terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Administração do hospital São José demite-se após morte de jovem



Os responsáveis da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo demitiram-se esta terça-feira, na sequência da morte de um homem no Hospital de São José, em Lisboa, por falta de um neurocirurgião.

A demissão dos responsáveis da ARSLVT, Luís Cunha Ribeiro, do Centro Hospitalar Lisboa Central, Teresa Sustelo, e do Centro Hospitalar de Lisboa Norte, Carlos Martins, foi anunciada ao princípio da noite no Ministério da Saúde, numa comunicação dos três responsáveis sem direito a perguntas dos jornalistas.

Em causa está a morte de David Duarte, de 29 anos, que esperou três dias por uma cirurgia urgente a uma hemorragia cerebral resultante de um aneurisma e acabou por morrer na madrugada de 14 de dezembro.

A equipa médica de neurocirurgia que, alegadamente, poderia ter assistido David Duarte não estava de serviço, porque recusa trabalhar ao fim de semana pelo valor que o Estado paga atualmente.
Na comunicação, Luís Cunha Ribeiro adiantou que "foram tomadas medidas" para que situações análogas não voltem a acontecer.

"A partir de agora, foi autorizado que passe a haver resposta para situações deste género. Hoje, doentes em situações semelhantes não terão o mesmo destino do que ocorreu há uma semana", declarou.

Luís Cunha Ribeiro, que lamentou o ocorrido e endereçou condolências à família do jovem que morreu, disse que a ARSLVT solicitou ao conselho de administração do Centro Hospitalar Lisboa Central a instauração de um inquérito, o mesmo fazendo junto da Inspeção-Geral da Saúde.

(Foto em "Sol")
Notícia em Jornal Notícias

VEJA COMO ISRAEL SALVA TERRORISTAS DO ESTADO ISLÂMICO



Há pouco mais de uma semana descrevi aqui a situação de Mohamed Suleiman, um garoto palestiniano com 15 anos detido quando tinha 13 sob a acusação de atirar pedras numa estrada da Cisjordânia reservada a ocupantes militares e colonos israelitas , e agora condenado a 15 anos de prisão por 25 "tentativas de assassínio". Pena que poderá tornar-se perpétua se até 26 de Janeiro a família não pagar uma multa de sete mil euros.

Compreendo que esta farsa de justiça e a correspondente agressão aos mais elementares direitos humanos possa ter indignados os leitores. Na verdade, actos de tortura, arbitrariedade e violência gratuita contra crianças cometidos por Israel, um Estado com elevada cotação na bolsa de civilização, liberdades fundamentais e guerra contra o terrorismo que serve de padrão à União Europeia e à NATO, deixam a inquietante sensação de que o Estado confessional hebraico não é aquilo que parece e diz ser.

Para desfazer a má impressão que esse episódio terá deixado vou dar-vos informações que ilustram como Israel é um Estado, por vezes, com elevadas preocupações humanitárias. Um jornalista ao serviço da versão online do britânico Daily Mail acompanhou uma operação de um grupo de comandos israelitas que, na calada da noite, socorrem feridos da guerra civil síria de modo a que sejam assistidos em hospitais israelitas e depois devolvidos ao teatro de guerra. Um desses feridos, cuja vida é salva graças aos procedimentos médicos de urgência israelitas acompanhados pela reportagem do Daily Mail velha publicação conservadora britânica é um "combatente anti-Assad" por sinal membro do Estado Islâmico, ou Daesh, ou ISIS, actual inimigo público nº 1 da "civilização ocidental". Em linguagem sem rodeios, a reportagem mostra o salvamento de um terrorista por forças especiais israelitas, ocorrência tão politicamente incorrecta, na aparência, que leva o jornalista a enquadrá-la no âmbito da conhecida máxima "os inimigos dos nossos inimigos nossos amigos são".

No caso, como vamos sabendo, nem seria preciso recorrer a sentenças tão arcaicas, uma vez que há generais norte-americanos sem dúvidas de que Israel está entre os criadores do Estado Islâmico. Já se sabia também que este grupo terrorista tem um santuário nos Montes Golã ocupados por Israel à Síria, onde dispõe de instalações hospitalares facultadas pelo exército com meios de evacuação para hospitais israelitas, nos casos mais graves. Há fotos do primeiro-ministro Netanyahu visitando feridos da mais recente versão de "combatentes da liberdade" tratados no seu país, mas nenhum documento é tão revelador dessa colaboração como o vídeo do Daily Mail. De acordo com a mesma fonte, aliás, esta humanitária legião israelita de boa vontade já salvou assim mais de 2000 vidas entre os terroristas injectados na Síria, e sem distinção de filiação: Estado Islâmico, Al-Nusra, que é o mesmo que dizer Al-Qaida e, ao que consta, até mesmo "moderados", os que são oficialmente pagos pelos Estados Unidos e potências da União Europeia. O valor de 10 milhões de euros gasto até agora por Israel nesta operação é uma pechincha, tendo em conta o que o terrorismo fundamentalista islâmico representa, pelos vistos, para a segurança do país governado pelo fundamentalismo hebraico.

Para que não haja paralelismos que poderiam ser mal intencionados, um oficial israelita esclarece o Daily Mail que ocorrências deste tipo não podem ser postas em confronto, por exemplo, com o que frequentemente acontece em Gaza, onde o exército israelita asfixia e massacra populações civis indefesas. "O contexto é diferente e nós agimos de acordo com ele", explica o oficial com uma transparência tão eficaz que todos nós entendemos: uma coisa é salvar terroristas do Estado Islâmico na fronteira com a Síria, outra é chacinar crianças, mulheres e idosos em Gaza. No fundo, porém, há uma inatacável coerência no comportamento do governo e das tropas israelitas: trata-se de uma questão estratégica de segurança do país, como sempre se ouve dizer.

Uma justificação que se aplica, como um fato feito por medida, ao episódio do jovem Mohamed Suleiman. Mas não se diga que Israel não se dedica por vezes, e quando lhe convém, a práticas humanitárias.

em "mundocaohoje"

sábado, 21 de novembro de 2015

SNS a rebentar, privados a lucrar


por João Mendes (Aventar)

Antecipando o que aí vem, o secretário de Estado da Saúde anunciou esta semana ao país que, em situações de ruptura, os hospitais públicos poderão enviar pacientes para o sector privado. Apesar das medidas preventivas que estão a ser tomadas, as dúvidas quanto à capacidade de resposta de um SNS alvo de múltiplos cortes nos anos de austeridade são muitas e preocupantes. E, perante a falta de investimento nos hospitais públicos, investe-se nos privados para resolver o problema. E porque não investir esse dinheiro no sector público? Simples: porque a agenda não é essa. Para eles está tudo bem. Quem disser o contrário é comunista.
Retirado de aventar.eu

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

O "novo" ministro da Saúde


Foi promovido a ministro da Saúde o secretário de Estado que em Abril último, perante as imagens do descalabro das urgências dos hospitais públicos, consequência dos cortes financeiros no SNS, as atribui a propaganda feita pelos médicos afectos à oposição e… aos comunistas!

O “Público” relatava, na altura, o episódio de seguinte forma:

A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) condena o “humor negro” com que o secretário de Estado adjunto da Saúde reagiu a uma reportagem de “teor indesmentível” sobre o caos nas urgências hospitalares e, numa moção, defende que Fernando Leal da Costa fez “declarações não compagináveis com a decência e o respeito exigidos pelos doentes num Estado solidário e democrático”.

A moção a que o PÚBLICO teve acesso, aprovada no sábado num congresso extraordinário da Fnam que teve lugar em Coimbra, considera que as declarações de Leal da Costa só podem “constituir uma peça de lamentável humor negro feita à custa dos cidadãos” e contrapõe que o caos nas urgências hospitalares retratado numa reportagem da TVI de 13 de Abril apenas releva “imagens bem conhecidas dos profissionais que lá trabalham e que desesperam com as condições com que diariamente se confrontam”.

Em causa está o comentário do secretário de Estado ao trabalho da TVI, que se infiltrou em urgências de 15 hospitais do país e recolheu imagens durante um mês que mostram doentes amontoados em camas e macas em espaços dimensionados para menos atendimentos e com poucos profissionais de saúde. “É uma reportagem que só vem confirmar a opinião que eu tenho, que os serviços de urgência em Portugal funcionam muito bem, é uma experiência que confirma que tem picos de afluência, como nós já sabíamos, durante a noite os serviços tendem a encher-se, durante o dia tendem a estar mais vazios, por força da própria orgânica do sistema”, reagiu Leal da Costa.

O governante contrapôs ainda o que as imagens mostravam. “O que nós vimos foram pessoas bem instaladas, bem deitadas, em macas com protecção anti queda, em macas estacionadas em locais apropriados, algumas dos quais em trânsito eventualmente para outro serviço. Vimos pessoas em camas articuladas, vimos pessoas com postos de oxigénio, vimos hospitais modernos, vimos sobretudo profissionais muito esforçados”, acrescentou. Em concreto sobre os médicos que falaram com a TVI, disse que são “reputados e reconhecidos militantes do Partido Comunista e da oposição” que não provaram o que afirmam.

Ver em Público

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Os enfermeiros foram uma das profissões que mais viram o salário diminuir

Desde Outubro de 2011, mês em que a Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público passou a publicar os dados relativos às remunerações, houve 15 grupos profissionais que viram o seu rendimento mensal aumentar.

De acordo com o jornal i foi a classe profissional dos magistrados a que mais beneficiou. Em Outubro de 2011, o salário médio mensal era de 4.332 euros, mas em Abril deste ano esse valor já havia subido para os 5.238 euros.

No caso dos políticos, o aumento desde Outubro de 2011 foi de 311,3 euros, situando-se actualmente numa média mensal de 2.052 euros.

Do grupo das profissões que mais viram o salário subir estão também os dirigentes superiores (285,6 euros), os docentes do Ensino Superior universitário (103,8 euros) e politécnico (180,8 euros), as forças de segurança (89,4 euros), entre outros de um total de 15 profissões.

Médicos perderam mais de 600 euros por mês
Em sentido oposto encontram-se os médicos, conservadores e notários e enfermeiros, que foram as profissões que mais viram o salário diminuir. Enquanto em 2011, o salário médio mensal dos médicos era de 3.981,2 euros, e baixou 671,1 euros fixando-se nos 3.311,10 euros.

A redução para os conservadores e notários foi de 297,1 euros, baixando o salário para 3.606,80 euros. Para os enfermeiros foi de 189 euros - ganham agora 1.476,40 euros.


Na lista das profissões que viram o salário ser reduzido desde 2011 figuram ainda os diplomatas (menos 171,5 euros), os técnicos de diagnóstico e terapêutica (113,4 euros), os bombeiros (79,7 euros), os trabalhadores do Fisco (54,8 euros), os oficiais dos registos e notariado (47,9), entre outros.

Retirado daqui

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

No centro hospitalar de Gaia foram identificados 30 doentes portadores da bactéria multirresistente, oito dos quais morreram

A bactéria multirresistente do hospital de Gaia terá surgido em consequência do uso de antibióticos, é de rápida disseminação, transmite-se pelo toque, sobrevive na pele e no meio ambiente e desconhece-se a sua durabilidade, explicou fonte hospitalar.

“Não há período de incubação, ninguém sabe ao certo o período que [um paciente] se mantém colonizado [com a bactéria], há quem diga que é toda a vida e há estudos que dizem que é intermitente”, explicou à Lusa a coordenadora do Grupo Coordenador Local do Programa de Prevenção e Controlo de Infecção e Resistência aos Antimicrobiano do Centro Hospitalar Gaia/Espinho.

Margarida Mota, responsável pelo controlo do tratamento antimicrobiano dos pacientes portadores da bactéria Klebsiella Pneumoniae do hospital de Gaia, referiu ser por isso mesmo que as recomendações vão no sentido de “perante um doente positivo, o melhor é considerá-lo positivo para o resto da vida”. 

Os próprios familiares dos doentes portadores que já regressaram a casa receberam recomendações de “lavagem de mãos sempre que contactam com o doente”, tal como “o doente tem indicação de lavagem de mãos sempre que vai à casa de banho e sempre que procede à sua higienização”. 
No centro hospitalar de Gaia foram identificados 30 doentes portadores da bactéria multirresistente, oito dos quais morreram sem que a causa possa ser atribuída directamente à infecção e nove já tiveram alta. 

“Aquela que suspeitamos que tenha sido a origem deste surto foi uma doente que estava internada com uma complicação pós-operatória na cirurgia. E chegámos a esta conclusão porque o primeiro caso era um doente que tinha sido admitido há pouco tempo” e partilhou a mesma unidade de pós-operatório, explicou a responsável. 

Perante o quadro, o hospital considera ser muito provável que a bactéria se tenha desenvolvido como “efeito colateral da terapêutica com antibióticos” ministrada à primeira paciente que já estava internada há cerca de 50 dias e que já “tinha feito vários ciclos de antibióticos”. 

Os dois doentes partilharam a unidade de pós-operatório no dia 29 de Julho e o primeiro caso foi notificado a 07 de Agosto, mas os restantes contaminados só começaram a ser isolados na última semana de Agosto. 

“Tivemos que desencadear procedimentos para caracterizar essa bactéria [o] que nos levou algum tempo porque não tínhamos técnicas para efectuar isso. Tivemos que adquirir técnicas e kits para classificar e foi quando verificámos que estávamos perante uma bactéria Klebsiella”, referiu. 
Foi também no final de Agosto que o hospital arrancou com os rastreios e análise do percurso de outros pacientes que começaram a apresentar sinais da “superbactéria”, tendo o último doente sido identificado no rastreio efectuado na passada sexta-feira. 

Margarida Mota prevê que possam surgir “mais três ou quatro” doentes portadores da bactéria mas salientou que “numa equivalência à gripe podemos dizer que já atingimos o pico na semana passada e esta semana estamos a zero”.

Quanto aos 13 doentes ainda internados e portadores da bactéria, a sua saída “depende do quadro clínico, da doença que motivou o seu internamento e das condições sociais em que vivem”.
Lusa

domingo, 11 de outubro de 2015

Portugal é o país europeu com mais casos de ansiedade

                                                                                     "Ansiedade" -  Edvard Munch

Portugal é um dos países da Europa com maior percentagem de população com doenças do foro da ansiedade, que afecta 16,5% das pessoas, segundo a Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental.

No Dia Mundial da Saúde Mental, que hoje se assinala, a Sociedade de Psiquiatria lembra que, quando a ansiedade se torna crónica, passa a ser considerada uma doença mental.

Quando interfere de forma definitiva na vida emocional e familiar ou profissional e social, significa que a pessoa está doente e deve ser tratada, defendem os especialistas.

Segundo dados de 2013 de um estudo epidemiológico da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, a ansiedade afecta 16,5 por cento da população portuguesa, sendo a doença mental mais prevalente.

Em Portugal é nos mais jovens, entre os 18 e os 34 anos, que se verifica maior prevalência da doença mental, estimando-se que cerca de metade tenham pelo menos uma perturbação psiquiátrica.

Nos jovens e jovens adultos, as perturbações ansiosas, as afectivas e o abuso de álcool são as mais frequentes.

Este ano, para o Dia da Saúde Mental foi escolhido o tema “Dignidade na Saúde Mental”, com o objectivo de sensibilizar os cidadãos e os profissionais de saúde para esta questão, a par do combate ao estigma associado às doenças mentais.

Lusa/Jornal i

Retirado daqui

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Colonoscopias: um negócio que poderá chegar aos 10 milhões de euros este ano se continuar o aumento registado até agora.

                                                              Imagem in Público

Ou o grande negócio dos exames complementares de diagnóstico que o governo vai entregar ao privado em vésperas de eleições. Muito dos médicos que são sócios destes centros privados acumulam funções no SNS onde boicotam o funcionamento dos serviços de imagiologia com a conivência das administrações.

O mesmo terá acontecido com o aparelho de ressonância magnética da Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda, o único existente em meio hospitalar em toda a Beira Interior, que foi adquirido há mais de 2 anos e ainda não funcionou, encontrando-se no momento avariado. Para voltar a funcionar haverá que se gastar mais de 100 mil euros e a administração procura agora responsáveis pela sabotagem; uma sabotagem mais que evidente na medida em que alguém o desligou provocando a evaporação do hélio, gás sem o qual não funciona. Não será difícil encontrar o criminoso, basta ver quem ganha com a realização dos exames no privado, os doentes são obrigados a recorrer a serviços de imagiologia privados na Guarda e em Viseu.

Assim se percebe como se degrada e se desinveste no SNS para engordar o sector privado dos comerciantes da saúde. Ainda há pouco o representante dos hospitais privados veio botar faladura, na SIC (como não poderia deixar de ser, basta ser o Balsemão o senhor Bilderberg em Portugal e um dos responsáveis pela falência fraudulenta do BPP) sobre as virtualidade do privado em desfavor do público, só que o homenzinho ”esqueceu-se” de dizer que isso é feito à custa dos dinheiros públicos, que estão a ser transferidos para os negócios privados – gestão privada com dinheiros públicos, qualquer labrego o faz!

Colonoscopias: grande Lisboa passa de dois para 37 locais de exame
Contratos serão assinados na sexta-feira e entram de imediato em vigor, anunciou Ministério.
As entidades qualificadas para fazer colonoscopias na zona da Grande Lisboa passaram de duas para 37, informou hoje o Ministério da Saúde, explicando que os contratos são assinados a partir de sexta-feira e entram de imediato em vigor.

Em comunicado, o Ministério explica que concluiu na quarta-feira os concursos para a realização de colonoscopias, destinados a aumentar o número de entidades prestadoras do exame na zona da Grande Lisboa. Trata-se de "um aumento significativo da capacidade instalada" e a partir de agora as novas entidades prestadoras integrarão a rede de convencionados do Serviço Nacional de Saúde, diz o comunicado.

Em 2013 fizeram-se mais de 118 mil colonoscopias (exame por endoscopia do intestino grosso), que custaram mais de cinco milhões de euros. No ano passado houve um aumento de quase 30% de colonoscopias, que custaram mais de sete milhões de euros.
Em Junho passado, o ministro da Saúde tinha anunciado o concurso e esclarecido que os utentes que optarem por realizar as colonoscopias nos novos prestadores de serviços de saúde terão a opção de efectuar o exame com sedação.

De acordo com a Administração Central dos Sistemas de Saúde apresentaram propostas ao concurso 170 prestadores de cuidados de saúde, 16 só no distrito de Lisboa.
Num comunicado divulgado em Junho, a Administração Central lembrava que os utentes do Serviço Nacional de Saúde com uma credencial emitida pelos serviços e estabelecimentos de saúde públicos podem dirigir-se a qualquer uma das várias entidades que estão convencionadas com o Estado a nível nacional e aí realizarem as colonoscopias.

Retirado daqui

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Urgências. Doentes chegam aos Hospitais em estado cada vez pior

Envelhecimento da população mas também dificuldades no acesso aos serviços de saúde podem estar na origem do fenómeno.
Investigação da Ordem dos Enfermeiros sugere que há mais doentes com grandes limitações nos hospitais.

Marta Reis (jornal i)

Até pode haver menos idas às urgências, mas os hospitais estão a receber cada vez mais doentes muito debilitados do ponto de vista da sua autonomia, mas também do estado clínico. Uma investigação da Ordem dos Enfermeiros concluiu que, entre 2011 e 2014, a proporção de doentes com graus de dependência elevado ou total nas urgências aumentou 45%. No mesmo período aumentou ligeiramente também a proporção de doentes em estado mais grave, triados com pulseiras vermelha e laranja. 

A Secção Regional Sul da Ordem, que coordenou o trabalho, diz haver indícios de que o fenómeno estará ligado ao envelhecimento da população, mas também a um adiar das idas aos serviços de saúde por motivos económicos, embora os dados não sejam conclusivos sobre os motivos. Para já, os responsáveis defendem que a constatação de que estão a agravar-se as limitações dos doentes deveria motivar mudanças na política de recursos humanos.

O estudo envolveu quatro serviços de urgência da região Sul do país. Pedro Aguiar, vogal da secção regional e co-autor do trabalho, diz que por motivos de confidencialidade não tornam públicos os serviços, mas revela que foram seleccionadas unidades de distritos diferentes, para haver uma maior representatividade. Um dos hospitais é da zona de Lisboa.

O estudo consistiu numa caracterização de uma amostra de utilizadores durante quatro anos consecutivos, sempre entre o fim de Setembro e a primeira quinzena de Outubro. Foi-lhes também aplicada uma escala de dependência à entrada e à saída. As situações de baixa dependência são aquelas em que o doente tem mobilidade e consegue queixar-se, enquanto as mais elevadas e totais se referem a doentes acamados ou que não conseguem sequer expressar o que sentem, muitas vezes por motivos de demência.

A amostra superou os 300 doentes em cada ano e permitiu aos responsáveis concluir que, nestes quatro anos, a percentagem de doentes triados com as pulseiras azuis e verdes baixou de 50,4% em 2011 para 41,9% em 2014. Aumentou, em contrapartida, a percentagem de doentes mais graves. As pulseiras amarelas subiram de 39,2% em 2011 para 44,8% em 2014, e as vermelhas de 10,4% em 2011 para 13,3% em 2014. Por outro lado, se diminuiu o peso de doentes com situações de dependência baixa, aumentaram os casos de dependência moderada, elevada e total. Tanto no caso da gravidade aferida na triagem como na dependência, 2013 parece ter sido o ano em que houve um maior agravamento dos doentes, já que no ano passado houve uma ligeira diminuição da proporção dos casos mais graves em ambas as variáveis, o que sugere alguma relação com a crise socioeconómica.

Mudanças Pedro Aguiar revela que continuaram o estudo este ano, tendo pedido dados, desta feita, a todos os serviços de urgência da região Sul, que abrange 4,4 milhões de portugueses. A evolução ainda está a ser avaliada. Para o enfermeiro, que é candidato à presidência da secção regional do Sul da OE nas eleições de Dezembro, este tipo de estudos deverá permitir um melhor planeamento dos recursos humanos. “Tendo em conta a complexidade cada vez maior dos doentes, até em termos de autonomia, não faz sentido as dotações dos serviços terem apenas em conta o afluxo dos doentes”, defendeu ao i. Segundo o responsável, conseguiram avaliar que 70% dos doentes melhoravam o estado em que chegavam quatro horas após a entrada no hospital, sobretudo em aspectos como a gestão da dor e a mobilidade. “São áreas em que o enfermeiro tem uma actividade autónoma e, havendo falta de profissionais nos hospitais, os ganhos para os doentes poderiam ser maiores”, diz Pedro Aguiar.

Retirado daqui

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

É negra e foi internada porque polícia não acreditou que tivesse um BMW


Aconteceu em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América.

Kamilah Brock garante que a polícia de Nova Iorque a enviou para um hospital psiquiátrico por não acreditar que ela fosse bancária e proprietária de um carro da marca BMW. E mais. A mulher disse às autoridades que o presidente Barack Obama a seguia no Twitter, mas os polícias também não acreditaram.

Assim, a mulher de 32 anos esteve internada durante oito dias, durante os quais lhe foram administrados poderosos medicamentos para a deixarem num estado de apatia.

A vítima contou a sua história na última quinta-feira numa entrevista ao PIX11. “Foi um pesadelo”, disse.

Tudo aconteceu a 12 de setembro do ano passado. Kamilah estava parada num semáforo com a música alta e a dançar, esvoaçando as mãos ao ritmo da música. Um agente da polícia parou ao seu lado e perguntou-lhe porque não tinha as mãos no volante.

“Eu disse que estava a dançar porque estava parada no semáforo”, contou a mulher, acrescentando que o polícia lhe pediu para sair da viatura.

Kamilah foi então levada para a esquadra, tendo sido libertada algumas horas depois sem qualquer acusação. Os polícias disseram-lhe para voltar no dia seguinte para que pudesse levar o carro, um BMW 325Ci.

“Quando me disseram para voltar no dia seguinte eu senti que a partir do momento em que disse que era a proprietária do BMW fui vista como uma mentirosa”, referiu.

No dia seguinte Kamilah voltou à esquadra e disseram-lhe que tinham de a algemar para a levar até à sua viatura, mas entretanto apareceu uma ambulância.

“Vão levar-me ao meu carro numa ambulância? Numa ambulância?”, questionou naquele momento.

A mulher foi mesmo transportada pela ambulância, mas não até ao seu carro. Kamilah foi levada para o Harlem Hospital onde, de acordo o seu advogado, foram-lhe injetados poderosos sedativos, tendo sido ainda obrigada a tomar várias doses de lítio.

De acordo com os relatórios médicos a que o advogado teve acesso, os clínicos tentaram, por três vezes, que Kamilah negasse ser proprietária do BMW, bancária e que tivesse Barack Obama como seu seguidor no Twitter.

Ao fim de oito dias, a mulher foi então libertada e com uma conta de 11,4 mil euros (13 mil dólares).

Kamilah está agora a processar as autoridades que a internaram sem qualquer motivo, até porque não existe historial de doenças mentais na sua família.

“Se ela fosse branca, isto não teria acontecido”, garantiu o advogado ao Huffington Post.

Retirado daqui

Portugal. Risco de suicídio em municípios mais pobres duplicou durante a crise


Marta F. Reis – jornal i

Estudo inédito analisou o padrão geográfico do suicídio em Portugal em três períodos

As populações dos municípios mais rurais e onde há maior privação material tornaram-se ainda mais vulneráveis ao suicídio durante a actual crise. A conclusão é de um estudo que analisa o padrão geográfico do suicídio em Portugal e que, pela primeira vez, admite um impacto da conjuntura socioeconómica dos últimos anos no flagelo que está por detrás da morte de mais de mil portugueses por ano.

Os investigadores concluem que, se nos anos 90 tinha havido uma diminuição da vulnerabilidade nos territórios mais marcados pela pobreza e ruralidade, nos últimos anos a situação inverteu-se e o risco aumentou nestas zonas. E de forma expressiva. O risco de suicídio nos concelhos com maior privação material duplicou entre o período de 1999 a 2003 e o período de 2008 a 2012. As populações destes municípios apresentaram neste quinquénio um risco 46% superior ao das que vivem em zonas menos carenciadas, quando no primeiro período era 23% superior. Já o risco nas zonas mais rurais, onde sempre houve mais suicídios, passou de 52% para 73% – portanto, um aumento na ordem dos 40%.

A situação não é tão desequilibrada como a que se registava no período de 1989 a 1993, onde começa o estudo, mas nota-se um retrocesso. Paula Santana, investigadora do Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Coimbra e coordenadora do estudo publicado no final de Agosto na revista “Health& Place” – e ao qual o i teve acesso –, avança como explicação o facto de a crise ter alterado a tendência de redução da pobreza no país que vigorou nas décadas de 1990 e 2000 mediante “políticas de educação, emprego e habitação”. Havendo cortes, a investigadora admite que as consequências poderão ter sido mais sentidas nos concelhos com fraca estrutura social e económica. 


Mais mudanças

Segundo a nova análise, o Alentejo mantém-se como a região onde o risco de suicídio é maior, mas ao longo dos anos parece estar a esbater--se a tradicional cisão Norte/Sul. As razões estão ainda por perceber, mas podem ser também culturais: no Norte, por exemplo, o conservadorismo foi associado historicamente a um menor reporte de casos, até pelo receio de ser vedado o acesso a funerais católicos, o que a secularização pode estar a reverter.

Mas a mudança mais notória é o aumento do risco na região Centro e no interior, ao mesmo tempo que há uma diminuição do risco em municípios mais urbanos, como na Grande Lisboa e Algarve (ver mapas ao lado). A acessibilidade a cuidados de saúde, por exemplo, pode ter um efeito protector. Já a subespecialização de municípios em sectores económicos como a construção, imobiliário e indústria/serviços não qualificados pode ser a razão para o aumento do risco. Por outro lado, o risco de suicídio parece ter-se intensificado nestes anos sobretudo entre os homens.


REPERCUSSÕES

Hoje assinala-se o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio e, questionada sobre os impactos que este trabalho pode ter nessa luta, Paula Santana defende que as características dos territórios não podem ser descuradas se o país pretende cumprir a meta traçada no Plano Nacional de Saúde: até 2020, diminuir em 12% os suicídios antes dos 65 anos. A investigadora considera, por isso, que é preciso investir nos municípios rurais e no fortalecimento de estruturas de apoio ao longo da vida, no combate ao analfabetismo, ao desemprego e às más condições de habitação, e ainda melhorar o acesso a cuidados de saúde primários e combater o isolamento.


Álvaro Carvalho, director do Programa Nacional para a Saúde Mental, considera que os resultados são relevantes para a prevenção, defendendo contudo que esta não deve centrar-se apenas nas zonas de maior risco. O psiquiatria salienta, ainda assim, que o aumento da vulnerabilidade na região Centro é uma chamada de atenção importante, dado ter passado despercebido até aqui.

Desde o início da crise internacional tem havido alertas para o aumento do suicídio com a subida do desemprego, algo não demonstrado em Portugal. O responsável admite que este trabalho é o primeiro a indicar um efeito, mas considera que não atesta um aumento dos casos. Santana refere que entre o período de 1999-2003 e 2008-2012 há um aumento de 23% nos suicídios, mas adianta que a melhoria do registo dos óbitos torna difícil perceber se ele se deve à crise e em que medida. A dúvida sobre se os suicídios aumentaram como aconteceu na Grécia continua, assim, por esclarecer: segundo Álvaro Carvalho, os dados do Sistema de Informação dos Certificados de Óbito (SICO), que no ano passado passou a funcionar em pleno, apontam para mais casos do que os que eram reportados pelo INE, mas não são comparáveis com a metodologia do Instituto Nacional de Estatística, sendo necessário esperar por mais séries anuais.

O responsável admite, porém, que se os números do INE estiverem subestimados, como defendem vários peritos, o estudo precisa de ser adaptado e a realidade pode ser ainda mais “dramática”. Para já, concorda com uma prescrição onde não entram apenas dinâmicas da saúde. “As recomendações internacionais sugerem como metodologia mais eficaz a melhoria do diagnóstico e tratamento da depressão nos cuidados primários, onde a maioria das pessoas recorre antes de tentar o suicídio”, diz. “Mas em período de crise não basta a saúde nem a saúde mental. Não é com um comprimido nem com psicoterapia que se trata a falta de dinheiro e de trabalho.”

Na foto: Estudo juntou investigadores da Universidade de Coimbra, da Universidade Nova de Lisboa e do Instituto de Ciências Sociais - Andrea Zanchi/Getty Images

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Grande resposta de massas ao apelo em defesa do sistema de saúde público galego em Vigo

 
Dezenas de milhares de pessoas saírom às ruas da maior cidade da Galiza na que já é maior manifestaçom do ano, para rejeitar claramente as privatizaçons e cortes que os governos do PP venhem dirigindo contra o sistema de saúde público na Galiza.

Umha jornada para a história das luitas populares a do dia 3 de setembro de 2015 em Vigo, pois nela decorreu umha das maiores manifestaçons dos últimos anos na Galiza, contra o Partido Popular e a sua destruiçom planificada do até há pouco exemplar sistema público de saúde galego.

Sindicatos, junta de pessoal, coletivos de afetados por doenças crónicas diversas, forças da esquerda social e política, coletivos juvenis, feministas e de todo o tipo somárom forças para demonstrar que o povo galego quer preservar o direito universal ao atendimento sanitário digno financiado com o dinheiro do povo trabalhador e de caráter público. O contrário do que o governo criminoso do PP está a aplicar sorrateiramente, cortando orçamentos, precarizando postos de trabalho, entregando a gestom a empresas privadas e convertendo a populaçom galega em clientes para a rendibilidade empresarial no setor sanitário.

Desde a construçom de hospitais, até a manutençom, a reposiçom de materiais, a reduçom de camas e outros recursos básicos, os estacionamentos com elevadíssimas tarifas nos centros médicos, o desvio para consultas privadas devido ao colapso das listas... um complexo sistema privatizador e destruidor de um direito básico está a ser aplicado de maneira implacável pola direita espanhola governante tanto na Junta da Galiza como no governo espanhol. O objetivo? incorporar progressiva e plenamente a saúde pública ao mercado capitalista, submetido à rendibilidade como princípio mercantil em maos de grandes empresas financeiras que já estám a investir no setor e constituindo um incipiente patronato empresarial que cada vez irá constituindo-se mais claramente em lobby, como tem acontecido noutros países capitalistas.

Assim foi denunciado esta quinta-feira à tardinha em Vigo, apontando diretamente em cartazes e faixas ao presidente da Junta e à conselheira da Saúde como máximos responsáveis polo desmantelamento do sistema público de saúde na Galiza. Os acontecimentos no novo Hospital Álvaro Cunqueiro de Vigo, cuja gestom foi privatizada, e que apresenta graves problemas de higiene e atendimento que já causárom infeçons e umha morte, conduzírom à reclamaçom de demissom para Rocío Mosquera, conselheira da Saúde no governo presidido por Feijó.

A mobilizaçom de pessoal sanitário, administrativo, doentes e populaçom trabalhadora em geral foi umha verdadeira afirmaçom coletiva do povo galego, se bem a continuidade dos governos reacionários bloqueiam qualquer mudança e obrigarám, sem dúvida, a incrementar a pressom popular contra o assalto capitalista ao direito universal à saúde sem negócio.

Retirado daqui

sábado, 29 de agosto de 2015

No CHUC continua-se a cortar os dias de greve aos grevistas que asseguram serviços mínimos


«O último dia de Greve, que se realizou na Região Norte, teve uma adesão média de 71,5% na área hospitalar, alguns Centros de Saúde sem Enfermeiros e muitos “a meio gás”.
A “onda” de descontentamento dos Enfermeiros Portugueses, traduzida nos níveis de adesão a estes 5 dias de Greve, evidencia a importância do Governo, através do Min. Saúde:
 - Apresentar Contrapropostas Negociais;
- Tomar algumas medidas imediatas, que visem a melhoria das nossas Condições de Trabalho.
Ao longo destas 2 semanas fomos exaltando os Problemas, as Propostas de Solução e algumas medidas imediatas que constam do Caderno Reivindicativo e fomos colocando nas reuniões negociais, designadamente: (www.sep.org.pt)» (Do comunicado do SEP).

Perante o sucesso da greve (e deve dizer-se que o sucesso até é fácil basta os enfermeiros grevistas declararem que asseguram serviços mínimos para não perderem o salário já que acabam por fazer quase tudo), as administrações dos hospitais resolvem proceder ilegalmente ao desconto dos dias de greve a quem assegura os serviços mínimos, como que uma vingança. E estamos a referir-nos mais concretamente à do CHUC (Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra) que, já pela segunda vez, procede ao corte do salário aos enfermeiros e a outros funcionários grevistas que asseguram os mínimos, procedendo previamente à alteração do registo biométrico; o que não deixa de ser grave por constituir crime, segundo o Código Penal, a falsificação de documento ou registo.

São os enfermeiros chefes os primeiros que contactam os Recursos Humanos a indagar a razão da mudança de “greve-assegurando mínimos”, registo por si efectuado, para “greve total”, obtendo como resposta que foi “erro informático”; a mesma resposta é dada a todos os enfermeiros que se dirigem àqueles serviços. É preciso ter lata! O objectivo é claro, a administração conta que os enfermeiros não dêem pelo corte dos dias da greve e se calem; espera que a coisa passe.

A outra razão será a de intimidar, mas por aí não terão grande sorte. O corte que agora nos referimos diz respeito à greve dos enfermeiros realizada nos passados dias 4 e 5 de Junho, logo dois dias, que multiplicados por muitas centenas senão milhares de trabalhadores dá largas dezenas de milhar de euros.

Os sindicatos devem estar alertas e denunciar publicamente a situação porque recorrente, voluntária e intencional, a teoria do “erro informático” não colhe. Não chega fazer contactos telefónicos ou andar em reuniões se o problema persiste.

Laboratório Militar: “governo quer destruir mais uma infraestrutura estratégica"


Sindicato dos Trabalhadores Civis das Forças Armadas acusa o governo de promover um "alucinante projeto legislativo, surgido do nada, a mês e meio das eleições". Antigo presidente do Infarmed questiona que interesses estarão por trás da decisão de extinguir uma instituição equilibrada financeiramente e que produz fármacos que o mercado não garante.

Laboratório Militar produz medicamentos que as farmacêuticas não têm interesse em fazer porque não são rentáveis, mas que salvam vidas e são indispensáveis ao tratamento de alguns doentes. Fotografia de Mário Cruz, LUSA

O Ministério da Defesa confirmou que vai mesmo extinguir o Laboratório Militar, instituição criada em 1918 como Farmácia Central do Exército que ultimamente desempenhava funções muito mais abrangentes que a produção de medicamentos para as Forças Armadas.

Ouvido pela TSF, Aranda da Silva, antigo presidente do Infarmed e ex-director do Laboratório Militar, diz-se surpreendido com a decisão e recorda que “ainda há pouco tempo o sr. ministro da Saúde falava da importância que o Laboratório Militar estava a ter para resolver problemas de saúde, nomeadamente do Serviço Nacional de Saúde, no que se refere aos medicamentos que eu costumo denominar como medicamentos abandonados”, isto é, medicamentos que as farmacêuticas não têm interesse em fazer porque não são rentáveis, “mas que salvam vidas e são indispensáveis ao tratamento de alguns doentes”.

Que interesses estão por trás?

O ex-presidente do Infarmed afirma que o Laboratório é financeiramente equilibrado e por isso não compreende a decisão do ministério de Aguiar-Branco, questionando “que interesses estão por trás de uma medida deste tipo, porque não vejo justificações claras para ela”.

O dirigente sindical Alexandre Plácido sublinha que o Laboratório Militar “está neste momento a fornecer ao SNS, diretamente, através das administrações regionais de saúde, um xarope pediátrico que o mercado pura e simplesmente não produz”. Outro exemplo “é a metadona com que se tratam os toxicodependentes em Portugal”. Para sublinhar a importância do Laboratório Militar, o sindicalista recorda que no passado produziu – e voltaria a produzir se o deixassem – o lote de 40 medicamentos e fármacos mais utilizados por todo o SNS. “Estamos aqui a falar de uma entidade que tem implicações na saúde de todos nós”, afirmou à TSF.


Trabalhar mais de 55 horas semanais aumenta risco de enfarte em 33%, mostra estudo



Estudo com 528.908 homens e mulheres, seguidos durante 7,2 anos, mostra que o aumento do risco mantinha-se mesmo quando se retirava o consumo de cigarro e álcool e com a prática de actividade física.

Aqueles com jornada entre 41 e 48 horas tinham um risco acrescido de 10%, enquanto os que trabalham entre 49 e 54 horas enfrentavam risco extra de 27%

Trabalhar 55 horas ou mais por semana aumenta em 33% o risco de enfarte, quando se compara com uma jornada de 35 a 40 horas semanais, mostra estudo divulgado hoje (20).

Com base em investigações envolvendo 528.908 homens e mulheres, seguidos durante 7,2 anos, o aumento do risco de enfarte mantinha-se mesmo quando se retirava o consumo de cigarro e álcool e a actividade física.

Publicado pela revista The Lancet, o estudo conclui que, em comparação com pessoas que têm uma semana regular, aqueles que trabalham entre 41 e 48 horas tinham um risco acrescido de 10%, enquanto os que trabalham entre 49 horas e 54 horas enfrentam risco extra de 27%.

No caso de a pessoa trabalhar 55 horas ou mais por semana, o risco de enfarte aumenta 33%, indica o estudo.

Uma longa semana de trabalho também aumenta o risco de doenças cardíacas em 13%, mesmo levando-se em conta factores de risco como a idade, o género e o nível socioeconómico.

Os pesquisadores constataram que a baixa actividade física, o elevado consumo de álcool e o stress frequente elevam o risco.

“Os profissionais de saúde deveriam estar conscientes de que trabalhar longas horas está associado a um significativo aumento do risco de enfarte e, possivelmente, de doenças cardíacas”, diz ainda o estudo.


segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Infectadas com tuberculose duas enfermeiras das urgências de Portimão


Na RTP:

Ao todo já houve nove casos no centro hospitalar do Algarve, que inclui Faro. Duas enfermeiras das urgências do hospital de Portimão foram infectadas com tuberculose.
Os enfermeiros dizem que não há rastreios preventivos nem medicina no trabalho eficiente, mas o centro hospitalar do Algarve defendeu que a incidência de tuberculose está dentro dos padrões normais entre os técnicos de saúde. 

Na SIC:

O centro hospitalar do Algarve tem condições de trabalho inaceitáveis. É a reacção do sindicato dos enfermeiros que acusa a administração de demorar a fazer o rastreio à equipa de urgência do hospital de Portimão, na sequência do caso das duas enfermeiras diagnosticadas com tuberculose.
Os responsáveis garantem que foram adoptados todos os protocolos de tratamento e monitorização e diz que o caso está a ser usado para combate político 

No CM

Enfermeiras com tuberculose
Profissionais terão sido contagiadas por doente devido à falta de quarto de isolamento.

Por Rui Pando Gomes

Duas enfermeiras do hospital de Portimão foram contagiadas com tuberculose, ao que tudo indica por um doente infectado. As duas profissionais de saúde prestam serviço nas Urgências e estão em isolamento em casa, depois de quase dois meses de espera pelos resultados dos exames de diagnóstico.

Os primeiros sintomas começaram em finais de maio. Dois meses depois foi confirmado o segundo caso de tuberculose activa. Os profissionais de saúde que estiveram em contacto com as colegas continuam ao serviço. Segundo revelou ao CM Nuno Manjua, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, "os profissionais estão indignados por terem de esperar por autorização para prosseguir com os exames e por não terem ainda sido informados do resultado dos raios-X, alguns realizados há três semanas". Segundo o sindicato, o único quarto de isolamento respiratório com pressão negativa que existia "foi destruído" nas últimas obras. "O isolamento dos doentes com suspeita ou confirmação de tuberculose é feito por cortinas no espaço de decisão clínica".