quinta-feira, 17 de março de 2016

Por dia, 12 pessoas morrem por infecções hospitalares em Portugal

 
 Alexandra Campos e Sara Silva Alves

Mortes associadas a infecções durante internamentos são sete vezes superiores aos óbitos por acidentes de viação em Portugal. Relatório oficial destaca a mortalidade pela primeira vez e ministério anuncia incentivos financeiros para hospitais que reduzam taxa de infecção.

O consumo de antibióticos está a diminuir, tal como a resistência aos antimicrobianos em Portugal. Mas as mortes associadas às infecções em internamentos - que atingiram 4606 casos em 2013, ou seja, mais de 12 por dia - são uma causa de preocupação para os responsáveis da Direcção-Geral da Saúde (DGS) que pela primeira vez este ano destacam esta estimativa em comparação com o número das vítimas mortais em acidentes de viação, que é sete vezes inferior.

Para tentar contrariar este problema, o Ministério da Saúde vai dar em 2017 incentivos financeiros aos hospitais que consigam reduzir as infecções, adiantou o secretário de Estado Adjunto e da Saúde Fernando Araújo, durante a apresentação do relatório Portugal Prevenção e Controlo de Infecções e Resistência aos Antimicrobianos 2015, esta terça-feira, em Lisboa. "Morre-se sete vezes mais por infecções do que nos acidentes de viação", enfatizou Fernando Araújo.

Mesmo "salvaguardando algum viés", porque é impossível determinar se a infecção hospitalar é a causa única da morte, os responsáveis pelo programa da DGS nesta área tão complexa recuperaram no relatório agora conhecido os dados sobre mortalidade já compilados no documento do ano passado, mas comparam os números com os óbitos por acidentes de viação, de forma a alertar a população para a dimensão deste problema.

O relatório inclui também as projecções internacionais no longo prazo que atestam a magnitude das implicações da crescente resistência a antibióticos, a nível mundial: por volta de 2050, cerca de 390 mil pessoas na Europa e 10 milhões no planeta morrerão anualmente, vítimas deste problema, se nada for feito entretanto.

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