quinta-feira, 17 de março de 2016

ADSE: Arnaut alerta para "forma matreira" de privatizar a Saúde

 
O "pai do SNS" está contra o alargamento da ADSE, uma medida agora proposta pelo governo. João Semedo fala em "conflito de interesses" do presidente da comissão nomeada para estudar a reforma do sistema.

Em declarações ao jornal i, António Arnaut ataca a proposta do PS para alargar o subsistema de saúde dos funcionários públicos. "Estou incomodado e vou dizê-lo ao ministro da Saúde", afirma o "pai do SNS", defendendo que "o PS não pode alinhar com os que, de forma ardilosa, querem enfraquecer o SNS e torná-lo um sistema apenas para os mais pobres".

António Arnaut lembra ainda que quando se fundou o SNS, o objetivo era que os funcionários públicos beneficiários da ADSE se viessem a integrar no sistema. "O alargamento da ADSE vai contra o movimento da História que é o de assegurar a igualdade entre todos os cidadãos nos cuidados de saúde", defende.

João Semedo: Nomeação de Pita Barros "tresanda a conflito de interesses"

Também em declarações ao i, o ex-coordenador do Bloco critica a nomeação feita pelo ministro da Saúde para liderar a comissão sobre reforma da ADSE. Para João Semedo, Pedro Pita Barros está nomeado para dois cargos que são incompatíveis. "Foi escolhido para liderar o futuro centro de informação e formação na área da Saúde, vocacionado para a preparação de novos médicos, uma parceria entre a Universidade Nova e o grupo Mello. O centro vai funcionar no novo hospital daquele grupo privado, o hospital CUF Tejo, um investimento superior a 100 milhões, com inauguração prevista para 2018", regista Semedo.

Para o ex-coordenador do Bloco, a nomeação de Pita Barros para presidir à comissão sobre o futuro da ADSE "tresanda a incompatibilidade e a conflito de interesses", uma vez que "sendo a ADSE uma das principais fontes de receita dos hospitais privados, a escolha de alguém tão envolvido com um dos maiores grupos privados da saúde é muito pouco recomendável".

"Como aceitar as suas propostas, se quem a ela preside tem, objetivamente, interesse no volume de receitas canalizadas pela ADSE para o grupo privado para o qual trabalha?", questiona Semedo, concluindo que "a doutrina Maria Luís Albuquerque parece ter adeptos no Ministério da Saúde".

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