segunda-feira, 22 de maio de 2017

A Organização Mundial de Saúde (OMS) gasta em viagens cerca de 200 milhões de dólares (179 milhões de euros) por ano

Cartoon de André Carrilho: Ébola

A Organização Mundial de Saúde (OMS) gasta em viagens cerca de 200 milhões de dólares (179 milhões de euros) por ano, mais do que despende no combate a alguns dos maiores problemas de saúde, como a SIDA, foi hoje divulgado.

De acordo com documentos da OMS, a que a agência de notícias AP teve acesso, o que a OMS gasta em ajudas para lutar contra alguns dos maiores problemas de saúde pública, caso da SIDA, tuberculose e malária é bastante inferior do que gasta anualmente em viagens realizadas pela organização.

À medida que ONU tem vindo a pedir mais dinheiro para dar resposta às crises mundiais na área da saúde, também tem vindo a lutar contra as despesas que faz com as viagens.

Embora a ONU tenha introduzido novas regras na tentativa de travar um orçamento crescente para as viagens dos seus funcionários, os documentos internos alertam para o facto de estarem a ser quebradas as regras de controlo de despesas com viagens.

"Há funcionários que procuram ter regalias, tais como a reserva de bilhetes de avião em classe executiva e a reserva de quartos em hotéis de cinco estrelas", refere a AP, citando documentos internos da OMS.

No ano passado, a OMS gastou cerca de 71 milhões de dólares com a SIDA e com a hepatite e para travar a propagação da tuberculose despendeu 59 milhões de dólares.

Numa recente viagem à Guiné-Conacri, onde a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, elogiou as equipas de saúde na África Ocidental por terem triunfado na luta contra o vírus Ébola, ela instalou-se na maior suíte presidencial no hotel Palm Camayenne em Conacri.

O preço da suíte é de 900 euros (1.008 dólares) por noite, sendo que a OMS se recusou a dizer quem tinha pago à guia que a acompanhou.

Sobre o assunto apenas referiu que os hotéis são, por vezes, pagos pelo país anfitrião.

http://www.dn.pt/mundo/interior/oms-gasta-mais-em-viagens-do-que-no-combate-a-sida-8493196.html

Brasil: SAÚDE NÃO É MERCADORIA! PELO FIM DOS MANICÔMIOS!

 
SAÚDE NÃO SE VENDE, LOUCURA NÃO SE PRENDE!
Por Marianna Rodrigues e Paula Urzua*
«Se, na sua origem, há dois séculos, os manicômios foram aparelhos estatais prioritariamente de contenção/repressão, o avanço do capital deu-lhe uma nova função: a de mercado. Por que desinstitucionalizar os usuários, se o acesso ao serviço representa lucro? Ao mesmo tempo, combina-se este modelo com uma das mais potentes indústrias no mundo: a indústria farmacêutica. Altamente medicalizante e sem políticas efetivas e universais de desinstitucionalização, o futuro do campo da saúde mental brasileira é preocupante.

Ocorre que, nos marcos do capitalismo, são muitos os limites para a luta antimanicomial. Não só o avanço do capital é sinônimo de precarização da saúde pública, como também abre margens para a proliferação dos "minicômios" (como têm sido chamadas as instituições privadas de saúde mental). Desinstitucionalizar é um verbo cada vez mais difícil de ser conjugado, seja em decorrência do embate com a indústria farmacêutica, seja pela dificuldade de acesso a espaços públicos e culturais; falta de políticas públicas, de segurança e de moradia, desemprego e falta de perspectivas, retirada de direitos, cortes na saúde e educação. E tantos outros direitos que deveriam ser básicos para a população, e fundamentais para uma política efetiva de atenção integral e antimanicomial.

Para tanto, é preciso retomar a força dos movimentos anteriores à Reforma, que só fora possível devido à mobilização teórica, clínica e política de usuários, familiares, comunidades e trabalhadoras e trabalhadores da saúde. O que havíamos conquistado em termos de participação popular, após sua legalização, perdemos na burocratização dos serviços. É preciso que as assembleias, conselhos e reuniões de equipe voltem a ser espaços de discussão política, que questionem o funcionamento das instituições e os limites das atuais políticas públicas, rompendo, assim, os muros assistenciais e institucionais, ganhando as ruas e as cidades para a efetiva transformação cultural e política!

Trinta anos após o Congresso de Bauru, os lemas do seu manifesto continuam absolutamente atuais. Devemos fortalecer movimentos como a Frente Contra a Privatização da Saúde, e aliar-nos aos trabalhadores e às trabalhadoras da saúde mental na luta pelo fim dos manicômios e na defesa pela saúde pública, universal e estatal, sob controle dos trabalhadores, bem como nas lutas de todos os trabalhadores contra a retirada dos direitos trabalhistas e previdenciários.»

Em São Paulo ato em frente ao MASP: https://www.facebook.com/events/282775352135911/

No Rio de Janeiro ato na Cinelândia:
https://www.facebook.com/events/497922927265575/

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