domingo, 31 de maio de 2015

"Erro informático" faz com que o CHUC não pague dia de greve em serviços mínimos


ENFERMEIROS CHUC,EPE
DESCONTOS NA REMUNERAÇÃO EM DIA DE GREVE
INCOMPREENSÍVEL – INACEITÁVEL - ILEGAL
Os Enfermeiros do CHUC, EPE foram confrontados no talão de vencimento relativo ao mês de Maio, mas com referência ao mês de Março de 2015, designadamente as deduções relativas a:
·       Remuneração correspondente a 1 dia de trabalho
·       Subsídio de refeição correspondente a 1 dia de trabalho
A razão dos referidos descontos, refere-se ao dia da greve de 13 de Março, greve decretada pelo SEP.

Ora, como se sabe, a adesão à greve e a prestar serviços mínimos não afecta o processamento das remunerações, as quais são integralmente devidas, sendo as referidas deduções ilegais.

Da presente ilegalidade, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses já interveio junto do Conselho de Administração, no sentido de:
·       Ordenar a imediata reposição dos valores ilegalmente deduzidos, como é de Lei;
·       E de nos informar das diligências e decisões que sejam tomadas a propósito da petição interposta pelo SEP em defesa dos seus associados.

A Direcção
Sindicato dos Enfermeiros Portugueses


Comunicação recebida por centenas de enfermeiros a trabalhar no CHUC a denunciar uma situação que a administração atribuiu a um “erro informático”.  Só que esta não explica por que razão foi alterada no registo electrónico a informação “greve – assegurou mínimos” por “RH – greve total”, o que levou a alguns enfermeiros chefes (nem todos porque alguns não gostam de levantar ondas e acham que tudo o que os RH fazem está certo) a questionar os RH da razão da alteração, tendo sido então conhecida a já estafada desculpa do “erro informático”. Alguns enfermeiros receberam sms dos RH a informar que o dia descontado iria ser reposto já em Junho; então, pergunta-se: a reposição será para todos os enfermeiros ou apenas para os que foram contactados? Qual foi o objectivo? Intimidar para não se fazer mais greve? Ver se os enfermeiros não davam pela falta de uma fatia do pouco que ainda recebem? As explicações tardam!

O número de enfermeiros portugueses a trabalhar no Reino Unido aumentou cinco vezes em quatro anos



Raquel Andrade

«Recém-licenciados, com menos de 29 anos, solteiros, à procura do primeiro emprego e recrutados por uma agência inglesa: eis as características mais comuns dos enfermeiros portugueses que emigraram para o Reino Unido e que lá trabalham atualmente. O perfil é traçado pelo Observatório da Emigração, que publicou esta terça-feira o artigo “Enfermeiros Portugueses no Reino Unido 2014”.

O número de portugueses a trabalhar como enfermeiros no Reino Unido aumentou cinco vezes em quatro anos. Só que até agora pouco se sabia sobre eles. Que idade têm? O que os leva a partir? Já trabalhavam em Portugal ou acabaram de sair da faculdade? Tencionam voltar? Foi a essas perguntas que Nuno Pinto, enfermeiro português a viver há dez anos no Reino Unido, quis responder. No portal que ele próprio ajudou a criar – “Diáspora dos Enfermeiros” – lançou um inquérito ao qual responderam 349 enfermeiros, o que corresponde a cerca de 11% do total de portugueses inscritos na Ordem dos Enfermeiros no Reino Unido (3.155), embora nesse número possam estar incluídos casos de quem já tenha regressado a Portugal ou tenha emigrado para outros países.

Com base nas respostas ao inquérito, conclui-se que 81% dos enfermeiros têm até 29 anos. Só 15% têm idades entre os 30 e os 47 anos. “Estamos perante uma população de profissionais maioritariamente composta por jovens”, lê-se no artigo de análise ao inquérito, elaborado em colaboração com o Observatório da Emigração e publicado precisamente nesta terça-feira em que se assinalou o dia internacional do enfermeiro.


Os dados mostram que do total de inquiridos 80% são solteiros, 11% casados e 6% vivem em união de facto. Quase três quartos dos enfermeiros terminaram o curso depois de 2009. Metade estava à procura do seu primeiro emprego e a larga maioria (82%) foi trabalhar para o Reino Unido através de agências empregadoras, sobretudo inglesas.

Ver resto do texto aqui

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Morrem cerca de 15 portugueses com pneumonia por dia



Teles de Araújo 

De facto temos anualmente um número de casos de pneumonia que ultrapassa os 150.000 e que motivam mais de 40.000 internamentos, dos quais resultam mais de 400.000 dias de internamento (dados da ACSS e da DGS).

A gravidade da situação é ainda sublinhada pelos dados divulgados pela Comunidade Europeia, onde se constata que nos 28 países a mortalidade média por pneumonia é de 13,0 por 100.000 habitantes, ao passo que em Portugal é de 26,6 por 100.000 (só ultrapassada pelo Reino Unido e Eslováquia). Dito doutra forma: por dia morrem cerca de 15 portugueses com pneumonia.

As formas mais graves de pneumonia ocorrem em doentes internados e entre eles 1 em cada 5 morrem por esta causa.

Mais, nem o número de internamentos por pneumonia, nem o número de óbitos têm diminuído. Antes pelo contrário os números mostram, em 10 anos, uma tendência para se agravarem: os óbitos aumentaram 16,7% e os internamentos 14,1%.

Esta situação terá certamente múltiplas causas, para além do envelhecimento da população. É uma realidade gritante que não pode ser negada e que impõe a definição de novas estratégias de combate a esta situação.
A maioria das pneumonias são causadas pelo pneumococo, bactéria contra a qual existe vacina eficaz, que ainda não faz parte do Plano Nacional de Vacinação. Estudos noutros países demonstraram que a vacinação contra o pneumococo não só impede a doença pneumocócica na criança como reduz esse reservatório da bactéria, diminuindo, a prazo, a doença no adulto. A Fundação tem defendido junto das entidades de saúde e da Assembleia da República a inclusão da vacina no Plano Nacional de Vacinação e a comparticipação alargada, ou mesmo gratuitidade, para os indivíduos com mais de 50 anos ou sofrendo de doenças crónicas ou que condicionem depressão da imunidade.

Certamente que a existência de resistências aos antibióticos será importante para esta situação. Será necessário que todos se convençam que o uso destes importantes fármacos deve ser reservado às infecções por bactérias e que devem ser usados correctamente.

As pneumonias são um problema grave nos doentes internados. Há que reforçar as medidas de controle da infecção dentro dos hospitais, com o empenhamento de todos os profissionais de saúde.

Tão elevada mortalidade intra-hospitalar por pneumonia sugere que muitos casos poderão chegar tardiamente aos hospitais. Contudo existem critérios clínicos que permitem aferir a potencial gravidade da doença e que todos os médicos devem utilizar. Para os doentes com esses critérios poderá haver vantagens na criação duma linha prioritária de acesso a cuidados hospitalares, em serviços habilitados para os tratarem.

É pois urgente definir um conjunto de medidas e de estratégias que permitam minimizar o problema das pneumonias em Portugal.