segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Portugal entre os cinco países europeus que pior tratam os idosos

 
Um estudo da Organização Mundial de Saúde que envolveu 53 países coloca Portugal no grupo dos cinco piores no tratamento aos mais velhos, com 39% dos idosos vítimas de violência.

Os dados foram hoje citados, no Porto, numa conferência sobre "Reaprender a Idade: Contributos interdisciplinares", pela médica e vice-presidente da Comissão de Proteção ao Idoso, Antonieta Dias, que afirmou que "Portugal é o país da Europa que menos investe nas pessoas da terceira idade".

"Estamos no topo da Europa como o país que menos investimento tem para os idosos. É um estudo que está publicado e ao qual não podemos ficar alheios, para desempenharmos a nossa função de defesa de direitos humanos, de defesa dos direitos dos idosos e de defesa da cidadania", disse Antonieta Dias.

(...)

No seu Relatório de Prevenção contra os Maus Tratos a Idosos, a OMS analisa as agressões nos últimos cinco anos contra os mais velhos, num universo de 53 países europeus, e conclui que "Portugal tem um sério problema no que respeita aos maus tratos contra idosos."

Da lista negra fazem parte apenas mais quatro países: Sérvia, Áustria, Israel e República da Macedónia.

O presidente da Comissão de Proteção ao Idoso, Carlos Branco, citou dados da Associação de Apoio à Vítima relativos a 2016.

"Em Portugal é já possível aferir um aumento do número das vítimas idosas, apresentando agora 1.009 pessoas idosas vítimas de crime (em média três por dia e 19 por semana). Das 1.009 vítimas registadas em 2016, contra 774 em 2013, 679 tinham idades entre os 65 e os 79 anos (67,4%) e 330 tinham entre 80 e mais de 90 anos (32,6%)", disse.

Em declarações à Lusa, Carlos Branco considerou que face ao envelhecimento da população, "os apoios existentes não são suficientes" e que, por esse motivo, "a sociedade civil tem de organizar no sentido de tentar mitigar estas situações".

Texto completo aqui

Resultado (um deles) das PPP`s na Saúde: Vila Franca de Xira. Antigo hospital foi abandonado com quase tudo lá dentro



Fecharam as portas e deixaram aparelhos, monitores, máquinas, macas, muitas camas e cadeiras. Está tudo ali, sem uso, há quatro anos e meio.

27 de agosto passado, Pedro (nome fictício) chegou ao antigo hospital de Vila Franca de Xira. Com a máquina fotográfica na mão, aproximou-se do edifício principal e começou a olhar para as janelas. Um amigo daquela zona tinha-o alertado para o facto de o Hospital Reynaldo dos Santos estar aberto, sem alarmes ou seguranças a vigiar a zona. Também já havia janelas partidas, disse-lhe.

Pedro tinha de ver com os seus próprios olhos ou não fosse ele um "caçador" assumido de fotografias em locais abandonados. Naquele domingo, logo pela manhã, reuniu um grupo de amigos e entrou no edifício.

Confirmou-se tudo o que lhe tinha sido dito. "A única coisa que eles fizeram foi emparedar as portas, mas esqueceram-se das janelas. Entrei por uma delas", conta à MAGG. "É escandaloso. Quando entrei e vi aquilo fiquei chocado."

Ao nível do chão, Pedro descobriu três ou quatro janelas destruídas. Escolheu uma e, sem grande esforço, entrou no Hospital Reynaldo dos Santos. Em menos de um minuto estava dentro do edifício principal. Seria de esperar que as salas estivessem vazias. Certo?

Errado. Duas máquinas de raio-x, várias camas de bebé, cadeiras das salas de espera por todo o lado e um bloco operatório intacto. "Camas de hospitais então, nem as contei. Era um disparate, deviam estar ali entre 100 a 200. Se tivesse de dar uma percentagem, diria que levaram 30 a 40% do hospital. 60 a 70% ficou ali."

Foi a 28 de março de 2013 que se fizeram as devidas despedidas do velhinho Hospital Reynaldo dos Santos para dar as boas-vindas ao novo Hospital de Vila Franca de Xira. Três vezes maior do que o anterior, abriu com 280 camas de internamento, nove salas do bloco de operatório, 33 gabinetes para consultas externas, três novas especialidades (hemodiálise, infeciologia e psiquiatria) e um investimento total de 108 milhões de euros. (...)

Reportagem completa em MAGG

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Não há dinheiro para o SNS mas há para os hospitais privados

 
 
 
Como o sector privado da saúde vive à custa do estado. São os dinheiros públicos que dão vida e sustento aos negociantes da saúde. E como a pseudo falta de enfermeiros especialistas justifica o traficar de doentes do SNS para as clínicas privadas. Assim vai o SNS: dois exemplos:
Mais de metade dos gastos dos hospitais privados é pago pelo Estado

A informação surge numa altura em que os grupos privados de saúde contestam a atualização das tabelas de preços da ADSE, alegando que em muitos casos os valores propostos são inferiores ao ato médico.

O Estado português cobriu 51% dos gastos dos hospitais privados em 2015, segundo a última Conta Satélite da Saúde, publicada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), noticia o "Jornal de Negócios" esta quarta feira.

Através da ADSE, o subsistema de saúde dos funcionários públicos, o Estado financia 20% da despesa corrente dos hospitais privados. Somando os pagamentos do Serviço Nacional Saúde (SNS) a prestadores de saúde privados e as deduções fiscais por despesas de saúde, o Estado suportou 51% dos hospitais privados, segundo o "Negócios".

Mais do que as familias (36,6%), do que os subsistemas de saúde privados (3,5%) e do que seguros (8,9%), o Estado acaba por ser quem mais gasta no setor privado da saúde, através do SNS (30,9%), ADSE e outros subsistemas de saúde (16,4%), deduções fiscais (3,4%) e outros (0,3%), segundo os dados do INE. (...)
e

Hospital de Santa Maria encaminhou 137 mulheres para o privado

A transferência foi causada pelo fecho de consulta no Hospital de Santa Maria. Presidente da administração do CHLN é ouvido nesta quarta-feira.

O Hospital de Santa Maria, em Lisboa, enviou 137 mulheres para realizarem interrupção voluntária de gravidez numa clínica privada durante o período em que a consulta esteve encerrada, no início do ano, por falta de profissionais de enfermagem.

A primeira consulta de interrupção voluntária de gravidez (IVG) no maior hospital do país esteve encerrada no início do ano por falta de enfermeiros especialistas, tendo sido retomada no dia 1 de Fevereiro. O presidente da administração do Centro Hospitalar de Lisboa Norte (CHLN), onde está integrado o Santa Maria, está nesta quarta-feira a ser ouvido no Parlamento sobre o encerramento desta consulta, a pedido do PCP.

Carlos Martins disse aos deputados que 137 utentes foram enviadas para realizar interrupção da gravidez no privado, e por escolha da mulher, durante o período de encerramento da consulta. Daquelas 137 utentes, 127 abortaram através de método cirúrgico e apenas dez o fizeram por método medicamentoso. (...)

da imprensa...

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Capitalismo y enfermedad mental: la epidemia del siglo XXI

 
x Iratxe

Nos enfrentamos a una de las epidemias más duras por su constante temporal: el capitalismo como enfermedad mental y mortal.

Todas conocemos la peste negra o la gripe española. Aparecen en cualquier libro de texto. También la tuberculosis, la lepra y más recientemente el cólera y la malaria. Más actual, el ébola. Epidemias y en algunos casos pandemias que copan portadas en los medios de comunicación en el momento de estallar pero que, una vez dejan de ser peligrosas para los países occidentales, dejan de importar y quedan silenciosamente sufridas por aquellos que con su salvaje explotación nos salvan los muebles a los del otro lado del charco. Pero, ¿estamos libres de epidemias en este mundo rosa de los países occidentales, de las potencias mundiales y los países de la guerra?

Yo sostengo que no. Y de hecho, creo que nos enfrentamos a una de las epidemias más duras por su constante temporal: el capitalismo como enfermedad mental y mortal.

En un brillante artículo del compañero Miguel Huertas (http://redroja.net/index.php/noticias-red-roja/opinion/1667-salud-mental-lucha-de-clases), se define el capitalismo como "una patología socioeconómica que chorrea hacia abajo y nos destruye" y se afirma, no en vano, cómo las reglas del juego y la crisis sistémica que sufrimos está estrechamente relacionada con las patologías a las que nos encontramos expuestas (trastornos depresivos, de angustia, etc.) y cómo la política, la lucha de clases es la única manera de acabar con la perpetuación de esta tendencia de la (in)salud mental.

Efectivamente, tan sólo con observar los datos podemos comprobar cómo se multiplican por dos los porcentajes de riesgo de sufrir depresión cuando uno se encuentra desempleado y tiene familia, o una hipoteca que pagar. Conveniente es traer aquí el dato de consumo de antidepresivos ISRS (Inhibidores Selectivos de Recaptación de Serotonina) aumentado en un 159,3%. Tampoco nos tranquilizan los recientes datos que cifran el consumo de ansiolíticos en España en hasta un 15,5% de la población, tratamientos que sólo palian los síntomas mediante la hipnotización y la sedación y no resuelven ningún problema. Nuestra calidad de vida es cada vez menor y lo que significaba progreso, el avance de la ciencia frente a las enfermedades, cada vez es más un sinónimo de retroceso, ya que en muchos casos, ni siquiera podemos acceder a ello.

A pesar de este denunciado abuso de psicofármacos en el Estado Español, la tenebrosa cifra de suicidios corrobora la primera afirmación. Mientras que en las escuelas estudiamos que las principales causas de muerte en España son la fácilmente recordable "CCC" (Corazón, Cáncer y Carretera), la realidad "oculta" nos muestra que frente a las 1.309 personas muertas por accidentes de tráfico en 2012, 3.559 se quitaron la vida. Un año después, la cifra sólo aumenta hasta las 3.870. De hecho, por desgracia, supone un récord histórico más preocupante que el de las temperaturas veraniegas registradas, siendo la cifra más alta de los últimos 25 años y significando un incremento cercano al 10% en relación a las cifras desde 2010.

¿Qué podemos hacer? ¿Cómo paramos esta sangría de trabajadoras que, a la luz de los datos, es casi estructural? La única manera de acabar con una enfermedad es erradicarla, por lo tanto, sólo cabe una respuesta: Lucha de clases. A través de la solidaridad, la fuerza, la lucha, el apoyo mutuo, la creación de vínculos y la defensa de nuestra dignidad y nuestros derechos acabaremos con ese virus del capital, que nos infecta de alienación, de miseria, que nos cambia el plato de comida por el sedante y el techo por el antidepresivo para seguir despojándonos de los servicios públicos en pos de pagar esa ilegítima, odiosa y criminal Deuda.

Sólo luchando por la libertad total de las mujeres para decidir sobre su cuerpo, sólo luchando por una sanidad pública y de calidad a la que le importen más las personas que los beneficios farmacéuticos y empresariales. Sólo luchando contra los ERE’s y las reformas laborales que asfixian a tantas familias, por el derecho a huelga, a manifestación y a la libertad de expresión. Sólo exigiendo la libertad de todas las compañeras presas por luchar contra el sistema; sólo luchando, en definitiva contra todo aquello que nos imponen a través de la violencia estatal y el poder oligárquico que se perpetúa desde el franquismo, podremos acabar con este gran problema de salud pública y todos los que devienen de él. Sólo la auto-organización de trabajadoras en los barrios es capaz de erradicar al monstruo y detener la inoculación de su veneno. No hay que mejorarlo, hay que destruirlo. Desde el corazón del imperialismo y las potencias del capitalismo tenemos que enarbolar la bandera del socialismo, activar la resistencia y la respuesta hasta acabar con todo tipo de opresión. Contra el capital sólo nos queda vencer en las calles.

Por nuestra vida, ¡abajo el capitalismo!

Por nuestra libertad, ¡abajo el régimen!

Por nuestra dignidad, ¡no al pago de la Deuda!

* Militante de Red Roja
www.redroja.net