quarta-feira, 5 de maio de 2010

A luta continua... dentro de momentos!


Os 4 sindicatos de enfermagem, que se têm sentado à mesa das ditas “negociações” com o Governo/ministra da saúde, e em particular a CNESE, entenderam apresentar uma nova contra-proposta, onde aceitam o faseamento da entrada em vigor da hipotética nova carreira/grelha salarial.

Os sindicatos dizem mostrar-se sensíveis aos argumentos do Governo de que “não há dinheiro”, da “crise económica do país”, e pensam que, assim, a sua contra-proposta de faseamento irá ser “entendida “como mais uma tentativa de aproximação das posições”.

Os sindicatos arriscam-se ao manifestar tanta boa vontade – outra coisa ainda não fizeram desde há 10 anos, exactamente o tempo em que se “negoceia” a nova carreira – de virem a ceder em toda a linha, na medida em que ainda não vimos o Governar recuar seja no que for.

Quanto à grelha salarial, o início de carreira será na posição 15 em 2010, na posição 19 em 2011, e posição 21 em 2012, as restantes posições sofrem uma transição semelhante. Mas quanto à transição dos enfermeiros que estão na “velha carreira”, os sindicatos falam na “contagem do tempo de serviço para todos os Enfermeiros”, só não dizem que tempo? Tempo de carreira? Tempo em que a actual carreira esteve congelada? Tempo em que um enfermeiro já não sobe de escalão, alguns de nós vão em oito anos que não passam de cepa torta?

Quanto à remuneração dos chefes e super-visores, os sindicatos baixaram a fasquia em 5% em relação à proposta inicial. Mesmo assim, caso a proposta sindical seja aprovada, serão estas as categorias mais beneficiadas na transição. Os chefes irão receber mais 35% da Posição Remuneratória (PR) 1 para além do vencimento actual, e os supervisores mais 45% da referida PR 1. Fica-se com a ideia, senão a certeza, de que os sindicatos preocupam-se mais com as chefias do que propriamente com o resto da classe.

Não se encontram agendadas novas reuniões e nem se sabe ainda quando será aplicado o “programa grevista” (os famigerados 15 dias de greve). Final de Maio? Para o Verão? Espera-se contra-propostas do Governo? A sensação com que se fica é a de que os sindicatos não andam muito entusiasmados com aquilo que apresentam. Há pouca convicção por parte dos nossos representantes sindicais. Será porque o Governo português vai ter de contribuir com 2 mil milhões de euros para ajudar a Grécia a sair da bancarrota e, dessa maneira, haver ainda menos dinheiro para nós, enfermeiros? Parece que até nem há falta de dinheiro. Haverá quanto muito é falta de vontade!

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