quarta-feira, 17 de abril de 2019

A greve dos motoristas de matérias perigosas vai no terceiro dia e põe a "geringonça" em pânico


in Noticias de Aveiro

«A greve dos motoristas de matérias perigosas, que cumpre esta quarta-feira o terceiro dia, levou o Governo a avançar com uma requisição civil e gerou uma corrida aos postos de combustível.

JN

A greve foi convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), por tempo indeterminado, para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica.

Na terça-feira, gerou-se uma corrida aos postos de abastecimento de combustíveis, deixando muitos deles esgotados e provocando o caos nas vias de trânsito.
A Associação Nacional de Revendedores de Combustível (ANAREC) estimou hoje que cerca de 40% dos postos da rede nacional estejam neste momento inativos ou em situação de pré-rutura de 'stock'.

Hoje, o Governo admitiu alargar os serviços mínimos decretados e adiantou que o abastecimento de combustível está "inteiramente assegurado" para aeroportos, forças de segurança e emergência.

A greve começou à meia-noite de segunda-feira, foi convocada pelo SNMMP com o objetivo de reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica e, segundo o sindicato, vai "prolongar-se por tempo indeterminado até que as entidades competentes decidam sentar-se à mesa para chegar a um consenso".

O vice-presidente do sindicato, Pedro Pardal Henriques, disse à Lusa que o que os motoristas reivindicam "é o reconhecimento da categoria profissional, porque são considerados apenas trabalhadores de pesados apesar de existirem diferenças [e de serem] obrigados a ter formação especial", havendo ainda "riscos suplementares".
Adicionalmente, é exigido que cessem os pagamentos de ajudas de custo "de forma ilegal", que levam a que os trabalhadores sejam prejudicados, por exemplo, em momentos de baixa.

Pedro Pardal Henriques adiantou ainda que as empresas "têm feito uma pressão tremenda sobre estas pessoas", inclusive através de ameaças de despedimento por pertencerem ao sindicato.

(…)

O sindicato foi criado "há cerca de cinco meses" e representa perto de 800 trabalhadores, de um universo de quase 900, disse à Lusa Pedro Pardal Henriques.
A estrutura sindical começou por ser uma associação mas, segundo a mesma fonte, a ANTRAM entendeu que a mesma não tinha legitimidade para negociar, o que acabou por levar à conversão da associação em sindicato, explicou.
"Somos totalmente independentes e não aceitamos ligar-nos a nenhuma entidade sindical nem a nenhum partido político", sublinhou Pardal Henriques, em declarações à Lusa na terça-feira.

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