«A
dirigente, deputada e Vice-Presidente da Comissão Parlamentar de
Saúde Almeida Santos, tal como o seu governo, no aludido programa da
SIC (Expresso da Meia-Noite – SICN), passou todo o tempo a mentir e
a provocar. A mentir sobre o não cumprimento dos serviços mínimos
na greve às cirurgias por parte dos enfermeiros, a mentir sobre a
pseudo-legalidade da actuação do governo, a mentir querendo negar a
campanha negra lavada a cabo por este no seio da opinião pública,
tentando virar parte do povo contra os enfermeiros, iludindo a
verdadeira responsabilidade pelos problemas do SNS. A provocar os
enfermeiros e a quem a desmascarava, ali no debate, como agente pago
do governo, ou seja, tendo atitude mais que comprometida na má-fé.
Sentada lado a lado com Arménio Carlos – um preocupado com “a
radicalização da luta”, o outro com “o apelo à rebelião” –
completava o conjunto do controlo/repressão sobre os trabalhadores,
o cacete e a cenoura, a ameaça e a manipulação. A senhora
Vice-Presidente da Comissão Parlamentar de Saúde não quis explicar
por que, em situações semelhantes àquela que envolve a bastonária
dos enfermeiros a dar apoio à luta da classe, o Costa e o governo
não tomam a mesma atitude de corte de relações e de procedimento
criminal quando se trata do bastonário e da Ordem dos Médicos.
Ficou
bem patente que o governo PS é um pau mandado de interesses que são
estranhos e contrários ao povo português, no caso, os interesses
corporativos dos médicos que não vêem com bons olhos o
protagonismo dos enfermeiros e que estes venham a ter salários um
pouco próximos dos seus, não iguais como é evidente, embora
trabalhem mais, garantam os serviços 24 horas por dia e não sejam
os responsáveis pela imaginosa criação das listas de espera para
cirurgias e consultas, no tráfico de doente do público para o
privado, onde são tratados pelos mesmos médicos do público ou
dentro do SNS mas fora das horas de serviço. O Costa ainda não
explicou, e senhora deputada muito menos, quando e como vai acabar
com as tão nefandas listas de espera e porque ainda não deixou de
financiar os empresários dos serviços de saúde privados e nem
definiu a sua posição quanto à nova Lei de Bases da Saúde. Não
deixou de ser interessante ver a habilidade do administrador
hospitalar, presente no programa em causa, em fugir à questão de se
pôr os blocos operatórios a funcionar 12 ou 24 horas por dia, o que
seria uma óptima maneira de se acabar com as listas de espera;
haveria talvez um pequeno problema que é os médicos, grande parte
deles pelo menos, não têm o dom da ubiquidade.
E,
já agora, seria bom o governo e os sindicatos esclarecessem qual o
estatuto dos enfermeiros que ultimamente estão a ser contratos para
o SNS, e os que vão entrar brevemente segundo promessas
governamentais, se são CIT ou CTFP? Se são CIT, então, é claro e
não deixa margem para dúvidas que o governo quer acabar com a
carreira especial de enfermagem, assim como outras, com alguma
excepção para os denominados “cães de guarda do regime”, como
seja, por exemplo, polícias (cuja reforma é aos 60 anos), juízes e
diplomatas, e ter toda a gente em contrato individual, uma forma
disfarçada de precariedade.
O
governo, o Costa e a Almeida Santos preocupam-se muito com a
legalidade da greve dos enfermeiros e dos fundos da greve, mas são
os primeiros a torpedear as leis, a cometer as maiores ilegalidades
quando se trata de atacar os trabalhadores e defender os patrões,
sejam eles nacionais ou estrangeiros, e quando se trata do
patrão/estado, porque são os seus privilégios de classe política
corrupta que estão em causa. Foi com os professores aquando da greve
às avaliações no ano passado, foi com os estivadores, cuja greve
foi furada por fura greves que foram apoiados pelas forças de
segurança e contra o disposto no Código do Trabalho para defender
os lucros dos capitalistas alemães e turcos, e, agora, com os
enfermeiros... e o que mais virá.
O
governo, o Costa e a Almeida Santos preocupam-se mais em
recapitalizar os bancos privados falidos, agora são mais 1100
milhões de euros para o Novo Banco, e já foram mais de 3000
milhões, mais do que no governo anterior, sem se importarem das
possíveis ilegalidades, assim como o assalto à banco público CGD
que, como toda a gente espera, ficará na impunidade. O governo, o
Costa e a Almeida Santos nada fizeram e nem pensam fazer em termos
práticos para acabar com a corrupção dentro da própria Assembleia
da República: com deputados que faltam às sessões mas registam as
presenças; que recebem ajudas de custa para deslocações que não
fazem e declaram residências fantasmas; que de manhã estão nos
escritórios de advogados, onde defendem clientes em litígio com o
estado, e da parte da tarde vão para o plenário fazer e aprovar
leis para bem defender os seus clientes. O Costa e a Almeida Santos
ainda virão gritar Vem
aí o fascismo! Mas
foram eles que o trouxeram. E os actuais sindicatos serão cúmplices
(o governo PS prepara-se para restringir a greve na Função Pública
e a CGTP está a dar-lhe uma boa ajuda ao não repudiar a requisição
civil – Dec-Lei 637/74
usado pelos governos provisórios, onde o PCP tinha acento, para
reprimir as greves em 1974/75 porque punham em perigo a santa aliança
Povo[PCP]/MFA!).
Os
enfermeiros repudiam a requisição civil e não a devem respeitar. E
o povo português, apesar de intoxicado com as fake news do governo,
será solidário com a luta dos enfermeiros. Pelos ataques aos
trabalhadores, professores, estivadores, enfermeiros...., o governo
do Costa deve ser demitido e o PS não merece o voto dos
trabalhadores e do povo português. Com este ataque aos enfermeiros,
o Costa mostra a sua verdadeira face, anti-popular, lacaio do
capital, reaccionário encartado, e o sinal de como será o próximo
governo.
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