sexta-feira, 30 de junho de 2017

Relatório da Primavera aponta desigualdades no acesso a medicamentos, saúde oral e mental

 Para se manterem saudáveis, os portugueses têm de pagar mais do que a maioria dos europeus. Esta é uma das conclusões do Relatório da Primavera 2017 "Viver em tempos incertos: sustentabilidade e equidade na saúde", que aponta que tal como outros governos, este também produziu muita legislação no primeiro ano de governação mas não houve efeito semelhante no terreno com medidas estruturais.

O documento, produzido pelo Observatório Português dos Sistemas de Saúde - uma parceria da Escola Nacional de Saúde Pública, da qual fazia parte do atual ministro da Saúde, do Centro de Estudos e Investigação em Saúde da Universidade de Coimbra, da Universidade de Évora e da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa - conclui ainda que permanecem barreiras relevantes no acesso.

(...) Recorrendo a comparações europeias, o Observatório aponta que houve uma "diminuição do financiamento público da saúde e o aumento das despesas financiadas através de out of pocket (pagamentos diretos) por parte dos portugueses". Acrescenta que "para se manterem saudáveis, os portugueses gastam muito mais do seu próprio bolso do que a maioria dos europeus".

José Aranda da Silva, um dos responsáveis do relatório, lembra que em Portugal o investimento na saúde durante os anos de crise diminuiu, ao contrário do que outros países europeus fizeram. "A nossa percentagem da despesa em saúde, que era acima da média europeia, hoje está abaixo e já com valores bastante significativos. O que é mais grave, aumentou a parte paga diretamente pelas famílias e pelos cidadãos", aponta.
(...)

O que leva a outro alerta do relatório. "As barreiras no acesso aos cuidados de saúde permanecem relevantes em Portugal e marcadas do ponto de vista socioeconómico" e que "os mais pobres continuam a ter menor utilização de consultas da especialidade, face a necessidades iguais". Iniquidade "particularmente marcada" no acesso à saúde oral, à saúde mental e a medicamentos. "Os resultados que se viram no estudo da equidade, tanto no acesso como na utilização, demonstram que é muito preocupante a situação. Há uma camada de população que tem acesso porque tem seguros privados e outra que não tem acesso", refere Aranda da Silva.

Daqui

terça-feira, 27 de junho de 2017

Atuais e ex-dirigentes da Saúde enviam carta ao PS a criticar política no setor


São médicos, enfermeiros, ex-bastonários e membros de sindicatos que defendem que é fundamental que o SNS centre também a sua missão na promoção da saúde e na prevenção da doença
É um documento "contra esta política de saúde exclusivamente centrada na doença". Quem o descreve ao DN é o professor universitário Cipriano Justo, um dos 25 signatários, entre médicos, enfermeiros, ex-bastonários e membros de sindicatos, de uma carta enviada à secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, a pedir uma reunião para discutir os resultados da saúde e propostas para mudar a atual política. Este é um grupo de profissionais que assume que apoiou os acordos que permitiram ao PS formar governo, mas agora mostram um "cartão vermelho" à esquerda por não ter sido ainda impulsionadora da discussão. Perante a ausência de resposta socialista, estão já a preparar um manifesto.

Entre os signatários estão alguns ex-bastonários como José Aranda da Silva, que esteve à frente da Ordem dos Farmacêuticos, ou Maria Augusta de Sousa, que foi bastonária dos Enfermeiros, ex-presidente de secções regionais da Ordem dos Médicos como Jaime Mendes e Fernando Gomes e vários membros de sindicatos dos médicos e enfermeiros. Na carta, enviada no dia 8, explicam que a razão da iniciativa decorre da análise que fazem da atual situação do setor da saúde, "a qual, quase a meio da legislatura, permanece sem sinais de mudança que alterem a natureza do modelo de política de saúde, que reabilite e requalifique o SNS".

Com recurso a dados publicados lembram que somos o país, entre os do sul da Europa, com uma esperança média de vida saudável aos 65 anos mais baixa, que há excesso de mortalidade na população idosa no verão e no inverno, que mais de 50% da população tem excesso de peso, os episódios de urgência estão a aumentar e que só nos 30 principais hospitais do país havia no final de 2016 mais de 200 mil utentes à espera de uma primeira consulta acima do tempo recomendado.

"O SNS não se esgota no tratamento da doença. A grande falência do SNS neste momento está aí. Mantém a sua missão fundamental orientada quase exclusivamente para o tratamento da doença e as outras duas missões, particularmente nobres, a promoção da saúde e a prevenção da doença estão fortemente esquecidas. E esse é o principal alerta que queremos dar ao atual governo", explica Cipriano Justo, também dirigente da Associação Renovação Comunista.

Texto completo em DN

Professora com Alzheimer foi dada como apta para dar aulas

 
A doença foi diagnosticada em 2014, quando a professora já não conseguia fazer as grelhas de avaliação dos testes e não conseguia ter um fio condutor na conversa com os colegas.

É um processo que se arrasta há pelo menos três anos.

Por recomendação da junta medica da direção geral dos estabelecimentos escolares, a docente foi submetida em 2015 a uma junta da Caixa Geral de Aposentações que considerou que a professora não estava permanentemente incapaz.

Em outubro, o pedido de aposentação da docente do ensino secundário, agora com 61 anos, foi indeferido. O processo seguiu para o Tribunal Administrativo e Fiscal.

O marido da docente ouvido pelo jornal Público afirma que a companheira já tinha várias dificuldades nos últimos anos e revela que em 2013 até foi chamado 2 ou 3 vezes à escola. O diretor da José Falcão, em Coimbra, confirma que a professora "não tinha condições psicológicas para estar concentrada ou conseguir estar em perfeitas condições à frente das turmas".

No entanto, a junta médica realizada em 2015 não teve em atenção os relatórios do neurologista e do psiquiatra da docente que a davam como incapaz para exercer profissão.

A junta medica que avaliou a professora baseou-se no parecer de um psiquiatra também designado pela Caixa Geral de Aposentações que considerou que não se justificava do ponto de vista psiquiátrico que a examinada fosse considerada incapaz, mas não viu os relatórios dos médicos. É isso que assegura ao Público a advogada Ana Pereira de Sousa que conta ainda que a avaliação foi feita em apenas 5 minutos.

O ano passado a professora foi submetida a nova junta medica. Conclusão: "demência - muito provável doença de Alzheimer" e ainda "incapacitada para exercer a sua profissão". Acontece que o relatório desta junta medica só chegou ao tribunal no dia 4 de Maio

http://www.tsf.pt/sociedade/interior/professora-com-alzheimer-foi-dada-como-apta-para-dar-aulas-8589338.html

terça-feira, 20 de junho de 2017

Public hospital workers build a wall at Finance Ministry in Athens

 
 Workers at public hospitals organized a protest against austerity cuts in the health care sector. With banners, tents, cement and bricks the workers settled outside the Finance Ministry in downtown Athens already on Thursday evening when the Greek economic team was negotiating the deal in Luxembourg. Early Friday morning they started to work. They build a wall.

They raised banners reading "Ministry of unfulfilled commitments We are drowned in debt and memoranda".

They pinned ties next to pictures of the prime minister and the finance minister, mocking Alexis Tsipras promise to wear a tie when Greece exits the austerity program.

Public hospital workers demand increase of personnel in hospitals, ambulance service and the Welfare agency, increase public spending for the health sector, civil servant status for temporary workers and declaration of their profession in "unhealthy professions."

Public hospital workers union POEDIN has been leading a fierce struggle against the Greek government and the Health Minister.

 
http://www.keeptalkinggreece.com/2017/06/16/public-hospital-workers-wall-finance-ministry/