quinta-feira, 26 de junho de 2014

Serviços de saúde do Algarve em situação calamitosa



Ordem dos Médicos estima que faltam na região mais de 250 clínicos; presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve afirma que nunca se chegou a um nível de degradação como está a acontecer, com um “jogo de empurra” para saber de quem é a responsabilidade.

“Sempre houve dificuldades, mas isto nunca esteve ao nível em que está agora", diz o presidente da Câmara de Tavira. Foto de Jsobral.

Faltam no Algarve mais de 250 médicos, uma situação grave que pode tornar-se dramática durante o Verão, altura em que a população da região triplica, denunciou terça-feira Jaime Teixeira, presidente do Conselho Regional Sul da Ordem, dando como exemplo o Serviço de Urgência Básica de Loulé que já fechou alguns dias, durante este mês, por falta de médicos. "É quase um crime económico. Vai se destruir o turismo, não havendo assistência médica suficiente", declarou Jaime Teixeira em conferência de imprensa.

Situação calamitosa

Para o presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve, a falta de meios humanos nos serviços de Saúde da região, em particular nos Serviços de Urgência Básica, é “calamitosa” e “prejudica gravemente” a imagem do destino turístico. Jorge Botelho, também presidente da Câmara de Tavira, disse que a falta de meios humanos nas urgências é um problema que está identificado pela Administração Regional de Saúde (ARS) e pelo Centro Hospitalar do Algarve (CHA), mas os dois organismos tutelados pelo Ministério da Saúde continuam a divergir sobre quem tem a responsabilidade de garantir o funcionamento dos SUB. “É um lamentável jogo do empurra, que nunca aconteceu como até agora. Nunca chegámos a um nível de degradação dos serviços públicos como está a acontecer, com aparentemente uma discussão de quem é que tem competências sobre quê de dois serviços da Saúde, a ARS e o CHA, que não se entendem e os utentes, que pagam impostos e taxas e têm direito à Saúde, estão a ser penalizados, nomeadamente com os encerramentos e falhas de serviço que estão a acontecer”, criticou, em declarações à Lusa.

Mau demais para ser verdade

“Se a ARS e o CHA não conseguem entender-se, então o senhor ministro ou o senhor secretário de Estado que ponham ordem na casa, porque o que está a acontecer é lamentável e mau demais para ser verdade”, disse o autarca, que concluiu: “Sempre houve dificuldades, mas isto nunca esteve ao nível em que está agora. Por isso alguém tem que pôr ordem na casa, porque o que se está a passar no Algarve é verdadeiramente calamitoso e está a afetar gravemente a imagem da região”.

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