terça-feira, 22 de dezembro de 2015
Administração do hospital São José demite-se após morte de jovem
Os responsáveis da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo demitiram-se esta terça-feira, na sequência da morte de um homem no Hospital de São José, em Lisboa, por falta de um neurocirurgião.
A demissão dos responsáveis da ARSLVT, Luís Cunha Ribeiro, do Centro Hospitalar Lisboa Central, Teresa Sustelo, e do Centro Hospitalar de Lisboa Norte, Carlos Martins, foi anunciada ao princípio da noite no Ministério da Saúde, numa comunicação dos três responsáveis sem direito a perguntas dos jornalistas.
Em causa está a morte de David Duarte, de 29 anos, que esperou três dias por uma cirurgia urgente a uma hemorragia cerebral resultante de um aneurisma e acabou por morrer na madrugada de 14 de dezembro.
A equipa médica de neurocirurgia que, alegadamente, poderia ter assistido David Duarte não estava de serviço, porque recusa trabalhar ao fim de semana pelo valor que o Estado paga atualmente.
Na comunicação, Luís Cunha Ribeiro adiantou que "foram tomadas medidas" para que situações análogas não voltem a acontecer.
"A partir de agora, foi autorizado que passe a haver resposta para situações deste género. Hoje, doentes em situações semelhantes não terão o mesmo destino do que ocorreu há uma semana", declarou.
Luís Cunha Ribeiro, que lamentou o ocorrido e endereçou condolências à família do jovem que morreu, disse que a ARSLVT solicitou ao conselho de administração do Centro Hospitalar Lisboa Central a instauração de um inquérito, o mesmo fazendo junto da Inspeção-Geral da Saúde.
(Foto em "Sol")
Notícia em Jornal Notícias
Etiquetas:
eutanásia,
Morte no Hospital de São José
VEJA COMO ISRAEL SALVA TERRORISTAS DO ESTADO ISLÂMICO
Há pouco mais de uma semana descrevi aqui a situação de Mohamed Suleiman, um garoto palestiniano com 15 anos detido quando tinha 13 sob a acusação de atirar pedras numa estrada da Cisjordânia reservada a ocupantes – militares e colonos israelitas –, e agora condenado a 15 anos de prisão por 25 "tentativas de assassínio". Pena que poderá tornar-se perpétua se até 26 de Janeiro a família não pagar uma multa de sete mil euros.
Compreendo que esta farsa de justiça e a correspondente agressão aos mais elementares direitos humanos possa ter indignados os leitores. Na verdade, actos de tortura, arbitrariedade e violência gratuita contra crianças cometidos por Israel, um Estado com elevada cotação na bolsa de civilização, liberdades fundamentais e guerra contra o terrorismo que serve de padrão à União Europeia e à NATO, deixam a inquietante sensação de que o Estado confessional hebraico não é aquilo que parece e diz ser.
Para desfazer a má impressão que esse episódio terá deixado vou dar-vos informações que ilustram como Israel é um Estado, por vezes, com elevadas preocupações humanitárias. Um jornalista ao serviço da versão online do britânico Daily Mail acompanhou uma operação de um grupo de comandos israelitas que, na calada da noite, socorrem feridos da guerra civil síria de modo a que sejam assistidos em hospitais israelitas e depois devolvidos ao teatro de guerra. Um desses feridos, cuja vida é salva graças aos procedimentos médicos de urgência israelitas acompanhados pela reportagem do Daily Mail – velha publicação conservadora britânica – é um "combatente anti-Assad" por sinal membro do Estado Islâmico, ou Daesh, ou ISIS, actual inimigo público nº 1 da "civilização ocidental". Em linguagem sem rodeios, a reportagem mostra o salvamento de um terrorista por forças especiais israelitas, ocorrência tão politicamente incorrecta, na aparência, que leva o jornalista a enquadrá-la no âmbito da conhecida máxima "os inimigos dos nossos inimigos nossos amigos são".
No caso, como vamos sabendo, nem seria preciso recorrer a sentenças tão arcaicas, uma vez que há generais norte-americanos sem dúvidas de que Israel está entre os criadores do Estado Islâmico. Já se sabia também que este grupo terrorista tem um santuário nos Montes Golã ocupados por Israel à Síria, onde dispõe de instalações hospitalares facultadas pelo exército com meios de evacuação para hospitais israelitas, nos casos mais graves. Há fotos do primeiro-ministro Netanyahu visitando feridos da mais recente versão de "combatentes da liberdade" tratados no seu país, mas nenhum documento é tão revelador dessa colaboração como o vídeo do Daily Mail. De acordo com a mesma fonte, aliás, esta humanitária legião israelita de boa vontade já salvou assim mais de 2000 vidas entre os terroristas injectados na Síria, e sem distinção de filiação: Estado Islâmico, Al-Nusra, que é o mesmo que dizer Al-Qaida e, ao que consta, até mesmo "moderados", os que são oficialmente pagos pelos Estados Unidos e potências da União Europeia. O valor de 10 milhões de euros gasto até agora por Israel nesta operação é uma pechincha, tendo em conta o que o terrorismo fundamentalista islâmico representa, pelos vistos, para a segurança do país governado pelo fundamentalismo hebraico.
Para que não haja paralelismos que poderiam ser mal intencionados, um oficial israelita esclarece o Daily Mail que ocorrências deste tipo não podem ser postas em confronto, por exemplo, com o que frequentemente acontece em Gaza, onde o exército israelita asfixia e massacra populações civis indefesas. "O contexto é diferente e nós agimos de acordo com ele", explica o oficial com uma transparência tão eficaz que todos nós entendemos: uma coisa é salvar terroristas do Estado Islâmico na fronteira com a Síria, outra é chacinar crianças, mulheres e idosos em Gaza. No fundo, porém, há uma inatacável coerência no comportamento do governo e das tropas israelitas: trata-se de uma questão estratégica de segurança do país, como sempre se ouve dizer.
Uma justificação que se aplica, como um fato feito por medida, ao episódio do jovem Mohamed Suleiman. Mas não se diga que Israel não se dedica por vezes, e quando lhe convém, a práticas humanitárias.
em "mundocaohoje"
Etiquetas:
capitalismo,
Estado Islâmico,
Israel,
ou Daesh,
ou ISIS
sábado, 21 de novembro de 2015
SNS a rebentar, privados a lucrar
por João Mendes (Aventar)
Antecipando o que aí vem, o secretário
de Estado da Saúde anunciou esta semana ao país que, em situações de ruptura, os
hospitais públicos poderão enviar pacientes para o sector privado. Apesar das
medidas preventivas que estão a ser tomadas, as dúvidas quanto
à capacidade de resposta de um SNS alvo de múltiplos cortes nos anos de
austeridade são muitas e preocupantes. E, perante a falta de investimento nos
hospitais públicos, investe-se nos privados para resolver o problema. E porque
não investir esse dinheiro no sector público? Simples: porque a agenda não é essa. Para eles está tudo bem. Quem disser o contrário é comunista.
Retirado de aventar.eu
Etiquetas:
destruição do SNS,
sns
sexta-feira, 30 de outubro de 2015
O "novo" ministro da Saúde
Em 77colinas
Foi
promovido a ministro da Saúde o secretário de Estado que em Abril último,
perante as imagens do descalabro das urgências dos hospitais públicos, consequência
dos cortes financeiros no SNS, as atribui a propaganda feita pelos médicos
afectos à oposição e… aos comunistas!
O “Público” relatava, na altura, o episódio de
seguinte forma:
A Federação Nacional dos Médicos
(Fnam) condena o “humor negro” com que o secretário de Estado adjunto da Saúde
reagiu a uma reportagem de “teor indesmentível” sobre o caos nas urgências
hospitalares e, numa moção, defende que Fernando Leal da Costa fez “declarações
não compagináveis com a decência e o respeito exigidos pelos doentes num Estado
solidário e democrático”.
A
moção a que o PÚBLICO teve acesso, aprovada no sábado num congresso
extraordinário da Fnam que teve lugar em Coimbra, considera que as declarações
de Leal da Costa só podem “constituir uma peça de lamentável humor negro feita
à custa dos cidadãos” e contrapõe que o caos nas urgências hospitalares
retratado numa reportagem da TVI de 13 de Abril apenas releva “imagens bem
conhecidas dos profissionais que lá trabalham e que desesperam com as condições
com que diariamente se confrontam”.
Em causa está
o comentário do secretário de Estado ao trabalho da TVI, que se infiltrou em
urgências de 15 hospitais do país e recolheu imagens durante um mês que mostram
doentes amontoados em camas e macas em espaços dimensionados para menos
atendimentos e com poucos profissionais de saúde. “É uma reportagem que só vem
confirmar a opinião que eu tenho, que os serviços de urgência em Portugal
funcionam muito bem, é uma experiência que confirma que tem picos de afluência,
como nós já sabíamos, durante a noite os serviços tendem a encher-se, durante o
dia tendem a estar mais vazios, por força da própria orgânica do sistema”,
reagiu Leal da Costa.
O governante contrapôs ainda o
que as imagens mostravam. “O que nós vimos foram pessoas bem instaladas, bem
deitadas, em macas com protecção anti queda, em macas estacionadas em locais
apropriados, algumas dos quais em trânsito eventualmente para outro serviço.
Vimos pessoas em camas articuladas, vimos pessoas com postos de oxigénio, vimos
hospitais modernos, vimos sobretudo profissionais muito esforçados”,
acrescentou. Em concreto sobre os médicos que falaram com a TVI, disse que são
“reputados e reconhecidos militantes do Partido Comunista e da oposição” que
não provaram o que afirmam.
Ver em Público
quinta-feira, 22 de outubro de 2015
Os enfermeiros foram uma das profissões que mais viram o salário diminuir
Desde Outubro de 2011, mês em que a Direcção-Geral da
Administração e do Emprego Público passou a publicar os dados relativos às
remunerações, houve 15 grupos profissionais que viram o seu rendimento mensal
aumentar.
De acordo com o jornal i foi a classe profissional dos
magistrados a que mais beneficiou. Em Outubro de 2011, o salário médio mensal
era de 4.332 euros, mas em Abril deste ano esse valor já havia subido para os
5.238 euros.
No caso dos políticos, o aumento desde Outubro de 2011 foi
de 311,3 euros, situando-se actualmente numa média mensal de 2.052 euros.
Do grupo das profissões que mais viram o salário subir estão
também os dirigentes superiores (285,6 euros), os docentes do Ensino Superior
universitário (103,8 euros) e politécnico (180,8 euros), as forças de segurança
(89,4 euros), entre outros de um total de 15 profissões.
Médicos perderam mais de 600 euros por mês
Em sentido oposto encontram-se os médicos, conservadores e
notários e enfermeiros, que foram as profissões que mais viram o salário
diminuir. Enquanto em 2011, o salário médio mensal dos médicos era de 3.981,2
euros, e baixou 671,1 euros fixando-se nos 3.311,10 euros.
A redução para os conservadores e notários foi de 297,1
euros, baixando o salário para 3.606,80 euros. Para os enfermeiros foi de 189
euros - ganham agora 1.476,40 euros.
Na lista das profissões que viram o salário ser reduzido
desde 2011 figuram ainda os diplomatas (menos 171,5 euros), os técnicos de
diagnóstico e terapêutica (113,4 euros), os bombeiros (79,7 euros), os
trabalhadores do Fisco (54,8 euros), os oficiais dos registos e notariado
(47,9), entre outros.
Retirado daqui
quinta-feira, 15 de outubro de 2015
No centro hospitalar de Gaia foram identificados 30 doentes portadores da bactéria multirresistente, oito dos quais morreram
A bactéria multirresistente do hospital
de Gaia terá surgido em consequência do uso de antibióticos, é de rápida
disseminação, transmite-se pelo toque, sobrevive na pele e no meio ambiente e
desconhece-se a sua durabilidade, explicou fonte hospitalar.
“Não há período de incubação, ninguém
sabe ao certo o período que [um paciente] se mantém colonizado [com a
bactéria], há quem diga que é toda a vida e há estudos que dizem que é
intermitente”, explicou à Lusa a coordenadora do Grupo Coordenador Local do
Programa de Prevenção e Controlo de Infecção e Resistência aos Antimicrobiano
do Centro Hospitalar Gaia/Espinho.
Margarida Mota, responsável pelo
controlo do tratamento antimicrobiano dos pacientes portadores da
bactéria Klebsiella Pneumoniae do hospital de Gaia, referiu ser por
isso mesmo que as recomendações vão no sentido de “perante um doente positivo,
o melhor é considerá-lo positivo para o resto da vida”.
Os próprios familiares dos doentes
portadores que já regressaram a casa receberam recomendações de “lavagem de
mãos sempre que contactam com o doente”, tal como “o doente tem indicação de
lavagem de mãos sempre que vai à casa de banho e sempre que procede à sua
higienização”.
No centro hospitalar de Gaia foram
identificados 30 doentes portadores da bactéria multirresistente, oito dos
quais morreram sem que a causa possa ser atribuída directamente à infecção e
nove já tiveram alta.
“Aquela que suspeitamos que tenha sido a
origem deste surto foi uma doente que estava internada com uma complicação
pós-operatória na cirurgia. E chegámos a esta conclusão porque o primeiro caso
era um doente que tinha sido admitido há pouco tempo” e partilhou a mesma
unidade de pós-operatório, explicou a responsável.
Perante o quadro, o hospital considera
ser muito provável que a bactéria se tenha desenvolvido como “efeito colateral
da terapêutica com antibióticos” ministrada à primeira paciente que já estava
internada há cerca de 50 dias e que já “tinha feito vários ciclos de antibióticos”.
Os dois doentes partilharam a unidade de
pós-operatório no dia 29 de Julho e o primeiro caso foi notificado a 07 de
Agosto, mas os restantes contaminados só começaram a ser isolados na última
semana de Agosto.
“Tivemos que desencadear procedimentos
para caracterizar essa bactéria [o] que nos levou algum tempo porque não
tínhamos técnicas para efectuar isso. Tivemos que adquirir técnicas
e kits para classificar e foi quando verificámos que estávamos
perante uma bactéria Klebsiella”, referiu.
Foi também no final de Agosto que o
hospital arrancou com os rastreios e análise do percurso de outros pacientes
que começaram a apresentar sinais da “superbactéria”, tendo o último doente
sido identificado no rastreio efectuado na passada sexta-feira.
Margarida Mota prevê que possam surgir
“mais três ou quatro” doentes portadores da bactéria mas salientou que “numa
equivalência à gripe podemos dizer que já atingimos o pico na semana passada e
esta semana estamos a zero”.
Quanto aos 13 doentes ainda internados e
portadores da bactéria, a sua saída “depende do quadro clínico, da doença que
motivou o seu internamento e das condições sociais em que vivem”.
Lusa
No jornal i
domingo, 11 de outubro de 2015
Portugal é o país europeu com mais casos de ansiedade
"Ansiedade" - Edvard Munch
Portugal
é um dos países da Europa com maior percentagem de população com doenças do
foro da ansiedade, que afecta 16,5% das pessoas, segundo a Sociedade Portuguesa
de Psiquiatria e Saúde Mental.
No Dia
Mundial da Saúde Mental, que hoje se assinala, a Sociedade de Psiquiatria
lembra que, quando a ansiedade se torna crónica, passa a ser considerada uma
doença mental.
Quando
interfere de forma definitiva na vida emocional e familiar ou profissional e
social, significa que a pessoa está doente e deve ser tratada, defendem os
especialistas.
Segundo
dados de 2013 de um estudo epidemiológico da Faculdade de Ciências Médicas da
Universidade Nova de Lisboa, a ansiedade afecta 16,5 por cento da população
portuguesa, sendo a doença mental mais prevalente.
Em
Portugal é nos mais jovens, entre os 18 e os 34 anos, que se verifica maior
prevalência da doença mental, estimando-se que cerca de metade tenham pelo
menos uma perturbação psiquiátrica.
Nos
jovens e jovens adultos, as perturbações ansiosas, as afectivas e o abuso de
álcool são as mais frequentes.
Este ano,
para o Dia da Saúde Mental foi escolhido o tema “Dignidade na Saúde Mental”,
com o objectivo de sensibilizar os cidadãos e os profissionais de saúde para
esta questão, a par do combate ao estigma associado às doenças mentais.
Lusa/Jornal i
Retirado daqui
quarta-feira, 30 de setembro de 2015
Colonoscopias: um negócio que poderá chegar aos 10 milhões de euros este ano se continuar o aumento registado até agora.
Imagem in Público
Ou o grande negócio dos exames complementares de
diagnóstico que o governo vai entregar ao privado em vésperas de eleições.
Muito dos médicos que são sócios destes centros privados acumulam funções no
SNS onde boicotam o funcionamento dos serviços de imagiologia com a conivência
das administrações.
O mesmo terá acontecido com o aparelho de ressonância
magnética da Unidade
Local de Saúde (ULS) da Guarda, o único existente em meio hospitalar em toda a
Beira Interior, que foi adquirido há mais de 2 anos e ainda não
funcionou, encontrando-se no momento avariado. Para voltar a funcionar haverá
que se gastar mais de 100 mil euros e a administração procura agora
responsáveis pela sabotagem; uma sabotagem mais que evidente na medida em que
alguém o desligou provocando a evaporação do hélio, gás sem o qual não
funciona. Não será difícil encontrar o criminoso, basta ver quem ganha com a
realização dos exames no privado, os doentes são obrigados a recorrer a
serviços de imagiologia privados na Guarda e em Viseu.
Assim se percebe como se degrada e se desinveste no
SNS para engordar o sector privado dos comerciantes da saúde. Ainda há pouco o
representante dos hospitais privados veio botar faladura, na SIC (como não poderia
deixar de ser, basta ser o Balsemão o senhor Bilderberg em Portugal e um dos
responsáveis pela falência fraudulenta do BPP) sobre as virtualidade do privado
em desfavor do público, só que o homenzinho ”esqueceu-se” de dizer que isso é
feito à custa dos dinheiros públicos, que estão a ser transferidos para os
negócios privados – gestão privada com dinheiros públicos, qualquer labrego o
faz!
Colonoscopias: grande Lisboa passa de dois para 37 locais de exame
Contratos
serão assinados na sexta-feira e entram de imediato em vigor, anunciou
Ministério.
As entidades qualificadas para
fazer colonoscopias na zona da Grande Lisboa passaram de duas para 37, informou
hoje o Ministério da Saúde, explicando que os contratos são assinados a partir
de sexta-feira e entram de imediato em vigor.Em comunicado, o Ministério explica que concluiu na quarta-feira os concursos para a realização de colonoscopias, destinados a aumentar o número de entidades prestadoras do exame na zona da Grande Lisboa. Trata-se de "um aumento significativo da capacidade instalada" e a partir de agora as novas entidades prestadoras integrarão a rede de convencionados do Serviço Nacional de Saúde, diz o comunicado.
Em 2013 fizeram-se mais de 118 mil colonoscopias (exame por endoscopia do intestino grosso), que custaram mais de cinco milhões de euros. No ano passado houve um aumento de quase 30% de colonoscopias, que custaram mais de sete milhões de euros.
Em Junho passado, o ministro da Saúde tinha anunciado o concurso e esclarecido que os utentes que optarem por realizar as colonoscopias nos novos prestadores de serviços de saúde terão a opção de efectuar o exame com sedação.
De acordo com a Administração Central dos Sistemas de Saúde apresentaram propostas ao concurso 170 prestadores de cuidados de saúde, 16 só no distrito de Lisboa.
Num comunicado divulgado em Junho, a Administração Central lembrava que os utentes do Serviço Nacional de Saúde com uma credencial emitida pelos serviços e estabelecimentos de saúde públicos podem dirigir-se a qualquer uma das várias entidades que estão convencionadas com o Estado a nível nacional e aí realizarem as colonoscopias.
Retirado daqui
quinta-feira, 24 de setembro de 2015
Urgências. Doentes chegam aos Hospitais em estado cada vez pior
Envelhecimento da população mas também
dificuldades no acesso aos serviços de saúde podem estar na origem do fenómeno.
Investigação da Ordem dos Enfermeiros sugere que há mais doentes com grandes limitações nos hospitais.
Marta Reis (jornal i)
Até pode haver menos idas às urgências,
mas os hospitais estão a receber cada vez mais doentes muito debilitados do
ponto de vista da sua autonomia, mas também do estado clínico. Uma investigação
da Ordem dos Enfermeiros concluiu que, entre 2011 e 2014, a proporção de
doentes com graus de dependência elevado ou total nas urgências aumentou 45%.
No mesmo período aumentou ligeiramente também a proporção de doentes em estado
mais grave, triados com pulseiras vermelha e laranja.
A Secção Regional Sul da Ordem, que coordenou
o trabalho, diz haver indícios de que o fenómeno estará ligado ao
envelhecimento da população, mas também a um adiar das idas aos serviços de
saúde por motivos económicos, embora os dados não sejam conclusivos sobre os
motivos. Para já, os responsáveis defendem que a constatação de que estão a
agravar-se as limitações dos doentes deveria motivar mudanças na política de
recursos humanos.
O estudo envolveu quatro serviços de urgência da região Sul do país. Pedro Aguiar, vogal da secção regional e co-autor do trabalho, diz que por motivos de confidencialidade não tornam públicos os serviços, mas revela que foram seleccionadas unidades de distritos diferentes, para haver uma maior representatividade. Um dos hospitais é da zona de Lisboa.
O estudo consistiu numa caracterização de uma amostra de utilizadores durante quatro anos consecutivos, sempre entre o fim de Setembro e a primeira quinzena de Outubro. Foi-lhes também aplicada uma escala de dependência à entrada e à saída. As situações de baixa dependência são aquelas em que o doente tem mobilidade e consegue queixar-se, enquanto as mais elevadas e totais se referem a doentes acamados ou que não conseguem sequer expressar o que sentem, muitas vezes por motivos de demência.
A amostra superou os 300 doentes em cada ano e permitiu aos responsáveis concluir que, nestes quatro anos, a percentagem de doentes triados com as pulseiras azuis e verdes baixou de 50,4% em 2011 para 41,9% em 2014. Aumentou, em contrapartida, a percentagem de doentes mais graves. As pulseiras amarelas subiram de 39,2% em 2011 para 44,8% em 2014, e as vermelhas de 10,4% em 2011 para 13,3% em 2014. Por outro lado, se diminuiu o peso de doentes com situações de dependência baixa, aumentaram os casos de dependência moderada, elevada e total. Tanto no caso da gravidade aferida na triagem como na dependência, 2013 parece ter sido o ano em que houve um maior agravamento dos doentes, já que no ano passado houve uma ligeira diminuição da proporção dos casos mais graves em ambas as variáveis, o que sugere alguma relação com a crise socioeconómica.
Mudanças Pedro Aguiar revela que
continuaram o estudo este ano, tendo pedido dados, desta feita, a todos os
serviços de urgência da região Sul, que abrange 4,4 milhões de portugueses. A
evolução ainda está a ser avaliada. Para o enfermeiro, que é candidato à
presidência da secção regional do Sul da OE nas eleições de Dezembro, este tipo
de estudos deverá permitir um melhor planeamento dos recursos humanos. “Tendo
em conta a complexidade cada vez maior dos doentes, até em termos de autonomia,
não faz sentido as dotações dos serviços terem apenas em conta o afluxo dos
doentes”, defendeu ao i. Segundo o responsável, conseguiram avaliar que 70% dos
doentes melhoravam o estado em que chegavam quatro horas após a entrada no
hospital, sobretudo em aspectos como a gestão da dor e a mobilidade. “São áreas
em que o enfermeiro tem uma actividade autónoma e, havendo falta de
profissionais nos hospitais, os ganhos para os doentes poderiam ser maiores”,
diz Pedro Aguiar.
Retirado daqui
Etiquetas:
Envelhecimento da população,
Sociedade,
Urgências nos hospitais
segunda-feira, 14 de setembro de 2015
É negra e foi internada porque polícia não acreditou que tivesse um BMW
Aconteceu em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América.
Kamilah Brock
garante que a polícia de Nova Iorque a enviou para um hospital psiquiátrico por
não acreditar que ela fosse bancária e proprietária de um carro da marca BMW. E
mais. A mulher disse às autoridades que o presidente Barack Obama a seguia no
Twitter, mas os polícias também não acreditaram.
Assim, a mulher
de 32 anos esteve internada durante oito dias, durante os quais lhe foram
administrados poderosos medicamentos para a deixarem num estado de apatia.
A vítima contou
a sua história na última quinta-feira numa entrevista ao PIX11. “Foi um
pesadelo”, disse.
Tudo aconteceu
a 12 de setembro do ano passado. Kamilah estava parada num semáforo com a
música alta e a dançar, esvoaçando as mãos ao ritmo da música. Um agente da
polícia parou ao seu lado e perguntou-lhe porque não tinha as mãos no volante.
“Eu disse que
estava a dançar porque estava parada no semáforo”, contou a mulher,
acrescentando que o polícia lhe pediu para sair da viatura.
Kamilah foi
então levada para a esquadra, tendo sido libertada algumas horas depois sem
qualquer acusação. Os polícias disseram-lhe para voltar no dia seguinte para
que pudesse levar o carro, um BMW 325Ci.
“Quando me
disseram para voltar no dia seguinte eu senti que a partir do momento em que
disse que era a proprietária do BMW fui vista como uma mentirosa”, referiu.
No dia seguinte
Kamilah voltou à esquadra e disseram-lhe que tinham de a algemar para a levar
até à sua viatura, mas entretanto apareceu uma ambulância.
“Vão levar-me
ao meu carro numa ambulância? Numa ambulância?”, questionou naquele momento.
A mulher foi
mesmo transportada pela ambulância, mas não até ao seu carro. Kamilah foi
levada para o Harlem Hospital onde, de acordo o seu advogado, foram-lhe
injetados poderosos sedativos, tendo sido ainda obrigada a tomar várias doses
de lítio.
De acordo com
os relatórios médicos a que o advogado teve acesso, os clínicos tentaram, por
três vezes, que Kamilah negasse ser proprietária do BMW, bancária e que tivesse
Barack Obama como seu seguidor no Twitter.
Ao fim de oito
dias, a mulher foi então libertada e com uma conta de 11,4 mil euros (13 mil
dólares).
Kamilah está
agora a processar as autoridades que a internaram sem qualquer motivo, até
porque não existe historial de doenças mentais na sua família.
“Se ela fosse
branca, isto não teria acontecido”, garantiu o advogado ao Huffington Post.
Retirado daqui
Etiquetas:
Psiquiatria e racismo,
racismo
Portugal. Risco de suicídio em municípios mais pobres duplicou durante a crise
Marta
F. Reis – jornal i
Estudo inédito analisou o padrão geográfico do suicídio em Portugal em três períodos
As populações dos municípios mais rurais e onde há maior privação material tornaram-se ainda mais vulneráveis ao suicídio durante a actual crise. A conclusão é de um estudo que analisa o padrão geográfico do suicídio em Portugal e que, pela primeira vez, admite um impacto da conjuntura socioeconómica dos últimos anos no flagelo que está por detrás da morte de mais de mil portugueses por ano.
Os investigadores concluem que, se nos anos 90 tinha havido uma diminuição da vulnerabilidade nos territórios mais marcados pela pobreza e ruralidade, nos últimos anos a situação inverteu-se e o risco aumentou nestas zonas. E de forma expressiva. O risco de suicídio nos concelhos com maior privação material duplicou entre o período de 1999 a 2003 e o período de 2008 a 2012. As populações destes municípios apresentaram neste quinquénio um risco 46% superior ao das que vivem em zonas menos carenciadas, quando no primeiro período era 23% superior. Já o risco nas zonas mais rurais, onde sempre houve mais suicídios, passou de 52% para 73% – portanto, um aumento na ordem dos 40%.
A situação não é tão desequilibrada como a que se registava no período de 1989 a 1993, onde começa o estudo, mas nota-se um retrocesso. Paula Santana, investigadora do Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Coimbra e coordenadora do estudo publicado no final de Agosto na revista “Health& Place” – e ao qual o i teve acesso –, avança como explicação o facto de a crise ter alterado a tendência de redução da pobreza no país que vigorou nas décadas de 1990 e 2000 mediante “políticas de educação, emprego e habitação”. Havendo cortes, a investigadora admite que as consequências poderão ter sido mais sentidas nos concelhos com fraca estrutura social e económica.
Mais mudanças
Segundo a nova análise, o Alentejo mantém-se como a região onde o risco de suicídio é maior, mas ao longo dos anos parece estar a esbater--se a tradicional cisão Norte/Sul. As razões estão ainda por perceber, mas podem ser também culturais: no Norte, por exemplo, o conservadorismo foi associado historicamente a um menor reporte de casos, até pelo receio de ser vedado o acesso a funerais católicos, o que a secularização pode estar a reverter.
Mas a mudança mais notória é o aumento do risco na região Centro e no interior, ao mesmo tempo que há uma diminuição do risco em municípios mais urbanos, como na Grande Lisboa e Algarve (ver mapas ao lado). A acessibilidade a cuidados de saúde, por exemplo, pode ter um efeito protector. Já a subespecialização de municípios em sectores económicos como a construção, imobiliário e indústria/serviços não qualificados pode ser a razão para o aumento do risco. Por outro lado, o risco de suicídio parece ter-se intensificado nestes anos sobretudo entre os homens.
REPERCUSSÕES
Hoje assinala-se o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio e, questionada sobre os impactos que este trabalho pode ter nessa luta, Paula Santana defende que as características dos territórios não podem ser descuradas se o país pretende cumprir a meta traçada no Plano Nacional de Saúde: até 2020, diminuir em 12% os suicídios antes dos 65 anos. A investigadora considera, por isso, que é preciso investir nos municípios rurais e no fortalecimento de estruturas de apoio ao longo da vida, no combate ao analfabetismo, ao desemprego e às más condições de habitação, e ainda melhorar o acesso a cuidados de saúde primários e combater o isolamento.
Álvaro Carvalho, director do Programa Nacional para a Saúde Mental, considera
que os resultados são relevantes para a prevenção, defendendo contudo que esta
não deve centrar-se apenas nas zonas de maior risco. O psiquiatria salienta,
ainda assim, que o aumento da vulnerabilidade na região Centro é uma chamada de
atenção importante, dado ter passado despercebido até aqui.
Desde o início da crise internacional tem havido alertas para o aumento do suicídio com a subida do desemprego, algo não demonstrado em Portugal. O responsável admite que este trabalho é o primeiro a indicar um efeito, mas considera que não atesta um aumento dos casos. Santana refere que entre o período de 1999-2003 e 2008-2012 há um aumento de 23% nos suicídios, mas adianta que a melhoria do registo dos óbitos torna difícil perceber se ele se deve à crise e em que medida. A dúvida sobre se os suicídios aumentaram como aconteceu na Grécia continua, assim, por esclarecer: segundo Álvaro Carvalho, os dados do Sistema de Informação dos Certificados de Óbito (SICO), que no ano passado passou a funcionar em pleno, apontam para mais casos do que os que eram reportados pelo INE, mas não são comparáveis com a metodologia do Instituto Nacional de Estatística, sendo necessário esperar por mais séries anuais.
O responsável admite, porém, que se os números do INE estiverem subestimados, como defendem vários peritos, o estudo precisa de ser adaptado e a realidade pode ser ainda mais “dramática”. Para já, concorda com uma prescrição onde não entram apenas dinâmicas da saúde. “As recomendações internacionais sugerem como metodologia mais eficaz a melhoria do diagnóstico e tratamento da depressão nos cuidados primários, onde a maioria das pessoas recorre antes de tentar o suicídio”, diz. “Mas em período de crise não basta a saúde nem a saúde mental. Não é com um comprimido nem com psicoterapia que se trata a falta de dinheiro e de trabalho.”
Desde o início da crise internacional tem havido alertas para o aumento do suicídio com a subida do desemprego, algo não demonstrado em Portugal. O responsável admite que este trabalho é o primeiro a indicar um efeito, mas considera que não atesta um aumento dos casos. Santana refere que entre o período de 1999-2003 e 2008-2012 há um aumento de 23% nos suicídios, mas adianta que a melhoria do registo dos óbitos torna difícil perceber se ele se deve à crise e em que medida. A dúvida sobre se os suicídios aumentaram como aconteceu na Grécia continua, assim, por esclarecer: segundo Álvaro Carvalho, os dados do Sistema de Informação dos Certificados de Óbito (SICO), que no ano passado passou a funcionar em pleno, apontam para mais casos do que os que eram reportados pelo INE, mas não são comparáveis com a metodologia do Instituto Nacional de Estatística, sendo necessário esperar por mais séries anuais.
O responsável admite, porém, que se os números do INE estiverem subestimados, como defendem vários peritos, o estudo precisa de ser adaptado e a realidade pode ser ainda mais “dramática”. Para já, concorda com uma prescrição onde não entram apenas dinâmicas da saúde. “As recomendações internacionais sugerem como metodologia mais eficaz a melhoria do diagnóstico e tratamento da depressão nos cuidados primários, onde a maioria das pessoas recorre antes de tentar o suicídio”, diz. “Mas em período de crise não basta a saúde nem a saúde mental. Não é com um comprimido nem com psicoterapia que se trata a falta de dinheiro e de trabalho.”
Na foto: Estudo juntou investigadores da Universidade de Coimbra, da Universidade Nova de Lisboa e do Instituto de Ciências Sociais - Andrea Zanchi/Getty Images
Etiquetas:
saúde mental,
Suicídio em Portugal
segunda-feira, 7 de setembro de 2015
Grande resposta de massas ao apelo em defesa do sistema de saúde público galego em Vigo
Umha jornada para a história das luitas populares a do dia 3 de setembro de 2015 em Vigo, pois nela decorreu umha das maiores manifestaçons dos últimos anos na Galiza, contra o Partido Popular e a sua destruiçom planificada do até há pouco exemplar sistema público de saúde galego.
Sindicatos,
junta de pessoal, coletivos de afetados por doenças crónicas diversas, forças
da esquerda social e política, coletivos juvenis, feministas e de todo o tipo
somárom forças para demonstrar que o povo galego quer preservar o direito
universal ao atendimento sanitário digno financiado com o dinheiro do povo
trabalhador e de caráter público. O contrário do que o governo criminoso do PP
está a aplicar sorrateiramente, cortando orçamentos, precarizando postos de
trabalho, entregando a gestom a empresas privadas e convertendo a populaçom
galega em clientes para a rendibilidade empresarial no setor sanitário.
Desde a
construçom de hospitais, até a manutençom, a reposiçom de materiais, a reduçom
de camas e outros recursos básicos, os estacionamentos com elevadíssimas
tarifas nos centros médicos, o desvio para consultas privadas devido ao colapso
das listas... um complexo sistema privatizador e destruidor de um direito
básico está a ser aplicado de maneira implacável pola direita espanhola
governante tanto na Junta da Galiza como no governo espanhol. O objetivo?
incorporar progressiva e plenamente a saúde pública ao mercado capitalista,
submetido à rendibilidade como princípio mercantil em maos de grandes empresas
financeiras que já estám a investir no setor e constituindo um incipiente
patronato empresarial que cada vez irá constituindo-se mais claramente em
lobby, como tem acontecido noutros países capitalistas.
Assim foi
denunciado esta quinta-feira à tardinha em Vigo, apontando diretamente em
cartazes e faixas ao presidente da Junta e à conselheira da Saúde como máximos
responsáveis polo desmantelamento do sistema público de saúde na Galiza. Os
acontecimentos no novo Hospital Álvaro Cunqueiro de Vigo, cuja gestom foi
privatizada, e que apresenta graves problemas de higiene e atendimento que já
causárom infeçons e umha morte, conduzírom à reclamaçom de demissom para Rocío
Mosquera, conselheira da Saúde no governo presidido por Feijó.
A mobilizaçom de
pessoal sanitário, administrativo, doentes e populaçom trabalhadora em geral
foi umha verdadeira afirmaçom coletiva do povo galego, se bem a continuidade
dos governos reacionários bloqueiam qualquer mudança e obrigarám, sem dúvida, a
incrementar a pressom popular contra o assalto capitalista ao direito universal
à saúde sem negócio.
Retirado daqui
Etiquetas:
Defesa do serviço público de Saúde,
Sociedade
sábado, 29 de agosto de 2015
No CHUC continua-se a cortar os dias de greve aos grevistas que asseguram serviços mínimos
«O último dia
de Greve, que se realizou na Região Norte, teve uma adesão média de 71,5%
na área hospitalar, alguns Centros de Saúde sem Enfermeiros e muitos “a meio
gás”.
A “onda” de descontentamento dos Enfermeiros Portugueses, traduzida nos
níveis de adesão a estes 5 dias de Greve, evidencia a importância do Governo, através do
Min. Saúde:
- Apresentar Contrapropostas Negociais;
- Tomar algumas medidas imediatas, que visem a melhoria das nossas
Condições de Trabalho.
Ao longo destas
2 semanas fomos exaltando os Problemas, as Propostas de Solução e algumas
medidas imediatas que constam do Caderno Reivindicativo e fomos colocando nas
reuniões negociais, designadamente: (www.sep.org.pt)»
(Do comunicado do SEP).
Perante o
sucesso da greve (e deve dizer-se que o sucesso até é fácil basta os
enfermeiros grevistas declararem que asseguram serviços mínimos para não
perderem o salário já que acabam por fazer quase tudo), as administrações dos
hospitais resolvem proceder ilegalmente ao desconto dos dias de greve a quem assegura os serviços mínimos, como que uma vingança. E estamos a referir-nos mais concretamente à do CHUC (Centro
Hospitalar e Universitário de Coimbra) que, já pela segunda vez, procede ao
corte do salário aos enfermeiros e a outros funcionários grevistas que
asseguram os mínimos, procedendo previamente à alteração do registo biométrico; o que não deixa de ser grave por constituir crime, segundo o Código Penal, a falsificação de documento ou registo.
São os
enfermeiros chefes os primeiros que contactam os Recursos Humanos a indagar a
razão da mudança de “greve-assegurando mínimos”, registo por si efectuado, para
“greve total”, obtendo como resposta que foi “erro informático”; a mesma
resposta é dada a todos os enfermeiros que se dirigem àqueles serviços. É preciso
ter lata! O objectivo é claro, a administração conta que os enfermeiros não
dêem pelo corte dos dias da greve e se calem; espera que a coisa passe.
A outra razão
será a de intimidar, mas por aí não terão grande sorte. O corte que agora nos
referimos diz respeito à greve dos enfermeiros realizada nos passados dias 4 e
5 de Junho, logo dois dias, que multiplicados por muitas centenas senão milhares
de trabalhadores dá largas dezenas de milhar de euros.
Laboratório Militar: “governo quer destruir mais uma infraestrutura estratégica"
Sindicato dos Trabalhadores Civis das
Forças Armadas acusa o governo de promover um "alucinante projeto
legislativo, surgido do nada, a mês e meio das eleições". Antigo
presidente do Infarmed questiona que interesses estarão por trás da decisão de
extinguir uma instituição equilibrada financeiramente e que produz fármacos que
o mercado não garante.
Laboratório Militar produz medicamentos
que as farmacêuticas não têm interesse em fazer porque não são rentáveis, mas
que salvam vidas e são indispensáveis ao tratamento de alguns doentes.
Fotografia de Mário Cruz, LUSA
O Ministério da Defesa confirmou que vai
mesmo extinguir o Laboratório Militar, instituição criada em 1918 como
Farmácia Central do Exército que ultimamente desempenhava funções
muito mais abrangentes que a produção de medicamentos para as Forças Armadas.
Ouvido pela TSF, Aranda da Silva, antigo
presidente do Infarmed e ex-director do Laboratório Militar, diz-se
surpreendido com a decisão e recorda que “ainda há pouco tempo o sr. ministro
da Saúde falava da importância que o Laboratório Militar estava a ter para
resolver problemas de saúde, nomeadamente do Serviço Nacional de Saúde, no que
se refere aos medicamentos que eu costumo denominar como medicamentos
abandonados”, isto é, medicamentos que as farmacêuticas não têm interesse em
fazer porque não são rentáveis, “mas que salvam vidas e são indispensáveis ao
tratamento de alguns doentes”.
Que interesses estão por trás?
O ex-presidente do Infarmed afirma que o
Laboratório é financeiramente equilibrado e por isso não compreende a decisão
do ministério de Aguiar-Branco, questionando “que interesses estão por trás de
uma medida deste tipo, porque não vejo justificações claras para ela”.
O dirigente sindical Alexandre Plácido sublinha que o Laboratório Militar “está neste momento a fornecer ao SNS, diretamente, através das administrações regionais de saúde, um xarope pediátrico que o mercado pura e simplesmente não produz”. Outro exemplo “é a metadona com que se tratam os toxicodependentes em Portugal”. Para sublinhar a importância do Laboratório Militar, o sindicalista recorda que no passado produziu – e voltaria a produzir se o deixassem – o lote de 40 medicamentos e fármacos mais utilizados por todo o SNS. “Estamos aqui a falar de uma entidade que tem implicações na saúde de todos nós”, afirmou à TSF.
Etiquetas:
Laboratório Militar,
privatização da Saúde,
sns
Trabalhar mais de 55 horas semanais aumenta risco de enfarte em 33%, mostra estudo
Estudo com
528.908 homens e mulheres, seguidos durante 7,2 anos, mostra que o aumento do
risco mantinha-se mesmo quando se retirava o consumo de cigarro e álcool e com
a prática de actividade física.
Aqueles com
jornada entre 41 e 48 horas tinham um risco acrescido de 10%, enquanto os que
trabalham entre 49 e 54 horas enfrentavam risco extra de 27%
Trabalhar 55
horas ou mais por semana aumenta em 33% o risco de enfarte, quando se compara
com uma jornada de 35 a 40 horas semanais, mostra estudo divulgado hoje (20).
Com base em
investigações envolvendo 528.908 homens e mulheres, seguidos durante 7,2 anos,
o aumento do risco de enfarte mantinha-se mesmo quando se retirava o consumo de
cigarro e álcool e a actividade física.
Publicado pela
revista The Lancet, o estudo conclui que, em comparação com pessoas que têm uma
semana regular, aqueles que trabalham entre 41 e 48 horas tinham um risco
acrescido de 10%, enquanto os que trabalham entre 49 horas e 54 horas enfrentam
risco extra de 27%.
No caso de a
pessoa trabalhar 55 horas ou mais por semana, o risco de enfarte aumenta 33%,
indica o estudo.
Uma longa semana
de trabalho também aumenta o risco de doenças cardíacas em 13%, mesmo
levando-se em conta factores de risco como a idade, o género e o nível
socioeconómico.
Os pesquisadores
constataram que a baixa actividade física, o elevado consumo de álcool e o stress frequente elevam o risco.
“Os
profissionais de saúde deveriam estar conscientes de que trabalhar longas horas
está associado a um significativo aumento do risco de enfarte e, possivelmente,
de doenças cardíacas”, diz ainda o estudo.
segunda-feira, 10 de agosto de 2015
Infectadas com tuberculose duas enfermeiras das urgências de Portimão
Na RTP:
Ao
todo já houve nove casos no centro hospitalar do Algarve, que inclui Faro. Duas
enfermeiras das urgências do hospital de Portimão foram infectadas com
tuberculose.
Os
enfermeiros dizem que não há rastreios preventivos nem medicina no trabalho
eficiente, mas o centro hospitalar do Algarve defendeu que a incidência de
tuberculose está dentro dos padrões normais entre os técnicos de saúde.
Na SIC:
O
centro hospitalar do Algarve tem condições de trabalho inaceitáveis. É a reacção
do sindicato dos enfermeiros que acusa a administração de demorar a fazer o
rastreio à equipa de urgência do hospital de Portimão, na sequência do caso das
duas enfermeiras diagnosticadas com tuberculose.
Os
responsáveis garantem que foram adoptados todos os protocolos de tratamento e
monitorização e diz que o caso está a ser usado para combate político
No CM
Enfermeiras com tuberculose
Profissionais terão sido contagiadas por doente devido
à falta de quarto de isolamento.
Por Rui
Pando Gomes
Duas enfermeiras do hospital de Portimão foram contagiadas
com tuberculose, ao que tudo indica por um doente infectado. As duas
profissionais de saúde prestam serviço nas Urgências e estão em isolamento em
casa, depois de quase dois meses de espera pelos resultados dos exames de
diagnóstico.
Os primeiros sintomas começaram em finais de maio. Dois meses depois foi confirmado o segundo caso de tuberculose activa. Os profissionais de saúde que estiveram em contacto com as colegas continuam ao serviço. Segundo revelou ao CM Nuno Manjua, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, "os profissionais estão indignados por terem de esperar por autorização para prosseguir com os exames e por não terem ainda sido informados do resultado dos raios-X, alguns realizados há três semanas". Segundo o sindicato, o único quarto de isolamento respiratório com pressão negativa que existia "foi destruído" nas últimas obras. "O isolamento dos doentes com suspeita ou confirmação de tuberculose é feito por cortinas no espaço de decisão clínica".
Etiquetas:
destruição do SNS,
Saúde Pública,
Tuberculose em Portugal
Subscrever:
Mensagens (Atom)