terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Causas da degradação da administração pública em Portugal



por Eugénio Rosa

«A degradação crescente dos serviços públicos prestados à população é visível já para a opinião pública. Cerca de 1.700.000 portugueses estão sem médico de família reconheceu o próprio ministro da Saúde já em 2011. Nos hospitais, o número de mortes por falta de assistência médica multiplicam-se e diretores de serviço de vários hospitais (S. João, Amadora-Sintra, Santa Maria) demitem-se por falta de condições de trabalho. Enfermeiros e Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica fazem greve devido à falta de condições de trabalho e a insuficiência de profissionais face à carga de trabalho. Nas escolas, onde já faltam 6.000 auxiliares de educação, os que estão em funções fazem greve por melhores condições de trabalho. No IMT, por falta de funcionários, chega-se a levar cerca de um ano para renovar uma simples carta de condução.

Os sindicatos da Função Pública decidem realizar uma greve nacional dos trabalhadores da Função Pública no dia 13 de Março 2015 em defesa dos serviços públicos prestados à população e por melhores condições de trabalho.

Os exemplos da degradação crescente dos serviços públicos podiam-se multiplicar mas os apresentados já são suficientes para mostrar a situação a que se chegou em Portugal consequência da politica da "troika" e do governo PSD/CDS. Perante esta ataque à dignidade e à vida dos portugueses e ao país, só quem nunca soube ou sabe o que é a dignidade, só os que se habituaram a serem submissos e estar do lado que sopra o vento do poder ("os que querem ser mais alemães do que os próprios alemães") , é que poderão dizer que os portugueses nunca foram atingidos na sua dignidade pela "troika". Neste estudo vamos mostrar, utilizando dados oficiais, alguma das causas desta degradação profunda dos serviços públicos em Portugal.

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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

"A minha mãe não morreu, mataram-na"



"A minha mãe não morreu, mataram-na" - David Gomes, filho da mulher de 51 anos que morreu à espera do medicamento para tratar a hepatite C, garante que vai pedir responsabilidades ao Estado e avançar para tribunal. (dn.pt|By Global Media Group)


José Carlos Saldanha, doente com hepatite C há 19 anos, ofereceu-se para pagar metade do tratamento. "Escrevi uma carta [ao ministro] a dizer que pagava metade do tratamento e nunca me respondeu".

David Gomes, o filho de Maria Manuela Ramalho Ferreira, que morreu de hepatite C à espera de medicação, esteve hoje na Comissão Parlamentar de Saúde para entregar um documento ao ministro onde ele, familiares e doentes de hepatite C pedem que se terminem com as mortes. "Vamos avançar para tribunal. A minha mãe não morreu, mataram-na. Há uma cura desde Janeiro de 2014 e em três meses podia ter ficado curada, alguém tem de ser responsabilizado", disse David Gomes ao DN. David refere mesmo que o pedido de acesso ao Sofosbuvir nunca saiu do hospital e que a mãe contraiu a doença há 20 anos, em intervenções médicas necessárias devido a complicações a seguir ao nascimento do filho.

Ao seu lado está José Carlos Saldanha, doente com hepatite C há 19 anos. Desde o dia 8 de Dezembro que espera a resposta do Infarmed ao pedido de autorização para receber o tratamento. "Estou no corredor da morte à beira de um carcinoma. Tenho uma filha de 12 anos e não quero morrer. Já propus ao ministro pagar metade do meu tratamento e nunca tive resposta. Este genocídio vai ter de acabar. Temos direito à vida e ao tratamento. A doença ganhou voz. Basta de mentiras", disse.

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