quinta-feira, 28 de agosto de 2014

GREVE DOS ENFERMEIROS



in JN
A greve dos enfermeiros contra as condições extenuantes de trabalho a que são sujeitos em praticamente todas as instituições do SNS, devido a falta gritante não só do pessoal de enfermagem, que leva a sobrecarga de horários, como falta de outros profissionais de saúde, falta de material e condições de trabalho, começou no início do mês de Agosto, período do ano em que os problemas se agravam pela insuficiência de recursos como pelo aumento da afluência dos utentes. Não foi por acaso que a greve teve início no Algarve, obteve a adesão de médicos e de praticamente de todos os profissionais da área e com níveis elevados de participação. O mal-estar é geral.

Facilmente a greve se tem estendido a outras regiões do país, Barreiro, Montijo, Lisboa, Santarém e agora Viana do Castelo e outras unidades de saúde do Alto Minho, como que uma onda que se dirige de sul para norte (mas que parece se ter “esquecido de passar por Coimbra e região Centro em geral, onde se concentram alguns milhares de enfermeiros), porque as causas de mal-estar são as mesmas: sobrecarga de trabalho, salário reduzido e congelamento da carreira (ao que parece das próprias negociações, adiadas para 17 de Setembro).

A greve parece incomodar quer o governo quer os seus órgãos de informação/propaganda: o primeiro, pela voz do privatizador-mor do SNS, acusou os enfermeiros de acumularem vários empregos, daí a exaustão (física e psicológica) de que se queixam; os últimos (principalmente as televisões), quase que se sentiram na obrigação de fazer a abertura dos noticiários com a greve dos enfermeiros, não deixando, contudo, de lançar alguma provocação.

Na azáfama privatizadora do governo, EGF, STCP, Linha de Cascais, TAP, resto dos CTT, para breve as Águas de Portugal e, se houver apoio explícito do PS, a Segurança Social ou parte dela, o resto do SNS que garanta lucros líquidos, e por aí fora, a greve dos enfermeiros nesta altura não deixa de ser oportuna e deve merecer o apoio e solidariedade de todos os cidadãos portugueses. São os cidadãos utentes que também estão em causa, a qualidades dos cuidados de saúde prestados no SNS, e a boa utilização dos dinheiros provenientes dos seus impostos.

Fazemos votos que a greve seja geral, alastrando por todo o SNS, mobilize outros sectores de trabalhadores da área da saúde e outras afins, faça abanar ainda mais o governo PSD/CDS, contribuindo para a sua rápida demissão.

Venda a retalho do SNS ao estrangeiro





Carlos Silva

Há muito que a ESS tratou de ter a imprensa económica como instrumento de propaganda (o que aliás não é muito difícil). Os nossos “jornalistas” económicos não precisam de muito para embarcar na balela da gestão privada em saúde. Mesmo que a maior parte deles nem sequer tenha ido aos famosos workshops na neve relatados na imprensa. Ficam babados com as vidraças, o show-off e as fantasias dos “privados” sempre (como convém) alimentados pelas rendas públicas (ADSE, SIGIC, convenções, etc).

De repente da galáxia de aldrabice do BES emergiu o cometa ESSaúde como se não tivesse nada a ver com a Rioforte, o Dr. Ricardo Salgado e companhia. Talvez por ser um grupo de saúde estará imunizado. E é ver os ditos jornalistas económicos aos saltos branqueando até o por(maior) dos donos do grupo mexicano terem andado uns dias antes de lançar a opa a comprar, aos magotes, ações da ESSaúde a baixo preço. Crime de mercado dizem uns, “ingenuidade” ou distração disse a diretora do negócios candidamente na televisão provavelmente na ânsia de não perturbar a operação.

Para o atual governo trata-se apenas de fazer de Portugal um imensa “feira da ladra” desbaratando tudo o que puder valer alguma coisa sem critério nem rigor e, garantindo, desse modo alguns empregos e negócios para a rapaziada do compromisso Portugal no final de 2015.

Os jornalistas económicos, de uma forma geral, limitam-se a papaguear aquilo que convém aos patrões embarcando, de gel na cabeça, na corrente de que a saúde só é boa se for toda privatizada.

O ministro vai dizendo umas coisas deambulando no seu errático e já incompreensível discurso. Depois dos brasileiros a vinda dos mexicanos cumpre na íntegra o seu desígnio oculto: espatifar o SNS e retraçar o sistema de saúde numa manta de retalhos estritamente comercial mas sempre a viver à custa do dinheiro público.

A presidente da APAH também vai dizendo umas coisas sempre politicamente corretas e muito alinhadas com os diferentes “poderes”. É curioso que ninguém questione a representatividade desta associação nem dos seus dirigentes provavelmente eleitos com 20 ou 30 votos num contexto em que a esmagadora maioria dos gestores hospitalares nem sequer a tal associação pertence. Para o poder esta atual direção é “crème de la crème” de tão útil que se torna.

Bem pode a Câmara de Loures clamar que ficará a falar sozinha. Os interesses são demasiado fortes.

Se isto for para a frente, o que é muito duvidoso, tendo em conta os contornos do movimento teremos em 2015 dois terços do setor privado e uma parte importante de hospitais do SNS em mãos estrangeiras de países onde a saúde é um comércio puro e onde pontificam as maiores desigualdades em saúde no acesso e na qualidade. Seria bom que o senhor ministro perdesse cinco minutos a ver os indicadores de saúde desses mesmos países onde a saúde é tão bem sucedida. Já aos ”jornalistas” económicos nem valerá a pena recomendar que façam o mesmo porque para a sua maior parte o ebidta será sempre um valor maior do que a equidade e a justiça.

Finalmente, quanto ao ar “marialva” do gestor na fotografia está em boa linha com o estilo dos co-figurantes portugueses.

Retirado daqui

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Os experimentos secretos de Israel



Médico legista israelense com um órgão de um provável paciente palestino. Este experimento seria algo ilegal e contra os direitos humanos?


Por Felipe Marques

Autoridades israelenses torturaram e mataram seus presos palestinos e acabaram por fazer experimentos científicos ilegais com os corpos desses prisioneiros mortos. Conforme foi denunciado na última quarta-feira pelo diário circulado na Jordânia Alarab Alyawm, segundo uma fonte que preferiu não mencionar seu nome por medo de represálias, um prisioneiro com nome de Wael Salim perdeu sua vida em uma dessas prisões israelenses que mantém palestinos presos, mesmo por não terem feito nada. É uma carnificina total e absoluta, sem direitos à um advogado para defendê-los e com apenas a obrigação de serem escravos dos israelenses.

O corpo que foi transferido para a capital jordaniana Amã chegou ao IML da cidade com sua língua e laringe retiradas, algumas costelas quebradas e cerca de alguns tecidos e inclusive o seu coração foi retirado do seu corpo, provavelmente para serem feitos experimentos científicos ou inclusive tráfico de órgãos, algo muito forte naquela região do planeta. Estatísticas provam que anualmente centenas de experimentos científicos são feitos com prisioneiros árabes e palestinos.

Estes experimentos foram feitos sem fazer consultas para autorização de seus pacientes, numa clara violação dos direitos humanos por parte do regime israelense. Os pacientes queixaram de serem obrigados a ter uma alimentação de péssima qualidade para servirem de cobaia para o regime, e após manifestarem doenças serem tratados de forma praticamente desumana pelo regime israelense.

Lembrando que a antropóloga israelense, Meira Weiss denunciou o roubo maciço de vários corpos de israelenses mortos nas prisões para utilizarem seus órgãos para experimentos científicos. Em seu novo livro, Weiss afirma que visitou o Instituto Abu Kabir, um laboratório de investigação forense no bairro de mesmo nome na cidade israelense de Tel Aviv onde entre 1996 e 2002 os corpos de soldados israelenses e palestinos mortos nos territórios ocupados onde aconteceria a dos corpos de judeus e mulçumanos palestinos para a extração dos órgãos de palestinos para experimentos científicos e transplantes à pedido do exercito de Israel. Estes transplantes eram feitos para os mesmos combatentes da guerra ou para pessoas que estavam na fila para a cirurgia no lado israelense ou então eram utilizados para pesquisas universitárias do mesmo lado.

Original aqui

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Ébola: A “falência moral” da indústria farmacêutica



in "Rebelión"
O principal médico de saúde pública do Reino Unido defende que a culpa pelo fracasso em encontrar uma vacina contra o vírus do Ébola reside na "falência moral" da indústria farmacêutica em investir numa doença porque a mesma só afetou, até agora, pessoas em África — apesar das centenas de mortes.

O professor John Ashton, presidente do Instituto de Saúde Pública do Reino Unido, disse que o Ocidente precisa de tratar o vírus mortal como se este estivesse a dominar as partes mais ricas de Londres, e não "apenas" na Serra Leoa, Guiné e Libéria. Ashton compara a resposta internacional ao Ébola àquela que foi dada à Sida. Esta matou pessoas em África durante anos e os tratamentos só foram desenvolvidos quando a doença se espalhou pelos EUA e Inglaterra, nos anos 1980.

(...)

"Devemos responder a essa emergência como se estivesse a acontecer em Kensington, Chelsea e Westminster. Nós devemos também enfrentar o escândalo da falta de vontade da indústria farmacêutica em investir em pesquisa para tratamentos e vacinas, algo que se recusam a fazer porque o número de envolvidos é, nas suas palavras, muito pequeno e não justifica o investimento. Essa é a falência moral do capitalismo, manifestando-se na ausência de um quadro moral e social".

Os países do Ocidente estão em grande alerta após Patrick Sawyer, um funcionário do governo liberiano, morrer na última semana após chegar ao aeroporto de Lagos — o primeiro caso conhecido na Nigéria. Os aeroportos internacionais são foco de atenção por causa do alto volume de passageiros a voar a partir do oeste de África ou para lá, todos os dias. A empresa aérea Emirates, do Dubai, suspendeu, por tempo indeterminado, os seus voos de Guiné, por causa da crise.

O professor John Ashton saudou a decisão do Ministro de Negócios Estrangeiros do Reino Unido, Philip Hammond, em convocar, na semana passada, uma reunião do comité de crises do governo — o Cobra – para discutir a prevenção, no Reino Unido, contra casos de Ébola.

O desenvolvimento de uma vacina está nos primeiros estágios nos EUA, mas em pequena escala, e há pouca esperança de que alguma fique pronta para tratar o atual surto no oeste africano. Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Saúde, uma agência do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, disse que existem planos no sentido de começar a testar uma vacina experimental conta o Ébola, possivelmente a meio de setembro. O ensaio tem vindo a obter resultados encorajadores nos testes pré-clínicos em macacos. No início do mês passado, a Agência norte americana de Alimentação e Medicamentos [FDA, Food and Drug Administration] suspendeu um teste realizado em voluntários saudáveis pela Corporação Farmacêutica Takmira, por forma a certificar que o seu tratamento potencial do Ébola não tem efeitos colaterais. Entretanto, a FDA recolhe mais informações para garantir a segurança dos voluntários.

O professor Ashton frisou: "O foco real precisa de ser posto na pobreza e na devastação ambiental em que as epidemias prosperam, e no fracasso da liderança política e sistemas de saúde pública em responder efetivamente. A comunidade internacional deve envergonhar-se e procurar um comprometimento real... se se deseja enfrentar as causas essenciais de doenças como o Ébola."

Texto completo aqui

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Então o Hospital de Loures fica no Banco Mau?



A cada hora que passa somam-se vozes contra o modelo de resolução do BES. Paul de Grauwe arrasou a propaganda do governo ao lembrar que os 4,4 mil milhões de euros injectados pelo Estado serão assumidos pelo Tesouro, ou seja, contam para o défice. Assim sendo, a defesa dos contribuintes passa pela necessidade de vender por esse valor um banco que na sexta-feira valia 674 milhões de euros em cotação bolsista. Pura ilusão. Segundo outras informações, no futuro cada euro a menos ficaria a cargo do sistema financeiro português, ou seja, dos 80 bancos que constituem o fundo de resolução. Ilusão pura. Para o desavisados fica o lembrete: o sistema financeiro português faliu. Dos seis maiores bancos (o verdadeiros donos do sistema financeiro, já agora) - CGD, BPI, Banif, BCP, Santander-Totta, BES - apenas um sobreviveu sem a ajuda de fundos públicos. Alguém acredita que o Banif, dependente que está da entrada de capital sujo da Guiné Equatorial, vai assumir perdas na ordem dos milhares de milhões de euros? Serão sempre os contribuintes a pagar.

Outra nebulosa que não se dissipa neste caso é a dos activos do BES. Nomeadamente os que estavam albergados sob a asa da Rio Forte: a Herdade da Comporta (139 milhões de euros), os Hotéis Tivoli (14 unidades, 1 milhão de dormidas), Espírito Santo Saúde (18 clínicas, 2 hospitais), e a Espírito Santo Property (empreendimentos imobiliários). Ao ficar no Bad Bank, estes ativos servem como moeda liquidatária a ser entregue aos credores e investidores, ou até aos próprios accionistas (o que é pouco provável tendo em conta o rombo financeiros das outras aplicações). Ora, se a perda dos accionistas foi assim tão espectacular como pinta Paulo Portas por que não se subtrai estes activos ao emaranhado mafioso das aplicações financeiras? Dito de outra forma, se o Estado português vai assumir um risco no empréstimo ao Novo Banco, por que não assumir uma expropriação de ativos que tem sede num offshore (Luxemburgo) ? Saber por que os credores da Rio Forte devem estar à frente dos contribuintes portugueses não é uma questão menor.

No caso da Espírito Santo Saúde tudo isto parece ainda mais grave. Com a queda do BES ficamos a saber que um dos maiores Hospitais do País, o de Loures, foi gerido nos último anos por um grupo que é propriedade de uma Rio Forte em descalabro. E para espanto, tudo indica que a ES Saúde ficara no Bad Bank, enquanto a sua administração vai recebendo gratuitamente ações do grupo. Paulo Macedo disse recentemente que em caso de venda a concessão do Hospital de Loures deve ser reavaliada, e em caso de falência do grupo responsável, não? Onde está a reavaliação? Ou antes, a auditoria? Fica tudo na mesma?

Retirado daqui