quinta-feira, 28 de março de 2024

Os lipídios da vacina mRNA-LNP COVID-19 podem causar reações inflamatórias semelhantes a uma infecção real

 

A introdução das vacinas contra a COVID-19 baseadas em nanopartículas lipídicas de mRNA (mRNA-LNP) foi um momento crucial na luta contra o vírus SARS-CoV-2. Embora existam alegações não comprovadas de que as vacinas Comirnaty da Pfizer-BioNTech e Spikevax da Moderna demonstraram eficácia significativa na prevenção de doenças graves e morte associadas à COVID-19, o número de efeitos secundários e as pessoas que realmente os experimentam estão a aumentar e sofrem as consequências a longo prazo destes vacinas do dia a dia!

Como todas as intervenções médicas, estas vacinas não estão isentas de efeitos secundários. No entanto, uma proporção crescente de indivíduos vacinados relata sintomas inflamatórios agudos ou subagudos, levantando questões sobre os mecanismos subjacentes que desencadeiam estas reações.

Neste estudo abrangente, relatado pela COVID-19 News neste artigo, os pesquisadores examinam as complexas respostas imunológicas desencadeadas pelas vacinas mRNA-LNP. O estudo está sendo realizado por uma equipe de diversas instituições renomadas, incluindo a Universidade Semmelweis em Budapeste, a SeroScience em Budapeste, a Etherna Biopharmaceuticals na Bélgica, o Centro Médico Universitário em Utrecht, Holanda, o Gratz College em Filadélfia, EUA, a Universidade de Miskolc em Hungria e Universidade Sungkyunkwan na República da Coreia. O objetivo do estudo é elucidar os mecanismos moleculares por trás da ativação do complemento e da liberação de citocinas pró-inflamatórias por essas vacinas e, assim, identificar possíveis caminhos para reações adversas.

Antecedentes e significado

As vacinas mRNA-LNP foram aclamadas como um avanço na tecnologia de vacinas devido à sua capacidade de provocar respostas imunológicas robustas contra o vírus SARS-CoV-2. No entanto, surgiram preocupações sobre eventos adversos raros observados após a vacinação, alguns dos quais imitavam os sintomas da infecção real por COVID-19. Estes eventos adversos graves de particular interesse levaram a uma revisão e investigação intensivas dos efeitos imunológicos das vacinas mRNA-LNP.

Estudos anteriores destacaram o papel da ativação do complemento e da liberação de citocinas pró-inflamatórias na patogênese de infecções graves por COVID-19. A ativação do complemento, um mecanismo de defesa fundamental, e a subsequente liberação de citocinas pró-inflamatórias são processos intimamente ligados que contribuem para o estado hiperinflamatório observado em infecções graves por COVID-19. Compreender como as vacinas mRNA-LNP modulam essas respostas imunológicas é fundamental para otimizar a segurança e eficácia das vacinas.

Objetivos do estudo

Os principais objetivos deste estudo foram:

Análise dos mecanismos de ativação do complemento pelas vacinas mRNA-LNP Comirnaty e Spikevax.

Examinar a relação entre a ativação do complemento e a produção de citocinas pró-inflamatórias em resposta às vacinas de mRNA-LNP.

-Avaliar a eficácia dos inibidores do complemento clínico na atenuação das respostas imunes induzidas pela vacina.

Métodos e configuração experimental

O estudo utilizou uma combinação de testes in vitro utilizando culturas de células mononucleares do sangue periférico (PBMC) enriquecidas com soro humano e ensaios de ativação do complemento. As vacinas testadas incluíram Comirnaty da Pfizer-BioNTech e Spikevax da Moderna, bem como controles como Lipossomas PEGuilados (Doxebo) e Zymosan como padrão ouro para ativação do complemento.

A ativação do complemento foi avaliada medindo biomarcadores como sC5b-9, C5a, C4d e Bb em amostras de soro após a incubação da vacina. A produção de citocinas pró-inflamatórias em culturas de PBMC foi quantificada por meio de ensaios ELISA, com foco em citocinas como IL-1α, IL-1β, IL-6, IL-8, IFN-γ e TNF-α.

Resultados e conclusões

-Ativação do complemento: Tanto a Comirnaty como a Spikevax induziram uma ativação significativa do complemento, principalmente através da via alternativa. A extensão da ativação foi maior com Comirnaty do que com Spikevax, indicando diferenças específicas da vacina na modulação do complemento.

Produção de citocinas: A exposição a Comirnaty resultou na secreção de citocinas pró-inflamatórias, com IL-6, IL-8 e TNF-α apresentando os níveis de indução mais elevados. A inativação térmica do complemento sérico reduziu a produção de certas citocinas, sugerindo uma ligação entre a ativação do complemento e a liberação de citocinas.

Eficácia dos inibidores C: Os inibidores clínicos do complemento, como Soliris e Berinert, demonstraram inibição parcial da ativação do complemento induzida por vacinas mRNA-LNP. No entanto, eles não suprimiram a produção de citocinas, sugerindo interações complexas entre as vias do complemento e das citocinas.

Discussões e implicações

Os resultados deste estudo fornecem informações valiosas sobre os efeitos imunológicos das vacinas mRNA-LNP COVID-19. A ativação do complemento observada e a liberação de citocinas esclarecem os possíveis mecanismos subjacentes aos eventos adversos induzidos pela vacina. O estudo também mostra quão difícil é atenuar estas respostas imunitárias utilizando apenas o bloqueio do complemento e destaca a necessidade de uma abordagem multidimensional à segurança da vacina.

Do ponto de vista da saúde pública, a compreensão dos perfis imunológicos das vacinas mRNA-LNP pode informar estratégias para melhorar os seus perfis de segurança e atenuar eventos adversos raros. Os resultados do estudo contribuem para discussões em curso sobre a segurança das vacinas e abrem caminho para futuras pesquisas para otimizar o desenho da vacina e os protocolos de administração.

Conclusão

Em conclusão, este estudo representa uma análise abrangente dos efeitos imunológicos das vacinas mRNA-LNP COVID-19, com foco na ativação do complemento, produção de citocinas pró-inflamatórias e eficácia dos inibidores do complemento.

Os resultados destacam a interação complexa entre as respostas imunes inatas e os efeitos colaterais induzidos pelas vacinas e destacam a necessidade de abordagens personalizadas para melhorar a segurança e a eficácia das vacinas. As direções de pesquisas futuras poderiam explorar novas estratégias para modular as respostas imunológicas e minimizar eventos adversos raros associados às vacinas mRNA-LNP, avançando, em última análise, os esforços globais para combater eficazmente as doenças infecciosas.

Os resultados do estudo foram publicados no International Journal of Molecular Sciences.

FONTE 

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