segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Contra a requisição civil dos enfermeiros decretada pelo governo PS/Costa



«A dirigente, deputada e Vice-Presidente da Comissão Parlamentar de Saúde Almeida Santos, tal como o seu governo, no aludido programa da SIC (Expresso da Meia-Noite – SICN), passou todo o tempo a mentir e a provocar. A mentir sobre o não cumprimento dos serviços mínimos na greve às cirurgias por parte dos enfermeiros, a mentir sobre a pseudo-legalidade da actuação do governo, a mentir querendo negar a campanha negra lavada a cabo por este no seio da opinião pública, tentando virar parte do povo contra os enfermeiros, iludindo a verdadeira responsabilidade pelos problemas do SNS. A provocar os enfermeiros e a quem a desmascarava, ali no debate, como agente pago do governo, ou seja, tendo atitude mais que comprometida na má-fé. Sentada lado a lado com Arménio Carlos – um preocupado com “a radicalização da luta”, o outro com “o apelo à rebelião” – completava o conjunto do controlo/repressão sobre os trabalhadores, o cacete e a cenoura, a ameaça e a manipulação. A senhora Vice-Presidente da Comissão Parlamentar de Saúde não quis explicar por que, em situações semelhantes àquela que envolve a bastonária dos enfermeiros a dar apoio à luta da classe, o Costa e o governo não tomam a mesma atitude de corte de relações e de procedimento criminal quando se trata do bastonário e da Ordem dos Médicos.
Ficou bem patente que o governo PS é um pau mandado de interesses que são estranhos e contrários ao povo português, no caso, os interesses corporativos dos médicos que não vêem com bons olhos o protagonismo dos enfermeiros e que estes venham a ter salários um pouco próximos dos seus, não iguais como é evidente, embora trabalhem mais, garantam os serviços 24 horas por dia e não sejam os responsáveis pela imaginosa criação das listas de espera para cirurgias e consultas, no tráfico de doente do público para o privado, onde são tratados pelos mesmos médicos do público ou dentro do SNS mas fora das horas de serviço. O Costa ainda não explicou, e senhora deputada muito menos, quando e como vai acabar com as tão nefandas listas de espera e porque ainda não deixou de financiar os empresários dos serviços de saúde privados e nem definiu a sua posição quanto à nova Lei de Bases da Saúde. Não deixou de ser interessante ver a habilidade do administrador hospitalar, presente no programa em causa, em fugir à questão de se pôr os blocos operatórios a funcionar 12 ou 24 horas por dia, o que seria uma óptima maneira de se acabar com as listas de espera; haveria talvez um pequeno problema que é os médicos, grande parte deles pelo menos, não têm o dom da ubiquidade.
E, já agora, seria bom o governo e os sindicatos esclarecessem qual o estatuto dos enfermeiros que ultimamente estão a ser contratos para o SNS, e os que vão entrar brevemente segundo promessas governamentais, se são CIT ou CTFP? Se são CIT, então, é claro e não deixa margem para dúvidas que o governo quer acabar com a carreira especial de enfermagem, assim como outras, com alguma excepção para os denominados “cães de guarda do regime”, como seja, por exemplo, polícias (cuja reforma é aos 60 anos), juízes e diplomatas, e ter toda a gente em contrato individual, uma forma disfarçada de precariedade.
O governo, o Costa e a Almeida Santos preocupam-se muito com a legalidade da greve dos enfermeiros e dos fundos da greve, mas são os primeiros a torpedear as leis, a cometer as maiores ilegalidades quando se trata de atacar os trabalhadores e defender os patrões, sejam eles nacionais ou estrangeiros, e quando se trata do patrão/estado, porque são os seus privilégios de classe política corrupta que estão em causa. Foi com os professores aquando da greve às avaliações no ano passado, foi com os estivadores, cuja greve foi furada por fura greves que foram apoiados pelas forças de segurança e contra o disposto no Código do Trabalho para defender os lucros dos capitalistas alemães e turcos, e, agora, com os enfermeiros... e o que mais virá.
O governo, o Costa e a Almeida Santos preocupam-se mais em recapitalizar os bancos privados falidos, agora são mais 1100 milhões de euros para o Novo Banco, e já foram mais de 3000 milhões, mais do que no governo anterior, sem se importarem das possíveis ilegalidades, assim como o assalto à banco público CGD que, como toda a gente espera, ficará na impunidade. O governo, o Costa e a Almeida Santos nada fizeram e nem pensam fazer em termos práticos para acabar com a corrupção dentro da própria Assembleia da República: com deputados que faltam às sessões mas registam as presenças; que recebem ajudas de custa para deslocações que não fazem e declaram residências fantasmas; que de manhã estão nos escritórios de advogados, onde defendem clientes em litígio com o estado, e da parte da tarde vão para o plenário fazer e aprovar leis para bem defender os seus clientes. O Costa e a Almeida Santos ainda virão gritar Vem aí o fascismo! Mas foram eles que o trouxeram. E os actuais sindicatos serão cúmplices (o governo PS prepara-se para restringir a greve na Função Pública e a CGTP está a dar-lhe uma boa ajuda ao não repudiar a requisição civil – Dec-Lei 637/74 usado pelos governos provisórios, onde o PCP tinha acento, para reprimir as greves em 1974/75 porque punham em perigo a santa aliança Povo[PCP]/MFA!).
Os enfermeiros repudiam a requisição civil e não a devem respeitar. E o povo português, apesar de intoxicado com as fake news do governo, será solidário com a luta dos enfermeiros. Pelos ataques aos trabalhadores, professores, estivadores, enfermeiros...., o governo do Costa deve ser demitido e o PS não merece o voto dos trabalhadores e do povo português. Com este ataque aos enfermeiros, o Costa mostra a sua verdadeira face, anti-popular, lacaio do capital, reaccionário encartado, e o sinal de como será o próximo governo.
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