quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Por todo o país há falta de enfermeiros, o resultado é trabalhar mais e/ou fechar serviços...



1. Por todo o País há unidades com falta de profissionais qualificados. A solução é trabalhar mais ou ter menos doentes Dois doentes críticos a precisar de ventilação não tinham vaga na unidade de cuidados intensivos do Hospital Garcia do Orta, no domingo. A solução, para o doente do foro cardíaco e outro com problemas respiratórios, foi ficar em camas ligadas ao serviço de urgência, um deles com recurso a um ventilador portátil.

Os cuidados e a segurança nesta unidade não são as mesmas, mas a falta de enfermeiros obrigou ao fecho de duas das oito camas de cuidados críticos. Todo o País se depara com falta de camas nos cuidados intensivos e sobretudo de profissionais qualificados. No Garcia de Orta, o fecho foi a solução mais acertada perante riscos de segurança e qualidade da resposta, dizem vários especialistas. Mas há hospitais onde isso se tem evitado com médicos a fazer vários turnos de 24 horas e os enfermeiros turnos sucessivos. Uma sobrecarga que também ela pode afetar os cuidados e trazer riscos.

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2. Relativamente ao problema da saúde mental, os responsáveis (os coordenadores do Observatório Português dos Sistemas de Saúde - OPSS) mostraram-se particularmente preocupados com a falta de recursos humanos para cuidar destes doentes e com o tempo de espera entre o aparecimento dos sintomas e o início dos tratamentos.

O tempo que medeia o início dos sintomas, a primeira consulta e o começo dos tratamentos "está acima de todas as médias europeias" e está a aumentar, disse, considerando este um dado de "enorme importância que precisa de ser considerado".

Ana Escoval apontou ainda o facto de os hospitais serem financiados em função do número de camas, ficando sem meios para fazer o acompanhamento domiciliário, os tratamentos na comunidade.

Para ilustrar a falta de recursos humanos nesta área e a incapacidade de contratar alguém, a mesma responsável contou que num hospital do Norte foi dada ordem para encerrar o serviço de psiquiatria no mês de Agosto.

O serviço só não fechou, porque os profissionais se organizaram e voluntariaram para conseguir manter a unidade em funcionamento, não acatando a ordem superior de encerramento, contou.

Para a responsável este é um dos casos que se passam nas unidades do Serviço Nacional de Saúde e que são sintomáticos do estado de exaustão em que se encontram os profissionais e para o qual as ordens dos médicos e dos enfermeiros têm vindo a alertar.

Manuel Lopes salientou que os serviços de saúde mental e de psiquiatria que o país tem são "muito maus", frisando que "em toda a região sul não há resposta nenhuma para a área da saúde mental". (...)

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