sábado, 29 de agosto de 2015

No CHUC continua-se a cortar os dias de greve aos grevistas que asseguram serviços mínimos


«O último dia de Greve, que se realizou na Região Norte, teve uma adesão média de 71,5% na área hospitalar, alguns Centros de Saúde sem Enfermeiros e muitos “a meio gás”.
A “onda” de descontentamento dos Enfermeiros Portugueses, traduzida nos níveis de adesão a estes 5 dias de Greve, evidencia a importância do Governo, através do Min. Saúde:
 - Apresentar Contrapropostas Negociais;
- Tomar algumas medidas imediatas, que visem a melhoria das nossas Condições de Trabalho.
Ao longo destas 2 semanas fomos exaltando os Problemas, as Propostas de Solução e algumas medidas imediatas que constam do Caderno Reivindicativo e fomos colocando nas reuniões negociais, designadamente: (www.sep.org.pt)» (Do comunicado do SEP).

Perante o sucesso da greve (e deve dizer-se que o sucesso até é fácil basta os enfermeiros grevistas declararem que asseguram serviços mínimos para não perderem o salário já que acabam por fazer quase tudo), as administrações dos hospitais resolvem proceder ilegalmente ao desconto dos dias de greve a quem assegura os serviços mínimos, como que uma vingança. E estamos a referir-nos mais concretamente à do CHUC (Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra) que, já pela segunda vez, procede ao corte do salário aos enfermeiros e a outros funcionários grevistas que asseguram os mínimos, procedendo previamente à alteração do registo biométrico; o que não deixa de ser grave por constituir crime, segundo o Código Penal, a falsificação de documento ou registo.

São os enfermeiros chefes os primeiros que contactam os Recursos Humanos a indagar a razão da mudança de “greve-assegurando mínimos”, registo por si efectuado, para “greve total”, obtendo como resposta que foi “erro informático”; a mesma resposta é dada a todos os enfermeiros que se dirigem àqueles serviços. É preciso ter lata! O objectivo é claro, a administração conta que os enfermeiros não dêem pelo corte dos dias da greve e se calem; espera que a coisa passe.

A outra razão será a de intimidar, mas por aí não terão grande sorte. O corte que agora nos referimos diz respeito à greve dos enfermeiros realizada nos passados dias 4 e 5 de Junho, logo dois dias, que multiplicados por muitas centenas senão milhares de trabalhadores dá largas dezenas de milhar de euros.

Os sindicatos devem estar alertas e denunciar publicamente a situação porque recorrente, voluntária e intencional, a teoria do “erro informático” não colhe. Não chega fazer contactos telefónicos ou andar em reuniões se o problema persiste.

Laboratório Militar: “governo quer destruir mais uma infraestrutura estratégica"


Sindicato dos Trabalhadores Civis das Forças Armadas acusa o governo de promover um "alucinante projeto legislativo, surgido do nada, a mês e meio das eleições". Antigo presidente do Infarmed questiona que interesses estarão por trás da decisão de extinguir uma instituição equilibrada financeiramente e que produz fármacos que o mercado não garante.

Laboratório Militar produz medicamentos que as farmacêuticas não têm interesse em fazer porque não são rentáveis, mas que salvam vidas e são indispensáveis ao tratamento de alguns doentes. Fotografia de Mário Cruz, LUSA

O Ministério da Defesa confirmou que vai mesmo extinguir o Laboratório Militar, instituição criada em 1918 como Farmácia Central do Exército que ultimamente desempenhava funções muito mais abrangentes que a produção de medicamentos para as Forças Armadas.

Ouvido pela TSF, Aranda da Silva, antigo presidente do Infarmed e ex-director do Laboratório Militar, diz-se surpreendido com a decisão e recorda que “ainda há pouco tempo o sr. ministro da Saúde falava da importância que o Laboratório Militar estava a ter para resolver problemas de saúde, nomeadamente do Serviço Nacional de Saúde, no que se refere aos medicamentos que eu costumo denominar como medicamentos abandonados”, isto é, medicamentos que as farmacêuticas não têm interesse em fazer porque não são rentáveis, “mas que salvam vidas e são indispensáveis ao tratamento de alguns doentes”.

Que interesses estão por trás?

O ex-presidente do Infarmed afirma que o Laboratório é financeiramente equilibrado e por isso não compreende a decisão do ministério de Aguiar-Branco, questionando “que interesses estão por trás de uma medida deste tipo, porque não vejo justificações claras para ela”.

O dirigente sindical Alexandre Plácido sublinha que o Laboratório Militar “está neste momento a fornecer ao SNS, diretamente, através das administrações regionais de saúde, um xarope pediátrico que o mercado pura e simplesmente não produz”. Outro exemplo “é a metadona com que se tratam os toxicodependentes em Portugal”. Para sublinhar a importância do Laboratório Militar, o sindicalista recorda que no passado produziu – e voltaria a produzir se o deixassem – o lote de 40 medicamentos e fármacos mais utilizados por todo o SNS. “Estamos aqui a falar de uma entidade que tem implicações na saúde de todos nós”, afirmou à TSF.


Trabalhar mais de 55 horas semanais aumenta risco de enfarte em 33%, mostra estudo



Estudo com 528.908 homens e mulheres, seguidos durante 7,2 anos, mostra que o aumento do risco mantinha-se mesmo quando se retirava o consumo de cigarro e álcool e com a prática de actividade física.

Aqueles com jornada entre 41 e 48 horas tinham um risco acrescido de 10%, enquanto os que trabalham entre 49 e 54 horas enfrentavam risco extra de 27%

Trabalhar 55 horas ou mais por semana aumenta em 33% o risco de enfarte, quando se compara com uma jornada de 35 a 40 horas semanais, mostra estudo divulgado hoje (20).

Com base em investigações envolvendo 528.908 homens e mulheres, seguidos durante 7,2 anos, o aumento do risco de enfarte mantinha-se mesmo quando se retirava o consumo de cigarro e álcool e a actividade física.

Publicado pela revista The Lancet, o estudo conclui que, em comparação com pessoas que têm uma semana regular, aqueles que trabalham entre 41 e 48 horas tinham um risco acrescido de 10%, enquanto os que trabalham entre 49 horas e 54 horas enfrentam risco extra de 27%.

No caso de a pessoa trabalhar 55 horas ou mais por semana, o risco de enfarte aumenta 33%, indica o estudo.

Uma longa semana de trabalho também aumenta o risco de doenças cardíacas em 13%, mesmo levando-se em conta factores de risco como a idade, o género e o nível socioeconómico.

Os pesquisadores constataram que a baixa actividade física, o elevado consumo de álcool e o stress frequente elevam o risco.

“Os profissionais de saúde deveriam estar conscientes de que trabalhar longas horas está associado a um significativo aumento do risco de enfarte e, possivelmente, de doenças cardíacas”, diz ainda o estudo.


segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Infectadas com tuberculose duas enfermeiras das urgências de Portimão


Na RTP:

Ao todo já houve nove casos no centro hospitalar do Algarve, que inclui Faro. Duas enfermeiras das urgências do hospital de Portimão foram infectadas com tuberculose.
Os enfermeiros dizem que não há rastreios preventivos nem medicina no trabalho eficiente, mas o centro hospitalar do Algarve defendeu que a incidência de tuberculose está dentro dos padrões normais entre os técnicos de saúde. 

Na SIC:

O centro hospitalar do Algarve tem condições de trabalho inaceitáveis. É a reacção do sindicato dos enfermeiros que acusa a administração de demorar a fazer o rastreio à equipa de urgência do hospital de Portimão, na sequência do caso das duas enfermeiras diagnosticadas com tuberculose.
Os responsáveis garantem que foram adoptados todos os protocolos de tratamento e monitorização e diz que o caso está a ser usado para combate político 

No CM

Enfermeiras com tuberculose
Profissionais terão sido contagiadas por doente devido à falta de quarto de isolamento.

Por Rui Pando Gomes

Duas enfermeiras do hospital de Portimão foram contagiadas com tuberculose, ao que tudo indica por um doente infectado. As duas profissionais de saúde prestam serviço nas Urgências e estão em isolamento em casa, depois de quase dois meses de espera pelos resultados dos exames de diagnóstico.

Os primeiros sintomas começaram em finais de maio. Dois meses depois foi confirmado o segundo caso de tuberculose activa. Os profissionais de saúde que estiveram em contacto com as colegas continuam ao serviço. Segundo revelou ao CM Nuno Manjua, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, "os profissionais estão indignados por terem de esperar por autorização para prosseguir com os exames e por não terem ainda sido informados do resultado dos raios-X, alguns realizados há três semanas". Segundo o sindicato, o único quarto de isolamento respiratório com pressão negativa que existia "foi destruído" nas últimas obras. "O isolamento dos doentes com suspeita ou confirmação de tuberculose é feito por cortinas no espaço de decisão clínica".