terça-feira, 27 de junho de 2017

Atuais e ex-dirigentes da Saúde enviam carta ao PS a criticar política no setor


São médicos, enfermeiros, ex-bastonários e membros de sindicatos que defendem que é fundamental que o SNS centre também a sua missão na promoção da saúde e na prevenção da doença
É um documento "contra esta política de saúde exclusivamente centrada na doença". Quem o descreve ao DN é o professor universitário Cipriano Justo, um dos 25 signatários, entre médicos, enfermeiros, ex-bastonários e membros de sindicatos, de uma carta enviada à secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, a pedir uma reunião para discutir os resultados da saúde e propostas para mudar a atual política. Este é um grupo de profissionais que assume que apoiou os acordos que permitiram ao PS formar governo, mas agora mostram um "cartão vermelho" à esquerda por não ter sido ainda impulsionadora da discussão. Perante a ausência de resposta socialista, estão já a preparar um manifesto.

Entre os signatários estão alguns ex-bastonários como José Aranda da Silva, que esteve à frente da Ordem dos Farmacêuticos, ou Maria Augusta de Sousa, que foi bastonária dos Enfermeiros, ex-presidente de secções regionais da Ordem dos Médicos como Jaime Mendes e Fernando Gomes e vários membros de sindicatos dos médicos e enfermeiros. Na carta, enviada no dia 8, explicam que a razão da iniciativa decorre da análise que fazem da atual situação do setor da saúde, "a qual, quase a meio da legislatura, permanece sem sinais de mudança que alterem a natureza do modelo de política de saúde, que reabilite e requalifique o SNS".

Com recurso a dados publicados lembram que somos o país, entre os do sul da Europa, com uma esperança média de vida saudável aos 65 anos mais baixa, que há excesso de mortalidade na população idosa no verão e no inverno, que mais de 50% da população tem excesso de peso, os episódios de urgência estão a aumentar e que só nos 30 principais hospitais do país havia no final de 2016 mais de 200 mil utentes à espera de uma primeira consulta acima do tempo recomendado.

"O SNS não se esgota no tratamento da doença. A grande falência do SNS neste momento está aí. Mantém a sua missão fundamental orientada quase exclusivamente para o tratamento da doença e as outras duas missões, particularmente nobres, a promoção da saúde e a prevenção da doença estão fortemente esquecidas. E esse é o principal alerta que queremos dar ao atual governo", explica Cipriano Justo, também dirigente da Associação Renovação Comunista.

Texto completo em DN

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