O Brasil responde por 30% das mortes de enfermeiras (os) no planeta - Rovena Rosa/Agência Brasil
O levantamento é do Observatório da Enfermagem, o instrumento criado pelo Cofen, o Conselho Federal de Enfermagem
por Ayrton
Centeno
«Na
linha de frente da batalha, 316 enfermeiras e enfermeiros já
perderam a vida lutando contra a covid-19. O levantamento é do
Observatório da Enfermagem, o instrumento criado pelo Cofen, o
Conselho Federal de Enfermagem, para avaliar o tamanho do desastre
sofrido pela profissão no Brasil. Sessenta e quatro por cento das
vítimas são mulheres, maioria no ofício. A maior parte dos óbitos
ocorreu na região Sudeste (35,4%), seguida pelo Nordeste (27,2%) e o
Norte (21,5%).
O
Cofen observa que sua contagem relaciona profissionais de enfermagem
em geral, o que abarca enfermeiras (os), técnicos e auxiliares.
Sozinho, o Brasil responde por 30% das mortes de enfermeiras (os) no
planeta. A organização mundial que reúne os conselhos nacionais, o
Internacional Council of Nurses (ICN), confirma a situação.
1,1
milhão de infectados
“Com
a última atualização de junho, sabemos que o Brasil teve o maior
número de mortes de enfermeiras", confirma, por email, a
assessora política Hoi Shan Fokeladeh, do ICN. "De acordo com
nossa investigação, 7% de todas as pessoas infectadas no mundo são
trabalhadores da saúde", comenta a assessora. Como há mais de
16 milhões de contaminados no planeta, cerca de 1,1 milhão seriam
profissionais de saúde.
Mais
mortes entre os 41 e 50 anos
Levando-se
em conta a idade, a faixa etária mais afetada no Brasil é aquela
localizada entre 41 e 50 anos, onde houve 96 óbitos. O segundo
contingente mais atingido, entre 51 e 60 anos, registra 86 perdas.
Chama a atenção que uma faixa de adultos ainda jovens – entre 31
e 40 anos – acusa 61 mortes.
Entre
os estados, São Paulo com 52 óbitos e o Rio de Janeiro com 45
tinham, nesta segunda-feira, dia 27, a pior situação. A seguir,
Pernambuco (29), Amapá (19) e Mato Grosso e Amazonas, ambos com 18
perdas.
Quase
30 mil contaminados
Seguindo-se
o monitoramento do Observatório de Enfermagem, 29.609 enfermeiros,
técnicos e auxiliares contraíram a covid-19. Deste total, 12.994
estavam em quarentena e 200 internados. São Paulo também lidera
aqui com 4.915 profissionais de enfermagem infectados desde março.
Segue-se o Rio de Janeiro com 4.239, mais a Bahia com 3.428. Vale
atentar para o avanço da covid-19 entre as (os) enfermeiras (os) no
Sul do país. O quarto estado com mais casos é o Rio Grande do Sul
(1.993) e o quinto, Santa Catarina, com 1.708.
Apesar
do patamar de 2,4 mortes a cada 24 horas, o Cofen notou uma queda nos
óbitos dos profissionais do setor durante julho na maior parte do
país. A melhoria estaria relacionada “à maior disponibilidade de
EPIs (equipamentos de proteção), à capacitação dos profissionais
para usá-los e ao afastamento dos que integram o grupo de risco”.
Na
contramão da tendência, Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso
assinalaram um aumento de 100% no número de mortes em relação a
junho.
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