domingo, 18 de abril de 2010

Não se pode perder mais tempo!


O SEP resolveu fazer um périplo pelos diversos pontos do país onde mais se concentram os seus associados, e faz muito bem!

Nessas reuniões, haverá duas questões a focar: 1- é uma falácia, a ministra declarar que não há dinheiro para pagar aos enfermeiros; 2- as formas de greve a adoptar terão de ser de molde a fazer mossa.

1- É um escândalo e chega a ser pornográfico que, no país com os mais baixos salários da UE, os gestores públicos recebam salários e benesses que chegam aos 3 milhões de euros/ano; o governo vá emprestar 774 milhões de euros à Grécia, se Portugal está numa situação muito semelhante de pré-bancarrota; se gaste 34 milhões de euros com médicos contratados e se vá gastar não se sabe ainda quanto com a contratação de médicos reformados.

2- A próxima greve, seja por tempo indeterminado, por duas semanas nos blocos e nos centros de saúde com fundo de greve, greve sem cuidados mínimos, etc., tem de ser uma greve que faça mossa, que cause prejuízo ao estado e incomode as “boas consciências”. Caso se enverede por greve do género das que se tem feito é o mesmo que liquidar a luta que está em curso. E será o descrédito do sindicalismo que temos.

É bom relembrar que a traição maior que os sindicatos, ou melhor, as direcções sindicais vigentes, cometeram para com a classe foi o atirar para as urtigas o tempo em que a “velha carreira” esteve (e ainda está) congelada (há colegas que não sobem há 8 anos) – tempo que não vai contar para nada. Esta foi a maior traição cometida.

Outro “lapso” dos sindicatos (direcções sindicais) foi o acordar tarde para a luta. Ainda gostaríamos de saber por que é que os enfermeiros, à medida que se licenciavam, não passaram automaticamente a ganhar como tal.

O curriculum dos actuais dirigentes sindicais é fraco e é suspeito, e é a verdade dos factos que o diz! Isto quer dizer que perdemos demasiado tempo e ninguém, verdadeiramente interessado numa profissão digna, está disposto a perder mais tempo. A próxima greve tem de ser a última e, como tal, tem de ser demolidora. Falhar na próxima é a derrota definitiva e o momento é bom, porque já se fala nos bastidores dos partidos políticos (e nós falamos com conhecimento de causa) na sucessão de Sócrates. Este primeiro-ministro de má-memória, que se diz de esquerda, mas que é e governa bem à direita (ou seja, contra os que trabalham), já tem os patins calçados.
É tudo uma questão de tempo, logo que o PS se entenda quanto ao seu candidato às presidenciais, e isso está para breve, será desencadeado o processo para a demissão do governo pela Assembleia da República e novas eleições serão marcadas.

Poderemos não gostar, mas a verdade é que os nossos timings de luta pela carreira estão, de certo modo, condicionados pelos da política do país. O segredo é sabermos meter na onda na altura própria.

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