sexta-feira, 7 de julho de 2017

Estudo prova que a precariedade faz mal à saúde


 
Um estudo divulgado recentemente no Reino Unido revela que a precariedade dos contratos é má para a saúde

A principal conclusão do estudo de longa duração que analisou a situação contratual de uma amostra hoje com 25 anos é clara: quem tem contratos a prazo e sem estabilidade tem 41% mais de probabilidade de ter problemas de saúde do que trabalhadores com contratos estáveis.

A probabilidade de ter problemas de saúde mental é bastante superior aos trabalhadores efetivos, podendo a ansiedade de não saber se continuará a ter trabalho ser responsável por dores no peito, entre outros sintomas.

O estudo aponta os maiores problemas aos "zero-hour contracts", contratos polémicos que em Portugal serão comparáveis aos "falsos recibos verdes". Os trabalhadores com este tipo de contratos não têm horário de trabalho garantido no dia-a-dia, podendo não ser chamados e, portanto, deixar de receber salário de um momento para o outro.

No Reino Unido, 1,7 milhões de contratos sem horário estavam em vigor em Novembro de 2016, perfazendo 6% do total da população ativa e a tendência é para esta injustiça crescer, caso não seja ilegalizada. Felizmente, a divulgação deste estudo despoletou vários apelos por parte de sindicatos e partidos para se ilegalizar contratos precários deste género, um problema de saúde pública que inclusivamente aumenta a despesa do Serviço Nacional de Saúde.

Em Portugal, são centenas de milhares de recibos verdes e contratos a prazo, por vezes de uma semana, que silenciosamente degradam a vida e a saúde dos trabalhadores. Já foram feitos muitos avanços, mas perante um problema de saúde pública, a urgência por relações laborais estáveis e dignas ganha mais corpo.

Daqui

O Serviço de Hematologia do Hospital de Faro está a condenar doentes oncológicos à morte com a falta de assistência

 

O Serviço de Hematologia não tem lista de espera, mas algo de muito mal vai naquele serviço. A chefe de serviço foi de férias, das quais regressou na passada segunda feira, e sem as suas instruções não são marcadas consultas. Felizmente foi apenas uma semana, mas se fosse por mais tempo, o problema subsistiria porque o seu comportamento é o de uma autêntica rainha sem o mínimo de respeito pelos seus súbditos, os doentes.

Durante as férias da chefe, foram encaminhados para aqueles serviços, pela especialidades em que estavam a ser acompanhados, dois doentes oncológicos, prioritários, com indicação de urgente e pelo menos um deles com a indicação de muito urgente.

Regressada de férias, a chefe não teve tempo para marcar as respectivas consultas, sabendo de antemão que àqueles doentes ainda falta fazer análises que permitam fazer o tratamento mais adequado.

Um deles, o designado "prioritário" e "muito urgente", apresentou-se na terça feira e na quinta feira, mas a chefe esteve fora na terça e quarta feira só regressando na quinta, já depois das onze horas quando o seu horário de entrada diz que será às nove. Embora o doente se tivesse apresentado com um aspecto cadavérico, com ausência de massa muscular e óssea, a senhora entendeu não dar nem marcar consulta, regressando o doente a casa sem qualquer tratamento, fazendo apenas o controlo da dor indicado ainda pelo serviço onde fora acompanhado.

Este episódio vem pôr a nu algumas questões, começando desde logo pelo conceito de prioridade da chefe, quando se sabe que até numa mercearia de bairro existe o chamado atendimento prioritário, conceito que no Hospital de Faro parece não existir. (...)

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