segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Médicos e polícias



«Paulo Macedo voltou a afirmar que "o SNS é essencial, sobretudo para os mais vulneráveis" e lembrou que é no serviço público "onde há o trabalho mais diferenciado, serviços de excelência e de investigação". Quanto a possíveis cortes, o ministro reforçou que o Governo acha "que a área da saúde será uma área protegida". "Não é na saúde que estamos acima da média europeia", salientou, referindo que o orçamento para o próximo ano "é relativamente estável, com uma redução de 3% devido ao encargo com o pagamento de mais um subsídio que não ocorreu em 2012".» dn 22.11.12

Esta história da Saúde, área protegida, com direito a cortes de financiamento mais suaves, não passa de mais uma tirada de propaganda urdida pelos assessores de marketing do senhor ministro, destinada a enganar os portugueses.

Para já, estão previstos 485 milhões de euros de cortes para o próximo ano. Fora os extraordinários e estruturais.

A estratégia de não fazer ondas e discurso simpático, enquanto vai mexendo os cordelinhos, visa atingir fundo. Não já o corte de gorduras mas o cerrar de nacos do sistema.

As taxas moderadoras, ou antes, os co-pagamentos dos cuidados hospitalares vão aumentar no próximo ano, ceifando mais alguns milhares de utentes do acesso. Os que ainda puderem pagar, dentro em breve, reclamarão a saída atraídos pela oferta privada mais barata. Victor Gaspar, não hesitará, então, em dar aos corajosos reclamantes o merecido prémio fiscal.

O discurso de falinhas mansas, em defesa do SNS, é o instrumento escolhido pelo ministro da saúde para adormecer os portugueses. Sem oposição de monta, se nada acontecer que trave esta política, dentro em breve, a reviravolta estará consumada. Restar-nos-à um SNS assistencialista, espremido à expressão mais simples, destinado a tratar portugueses isentos de co-pagamentos, igualmente assistidos pelo banco alimentar da senhora jonet.

Não foi por acaso que Paulo Macedo decidiu assinar o acordo e pagar mais aos médicos. Tal como o seu colega de governo, Miguel, decidiu pagar mais aos policias.

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