sexta-feira, 31 de agosto de 2012

No Orçamento do Estado para 2013, o SNS terá corte de 233 milhões



Ainda antes dos inspectores da troika chegarem a Lisboa, fora anunciado um orçamento mais curto para a Educação, Segurança Social e Saúde para 2013. Na saúde serão menos 233 milhões de euros. Despois da inspecção quase de certeza que os cortes a fazer serão maiores, bem como as medidas de austeridade adicionais, onde se incluirá o corte de um dos subsídios a todos os trabalhadores assalariados do sector privado.

Ainda antes do dia 15 de Outubro, data limite para entrega da proposta final do Orçamento do Estado para 2013 (OE-2013) se saberá das reais propostas de orçamento dos diversos ministérios que estão, neste momento, a ser apreciadas pelo Ministério das Finanças. À semelhança do OE-2012, quase todos os ministérios verão as suas dotações substancialmente diminuídas, com excepção dos ministérios da Administração Interna e da Defesa. Em 2012, a par dos políticos em cargos públicos, que viram os seus rendimentos aumentados em média 80 euros (ganham uma média mensal de 5700 euros!), os polícias viram os seus rendimentos aumentados em 2% (os cães de guada devem andar gordos!), enquanto os trabalhadores do estado viram os seus salários diminuídos em cerca de 25%.

O governo prepara-se para tomar conta dos dinheiros da Segurança Social, mais de 49 mil milhões de euros, para recapitalizar a banca e controlar o défice das contas públicas. Passarão a ser geridos directamente pelo Ministério das Finanças. O que significa o assalto derradeiro às economias de uma vida de trabalho e que, em princípio, se destinariam a garantir um resto de vida com dignidade a todos os trabalhadores. As nossas reformas e outros benefícios sociais, constituídos pelos descontos dos salários de todos nós, trabalhadores, estão em perigo. O governo PSD/CDS quer pauperizar ao máximo o povo português.

É bom lembrar que o OE/12 atribuiu menos 753 milhões de euros ao SNS, o que implicou uma política de contenção nos hospitais e centros de saúde, traduzida no corte de 11% nos custos operacionais. Estes custos não foram apenas em menos cirurgias e transplantes, mas essencialmente em despesas com pessoal. Não houve admissões de enfermeiros, ou outro pessoal técnico, e as 750 novas admissões de enfermeiros para este ano serão, quase de certeza, em moldes já conhecidos: subcontratação a 4 euros à hora, ou seja, trabalho escravo. Quanto a abertura de concursos para enfermeiro principal, nem miragem chega a ser! A troika manda cortar. E os lacaios e traidores obedecem servilmente.

PS: O primeiro-ministro acaba de se reunir com o secretário do PS, fácil é adivinhar o resultado do conciliábulo: o PS irá “abster-se violentamente” na votação do OE-2013.

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