Como será nos enfermeiros?
Os
resultados de três estudos realizados na Universidade de Évora (UÉ)
e Universidade do Algarve (UAlg) foram apresentados no passado dia 11
de julho na academia alentejana. Considerados como os maiores estudos
feitos até ao momento no nosso país sobre “stress”, motivação
e a saúde dos professores em Portugal, os investigadores destacam
que, numa amostra de 12.158 professores portugueses, 52.4%
percecionam bem-estar do desempenho da sua SEC-PSI atividade
profissional, 50.2% sofrem de esgotamento, 26.9% de distúrbios
cognitivos, 32% de distúrbios músculo-esqueléticos e 27.9% de
alterações na voz.
Verifica-se,
ainda, que os resultados obtidos nas várias dimensões de saúde dos
professores portugueses são, na sua generalidade, inferiores aos dos
espanhóis, observando-se maiores diferenças nas dimensões
bem-estar e esgotamento. As análises realizadas permitiram à equipa
definir três níveis de intervenção diferenciados, de acordo com o
índice de saúde. Um primeiro nível onde 24.4% dos professores
apresentam baixos resultados e cuja intervenção a realizar deve
ser, essencialmente, ao nível do tratamento dos problemas
diagnosticados e de promoção do bem-estar; um segundo nível (saúde
média), com 45.2%, onde devem incidir com intervenção preventiva;
e um terceiro nível (saúde alta), com 30.4%, que evidenciam um
grupo de professores resilientes, envolvido na sua profissão e que
experienciam bem-estar, e que, como tal, deverão ser melhor
investigados no sentido de ajudarem os investigadores a identificar
modelos promotores de bem-estar e resiliência na profissão docente.
Encontram-se
mais professores portugueses no índice de saúde mais baixo e menos
nos índices médio e alto, quando comparamos com os professores
espanhóis. Os resultados indicam-nos que os professores do ensino
público, do 2º e 3º ciclo, e secundário, do género feminino, com
mais de 50 anos e 20 de serviço são os que apresentam menor
bem-estar e mais problemas relacionados com as dimensões de perda de
saúde e, sobre os quais devem incidir urgentemente um programa de
intervenção de primeiro nível. Este estudo revela ainda que o
principal preditor da baixa saúde dos professores portugueses é a
exaustão; 24,4% dos professores portugueses apresenta baixos
resultados no índice de saúde profissional, enquanto em Espanha se
haviam verificado 20% dos professores nesta situação (N=11668). (...)
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