quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

À laia de balanço sobre o que foi a Saúde em 2015



O que tem sido entregue aos bancos, na assumpção das suas dívidas pelo estado, é o que tem sido cortado aos rendimentos dos trabalhadores e às funções sociais do estado; na Saúde, na Educação, na Segurança Social, os cortes foram tremendos, e não se vislumbra uma inversão de marcha, bem pelo contrário, e os bens públicos, as empresas do estado rentáveis, foram todas elas despachadas a preço da uva mijona. Na Saúde, em particular, os cortes foram feitas não só para destruir o SNS como para financiar directamente os negócios dos privados, grupos económicos e médicos (e não só, mas principalmente), a diversos níveis, que vão sabotando e minando os serviços públicos na sua acessibilidade e qualidade.

A morte do jovem David Duarte foi a mais noticiada, seguida quase de imediato de idoso com AVC isquémico que não foi atendido no Hospital de Faro por não haver neurorradiologista de serviço, tendo sido recambiado para o de José e deste para os CHUC, onde acabou por falecer. Foi o fim de ano com duas mortes, uma delas pelo menos perfeitamente evitável, já com um ano atravessado por outros acontecimentos que mostram a que ponto de degradação o SNS foi lançado devido à política intencional e deliberada levada a cabo pelo governo fascista PSD/CDS de má memória:

o ano de 2014 já terminara com a morte 12 cidadãos e de mais outros 375 infectados pela legionella, acontecimento quase único na Europa civilizada e bem revelador do estado da saúde pública em Portugal, para logo no início do ano as urgências dos hospitais públicos terem rebentado com o aumento de casos de gripe, autênticos caos que o secretário de estado da altura atribuído a propaganda comunista, foram cerca de 2000 mil mortes que poderiam ter sido evitadas; o caso da morte da cidadã Maria Vitória Moreira Forte que foi deixada morrer no Hospital de Almada foi notícia, por si e pelo texto redigido pelo filho que atribui a morte da mãe ao gang de assassinos acoitados no governo, e marca o início do ano; Maria Manuela Ramalho Ferreira, que morreu de hepatite C à espera de medicação, fez com que o filho fizesse a acusação, devidamente fundamentada, na Comissão Parlamentar de Saúde: A minha mãe não morreu, mataram-na!

E o ano de 2015 termina como se sabe, com os factos mais notórios na comunicação social mas que mais não são que a ponta do iceberg de uma realidade bem triste e evitável. Somente um dos resultados, mas de certeza dos mais trágicos, da entrega de 13 mil milhões de euros (7,3% do PIB) à banca para a salvar da crise sistémica onde inevitavelmente está mergulhada; não pela má gestão, mas pela sua própria natureza. A promessa de ministro das Finanças de que é a última vez que se usará dinheiro público para salvar a banca não deixa de ser uma mentira descarada.

O SNS deve ser restaurado como resposta universal e gratuita a todo o cidadão, separando completamente o privado que, ao manter-se, terá que contar com as suas próprias virtualidades, no pressuposto de possuir alguma, e não parasitar o serviço público. Quem trabalha no público, não trabalha no privado; não há PPP's; não há financiamentos directos nem indirectos, tipo ADSE, ao negócio do privado; contratação do pessoal necessário directamente pelas instituições e não às empresas de trabalho temporário, autenticas negreiras, que deverão ser proibidas. A Banca é renacionalizada, entenda-se a banca não falida, a que já está na ruína é extingui-la, responsabilizar administradores e acionistas, criminalmente e civilmente, com arresto de bens pessoais e familiares; a banca estrangeira funcionará mas com restrições impostas e sob o controlo do Banco de Portugal que só estará subordinado ao governo do país.
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