por Dra Maria Gomes de Oliveira (In: Os Nossos Médicos, Segunda vaga)
Os paladinos da medicina baseada na evidência apelidam o contraditório de negacionista e chalupa. Por ventura estarão no seu direito mas seria cortês e louvável fundamentar a adjectivação porque o óbvio incómodo que a divergência lhes causa não é escusa bastante nem científica nem ética.
Mas porque , como diz o poeta, outro “valor mais alto se alevanta” e ainda porque vivemos em democracia, resta aos incomodados aprender a coexistir com o desconforto porque, nós, os chalupas inconvenientemente contraditórios, não vamos desistir.
E não vamos desistir porque os números não mentem e porque não estamos sós nesta demanda nem baseamos as análises que fazemos num qualquer oráculo de estudos e de especialistas sem rosto e sem nome.
Em entrevista recente à estação de rádio britânica talkRadio o reconhecido “insider” da indústria farmacêutica e ex-director científico da Pfizer, Dr. Mike Yeadon, foi peremptório:
“Não há ciência para sugerir que uma segunda vaga deva acontecer". “A profusão de falsos positivos resultantes de testes de diagnóstico inerentemente não confiáveis tem sido usada para fabricar uma segunda vaga com base em ‘novos casos’ quando metade, ou mesmo quase todos os testes Rt-PCR, resultam em falsos positivos”.
O Dr. Yeadon considerou também, à semelhança de Fiston, que o limiar para a imunidade de grupo é muito mais baixo do que se pensava e que pode já ter sido alcançado pelo que falar-se em “segunda vaga não faz qualquer sentido”.
Pelo exposto e quando questionado se considerava que se estavam a tomar medidas governamentais com base em dados falsos, o Dr. Yeadon respondeu com um lacónico "sim".
"Se não fosse pelos dados da testagem com que nos bombardeiam a toda a hora seria fácil concluir que a pandemia acabou.
Os indicadores importantes e a valorizar num contexto de pandemia são as hospitalizações, principalmente em cuidados intensivos e o número de mortes.
Portanto no contexto actual e pela análise dos números a conclusão elementar é que a pandemia acabou”.
“Obviamente que estando nós no Outono, vão continuar a haver pessoas internadas e com pneumonia e o seu número vai inevitavelmente aumentar porque está à porta a nova temporada de gripe.
Mas não há bases científicas que permitam afirmar que uma segunda vaga deva acontecer".
“Foi amplamente observado que em todos os países europeus fortemente infectados e nalguns estados dos EUA, a forma das curvas diárias de mortes versus tempo é similar.
E muitas dessas curvas não só são semelhantes como praticamente sobreponíveis” - da análise dos gráficos do Reino Unido, Suécia, Estados Unidos e do mundo é imediata a conclusão que em todos os casos, as mortes aumentaram de março até final de abril, depois começaram a diminuir paulatinamente até que a curva de mortalidade se achatou no final de junho e assim continua até hoje.
O número de “novos casos”, no entanto, fundamentado no mantra “testar, testar, testar”, continua a subir e a oscilar para cima e para baixo, descontroladamente, traduzindo tão só o fluxo da testagem.
A comunicação social sob os auspícios do etéreo oráculo de especialistas e pela boca dos seus acólitos alimenta já a expectativa de uma "segunda vaga" com o habitual bombardear de números absolutos de forma alarmista e descontextualizada sem referência ao total de testes realizados por dia, sem revelar claramente a que percentagem do total de testes efectuados correspondem os positivos e, principalmente, continuando a escamotear levianamente a percentagem de falsos positivos.
(...)
Sem comentários:
Enviar um comentário