quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Crise covid - Das evidências e da Segunda vaga

por Dra Maria Gomes de Oliveira (In: Os Nossos Médicos,  Segunda vaga)

Os paladinos da medicina baseada na evidência apelidam o contraditório de negacionista e chalupa. Por ventura estarão no seu direito mas seria cortês e louvável fundamentar a adjectivação porque o óbvio incómodo que a divergência lhes causa não é escusa bastante nem científica nem ética.

Mas porque , como diz o poeta, outro “valor mais alto se alevanta” e ainda porque vivemos em democracia, resta aos incomodados aprender a coexistir com o desconforto porque, nós, os chalupas inconvenientemente contraditórios, não vamos desistir.

E não vamos desistir porque os números não mentem e porque não estamos sós nesta demanda nem baseamos as análises que fazemos num qualquer oráculo de estudos e de especialistas sem rosto e sem nome.

Em entrevista recente à estação de rádio britânica talkRadio o reconhecido “insider” da indústria farmacêutica e ex-director científico da Pfizer, Dr. Mike Yeadon, foi peremptório:

Não há ciência para sugerir que uma segunda vaga deva acontecer". “A profusão de falsos positivos resultantes de testes de diagnóstico inerentemente não confiáveis ​tem sido usada para fabricar uma segunda vaga com base em ‘novos casos’ quando metade, ou mesmo quase todos os testes Rt-PCR, resultam em falsos positivos”.

O Dr. Yeadon considerou também, à semelhança de Fiston, que o limiar para a imunidade de grupo é muito mais baixo do que se pensava e que pode já ter sido alcançado pelo que falar-se em “segunda vaga não faz qualquer sentido”.

Pelo exposto e quando questionado se considerava que se estavam a tomar medidas governamentais com base em dados falsos, o Dr. Yeadon respondeu com um lacónico "sim".

"Se não fosse pelos dados da testagem com que nos bombardeiam a toda a hora seria fácil concluir que a pandemia acabou.

Os indicadores importantes e a valorizar num contexto de pandemia são as hospitalizações, principalmente em cuidados intensivos e o número de mortes.

Portanto no contexto actual e pela análise dos números a conclusão elementar é que a pandemia acabou”.

Obviamente que estando nós no Outono, vão continuar a haver pessoas internadas e com pneumonia e o seu número vai inevitavelmente aumentar porque está à porta a nova temporada de gripe.

Mas não há bases científicas que permitam afirmar que uma segunda vaga deva acontecer".

Foi amplamente observado que em todos os países europeus fortemente infectados e nalguns estados dos EUA, a forma das curvas diárias de mortes versus tempo é similar.

E muitas dessas curvas não só são semelhantes como praticamente sobreponíveis” - da análise dos gráficos do Reino Unido, Suécia, Estados Unidos e do mundo é imediata a conclusão que em todos os casos, as mortes aumentaram de março até final de abril, depois começaram a diminuir paulatinamente até que a curva de mortalidade se achatou no final de junho e assim continua até hoje.

O número de “novos casos”, no entanto, fundamentado no mantra “testar, testar, testar”, continua a subir e a oscilar para cima e para baixo, descontroladamente, traduzindo tão só o fluxo da testagem.

A comunicação social sob os auspícios do etéreo oráculo de especialistas e pela boca dos seus acólitos alimenta já a expectativa de uma "segunda vaga" com o habitual bombardear de números absolutos de forma alarmista e descontextualizada sem referência ao total de testes realizados por dia, sem revelar claramente a que percentagem do total de testes efectuados correspondem os positivos e, principalmente, continuando a escamotear levianamente a percentagem de falsos positivos.

(...)

Artigo completo

Sem comentários: