terça-feira, 18 de junho de 2013

Os despedimentos coletivos do Governo já começaram na Saúde



No Hospital Curry Cabral 50 trabalhadores foram na passada semana informados que iriam ser despedidos pelo Conselho de Administração. São enfermeiros, assistentes operacionais e assistentes técnicos que trabalham há 3 anos no hospital e cuja permanência é vital para o funcionamento da unidade de saúde. Os sindicatos do sector, como não poderia deixar de ser, convocaram para hoje uma concentração no Hospital de S. José onde está o Conselho de Administração – vale mais tarde do que nunca, só que já será tarde para estes trabalhadores.

Este é o início do despedimento de dezenas de precários da função pública a que Passos, Portas e Gaspar chamam “Reforma do Estado”. O relatório do FMI da passada semana revelou o que o Governo não pode confessar, nos próximos dois anos a massa salarial da função pública irá ser cortada em 2.200 milhões de euros, o que significa despedimentos em massa. A “mobilidade especial” e a “requalificação” são expedientes para camuflar o despedimento. O plano terá de ser cumprido até final de 2014, e não 2015 como aparentemente fora combinado. Este governo tem medo de ser despedido ainda antes de ter levado a bom porto a tarefa de vendilhão a que se propôs.

Os despedimentos estão previstos para toda a administração do estado, central e autárquica, e não afectará somente pessoal pouco qualificado e em situação precária. Claro que os trabalhadores a contrato a termo certo serão os primeiros, porque mais fácil e mais barato, mas os restantes, desde pessoal mais qualificado até em situação de contrato ilimitado, estará igualmente na calha dos descartáveis. Não serão só os professores, outros grupos profissionais como enfermeiros, levarão o destino da porta da rua, independentemente de serem ou não necessários – as ordens são para cortar, acabar ou reduzir ao mínimo as funções sociais do estado (saúde, educação e segurança social, esta indevidamente nas mão do estado) para as entregar ao lucro insaciável dos empresários da cor. Os enfermeiros ponham as barbas de molho, e se o pessoal dito “efectivo” está a ser empurrado para a reforma precoce através de aposentações compulsivas, o que não deixa de ser um despedimento camuflado, as rescisões ditas “amigáveis” estão aí.

A greve dos professores merece toda a nossa maior solidariedade porque esta classe está ser, neste momento, a vanguarda de luta contra a política austeritária e criminosa do governo da direita nacional mais cavernícola, e se forem derrotados irão de seguida todos os trabalhadores da função pública e, em efeito de dominó, todo sector privado que também está a sofrer com a falência em catadupa de muitas pequenas e médias empresas.

A greve geral do próximo dia 27 de Junho merece todo a adesão da classe dos enfermeiros.

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