O
grupo José Mello Saúde vai investir cem milhões de euros no CUF
Tejo, em Alcântara, Lisboa, que deverá estar finalizado também no
próximo ano
(Fecha-se e degrada-se o público, abre-se o privado... sempre com dinheiros públicos!)
Entre
estes 19 novos hospitais, há um reforço da oferta nas grandes
cidades, como em Lisboa ou no Porto, mas existe
também uma aposta em novas áreas geográficas.
Nomeadamente no que diz respeito à Trofa Saúde, um grupo que
começou por ser regional e que aposta cada vez mais numa perspectiva nacional.
"Isto
quer dizer desde logo que há aqui uma procura. Naturalmente os
investimentos começaram a ser feitos nas grandes cidades, em Lisboa
e depois no Porto. Mas de facto também têm sido feitos
investimentos noutros pontos do país - Madeira, Açores, Vila Real,
Viseu", refere o presidente da Associação da Portuguesa de
Hospitalização Privada.
"Há um optimismo do sector privado para fazer novos investimentos"
Dos
225 hospitais que existem no país, segundo os últimos dados
disponíveis do INE, que dizem respeito ao ano de 2016, 114 são
privados. Embora o sector público continue a atender mais doentes
(80% do total), a fazer mais cirurgias, internamentos (70%) e
consultas (65%), as
unidades particulares são as que mais crescem.
Aumentaram o número de cirurgias (mais 3,6%), de consultas (4,5%),
de exames (7,1%) e cresceram 4% em internamentos.
No
entanto, Alexandre Lourenço, presidente da Associação Portuguesa
de Administradores Hospitalares, chama a atenção: "Nós não
podemos comparar o número de hospitais privados com os públicos,
porque o maior hospital privado tem talvez cerca de cem camas. Quando
o maior hospital público tem duas mil e o mais pequeno terá 150
camas. A dimensão é completamente diferente: estamos a comparar uma
maçã com uma abóbora."
Para o
presidente da Associação Portuguesa de Administradores
Hospitalares, a análise possível passa por reflectir sobre o
crescimento dos hospitais particulares nos últimos anos, que revela
"um optimismo do sector privado para fazer novos investimentos".
Sustentado por uma descrença no serviço público e por um aumento
do financiamento através da rede convencionada da ADSE, que em 2016
passou a render aos privados 405,3 milhões de euros, quando em 2010
representava 190,2 milhões (um aumento de
112%).
"O
próprio modelo que a ADSE tem vindo a desenvolver é um modelo de
promoção e de financiamento do sector privado."
"Existe
uma expectativa de que o sector público não terá capacidade para
responder, porventura. E embora na área dos seguros não exista um
aumento muito grande, na ADSE existe um aumento substantivo do
financiamento dos privados. O
próprio modelo que a ADSE tem vindo a desenvolver é um modelo de
promoção e de financiamento do sector privado.
E isso tem dado naturalmente algumas expectativas aos privados para
fazerem novos investimentos", indica Alexandre Lourenço.
Sem comentários:
Enviar um comentário