segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Os trabalhadores estão na rua!


No sábado mais de 150 mil cidadãos saíram à rua mostrando a sua indignação (e REVOLTA) pelas medidas gravosas contidas na proposta de Orçamento do Estado para 2012. As palavras de ordem foram variadas: “não somos mercadoria nas mãos dos banqueiros”, “a precariedade não é inevitável”, “eles é que vivem acima das suas possibilidades”, “austeridade não é solução”, “contra o capital”, “não esbanjamos, não pagamos”, “nova geração, novo Abril”, “troika fora de Portugal”, “façamos como a Grécia, greve geral”, “suspensão do pagamento da dívida”, etc.

As centrais sindicais estiveram caladas e só quando os trabalhadores saíram à rua é que tentam acordar uma data para a greve geral, que esperamos que não seja como a última que se limitou a marcar o ponto. E onde está o SEP durante este tempo de luta se há milhares de enfermeiros desempregados, precários ou obrigados a trabalhar com horários prolongados e a ganhar abaixo do estipulado pela lei? Carvalho da Silva, e temos que fazer justiça, esteve presente.

À dívida, de que tanto se fala e que é apresentada como a razão principal das medidas apresentadas pelo governo, deve ser feita uma auditoria pública e independente, e se se chegar à conclusão de que é ilegítima, então, não deve ser paga; e até lá a suspensão do pagamento deve ser imediata. No entanto, sabemos que, durante o dia de Sábado, o PCP mandou os militantes para as sedes a fazer reuniões impedindo-os de se juntar às manifestações, e foi onde estiveram os principais dirigentes do SEP, pela simples razão de que este partido é a favor do pagamento de uma dívida que não foi contraída pelos trabalhadores nem reverteu a seu favor.

Mas também fazemos a pergunta: e os outros dirigentes sindicais, dos sindicatos afectos à UGT, estiveram em casa a rezar para que este governo se aguente os 4 anos? Olhem que a história diz-nos que os governos de coligação em Portugal nunca chegam ao fim da legislatura. E a este devemos fazer os possíveis para que tenha uma vida bem breve.

Com outros dirigentes sindicais que desde os PECs dos governos anteriores que a luta já se tinha iniciado de forma contínua e que, agora com estas medidas, estaríamos há muito na rua e na ocupação dos locais de trabalho numa autêntica sublevação. Mas parece que estão em catalepsia e, por outro lado, muitos trabalhadores da administração pública, onde se inclui a grande maioria dos enfermeiros, parecem que ainda não interiorizam a gravidade das medidas agora anunciadas:

corte (roubo) de 5% dos salários que passam deste ano para o ano que vem (os trabalhadores e pensionistas irão pagar ainda este ano mais 800 milhões € de IRS); corte (roubo) de parte do subsídio de natal este ano; corte (roubo) dos subsídios de férias e de natal em 2012 e 2013 (que se manterão no futuro tal como os 5% deste ano), que serão 952,6 milhões por ano acrescidos à perda de 14% do nosso poder de compra (no final cerca de 25%); corte (roubo) dos mesmos subsídios aos pensionistas (1.682 milhões euros por ano); mais meia hora de trabalho por dia aos trabalhadores do sector privado (7.002.681.382 de euros). Tudo para aumentar os lucros dos patrões e recapitalizar a banca, que já recebe 12 mil milhões e que iremos também pagar.

Com sindicatos a sério, defensores dos trabalhadores, já teríamos uma revolta social também a sério. É pela prática que se afere do verdadeiro posicionamento de quem se diz defensor dos trabalhadores. E os factos demonstram que estes dirigentes sindicais (de todos os sindicatos dos enfermeiros) não estão na barricada dos trabalhadores que dizem representar.

1 comentário:

Anónimo disse...

É só revoluçºão e mais revolução. Vanguarda e mais vanguarda. De café, de sofá, de computador e afins. Tanta prosápia,... porque não arranjaste uma lista sindical de enfermeiros revolucionários para concorrer à eleições do SEP?