a oportunidade para fazer de conta que defendem os direitos do povo e confiam antecipadamente na aprovação da lei. Contam também com alguma aceitação por parte da opinião pública, já um pouco moldada por alguma imprensa que não se cansa de apresentar ao vivo pessoas que, em situação de desespero e sem alternativa visível, elas próprias, quase que imploram pela eutanásia. Só que o azar pode acontecer e a lei não ser aprovada. É nesta hipótese que o agora tão prudente PR Marcelo que, andando em visita turística na Índia, não se cansou de apregoar que em território estrangeiro não comenta assuntos nacionais; o farsante arvorado em grande democrata e respeitador dos outros órgãos de soberania! Mas todos estamos à espera que o homem, utilizando todos os meios que o cargo lhe permite, irá esforçar-se o mais possível pela inviabilização da despenalização da eutanásia.
Como diz o povo, só quem passa por elas é que sabe (se há padres que acham que o aborto é pior que a pedofilia, isso é lá com eles, e a esses só desejamos que sejam sodomizados o resto da vida e sejam felizes). Por todas estas razões e mais algumas, somos a favor da despenalização da eutanásia, a pedido unicamente da pessoa (em sofrimento irreversível), inteiramente consciente e orientada, devidamente assistida e apoiada por profissionais da área e idóneos. É um direito inalienável do indivíduo, poder dispor da sua vida, tal como o direito à interrupção da gravidez, o direito da mulher de decidir sobre o seu corpo.
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