domingo, 4 de agosto de 2019

Criados pelo menos 19 hospitais privados em Portugal

O grupo José Mello Saúde vai investir cem milhões de euros no CUF Tejo, em Alcântara, Lisboa, que deverá estar finalizado também no próximo ano

(Fecha-se e degrada-se o público, abre-se o privado... sempre com dinheiros públicos!)

Entre estes 19 novos hospitais, há um reforço da oferta nas grandes cidades, como em Lisboa ou no Porto, mas existe também uma aposta em novas áreas geográficas. Nomeadamente no que diz respeito à Trofa Saúde, um grupo que começou por ser regional e que aposta cada vez mais numa perspectiva nacional.
"Isto quer dizer desde logo que há aqui uma procura. Naturalmente os investimentos começaram a ser feitos nas grandes cidades, em Lisboa e depois no Porto. Mas de facto também têm sido feitos investimentos noutros pontos do país - Madeira, Açores, Vila Real, Viseu", refere o presidente da Associação da Portuguesa de Hospitalização Privada.

"Há um optimismo do sector privado para fazer novos investimentos"

Dos 225 hospitais que existem no país, segundo os últimos dados disponíveis do INE, que dizem respeito ao ano de 2016, 114 são privados. Embora o sector público continue a atender mais doentes (80% do total), a fazer mais cirurgias, internamentos (70%) e consultas (65%), as unidades particulares são as que mais crescem. Aumentaram o número de cirurgias (mais 3,6%), de consultas (4,5%), de exames (7,1%) e cresceram 4% em internamentos.
No entanto, Alexandre Lourenço, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, chama a atenção: "Nós não podemos comparar o número de hospitais privados com os públicos, porque o maior hospital privado tem talvez cerca de cem camas. Quando o maior hospital público tem duas mil e o mais pequeno terá 150 camas. A dimensão é completamente diferente: estamos a comparar uma maçã com uma abóbora."
Para o presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, a análise possível passa por reflectir sobre o crescimento dos hospitais particulares nos últimos anos, que revela "um optimismo do sector privado para fazer novos investimentos". Sustentado por uma descrença no serviço público e por um aumento do financiamento através da rede convencionada da ADSE, que em 2016 passou a render aos privados 405,3 milhões de euros, quando em 2010 ​​​​​​​representava 190,2 milhões (um aumento de 112%).
"O próprio modelo que a ADSE tem vindo a desenvolver é um modelo de promoção e de financiamento do sector privado."
"Existe uma expectativa de que o sector público não terá capacidade para responder, porventura. E embora na área dos seguros não exista um aumento muito grande, na ADSE existe um aumento substantivo do financiamento dos privados. O próprio modelo que a ADSE tem vindo a desenvolver é um modelo de promoção e de financiamento do sector privado. E isso tem dado naturalmente algumas expectativas aos privados para fazerem novos investimentos", indica Alexandre Lourenço.

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