sábado, 9 de novembro de 2013

A greve geral da FP é o preparar da greve geral nacional para derrube do governo PSD/CDS-PP

A greve geral dos trabalhadores da Função Pública teve o resultado que era ao princípio expectável, razão pela qual foi apoiada pela outra central sindical UGT, com elevados níveis de adesão nas escolas, nos transportes públicos e nas instituições do SNS, precisamente aqueles sectores que representam o grosso das funções sociais que o governo PSD/CDS-PP pretende privatizar. Foi a greve contra a política consubstanciada no famigerado “memorando da Troika” e na vontade das nossas elites (políticas e económicas) de quererem ir mais além.

A greve geral foi um protesto contra os cortes salariais (e das reformas dos trabalhadores fora do activo que descontaram durante uma vida inteira de trabalho e sacrifício contando com uma velhice de bem-estar e qualidade), contra o aumento do horário semanal, contra os despedimentos, contra a precaridade, contra a retirada de direitos em geral e… contra o governo fora-da-lei e ilegítimo. A greve geral dos trabalhadores do sector estado foi contra o fim da escola pública, contra privatização do ensino e contra a política que põe, sob a capa do “direito de escolha”, os trabalhadores e os pobres a financiar o ensino dos filhos dos ricos enquanto os seus ficam sem educação ou quanto muito por um ensino profissional para, se calhar em algum dia, arranjarem emprego em alguma multinacional que para aqui se deslocalize a fim de aproveitar a mão-de-obra portuguesa a preços de salários chineses.

A greve de ontem foi a greve contra o subfinanciamento do Serviço Nacional de Saúde para se financiar o negócio da saúde privada, consignando o OE-2014 mais 8,5 milhões aos negociantes que têm sugado o estado do que em relação ao ano de 2013. Enquanto há menos 282 milhões de euros para o SNS, com os hospitais a levarem o maior corte: 197 milhões de euros. Enquanto os hospitais e serviços de saúde vão encerrando (as urgências do Hospital dos Covões vão agora encerrar aos fins de semana, já tinham deixado de funcionar depois das 20 horas, para depois encerrarem de vez; entretanto as clínicas privadas surgem em Coimbra como cogumelos depois da chuva).

A greve da Função Pública foi a greve contra a descapitalização da Segurança Social para, um dia mais cedo do que se espera e segundo a cartilha da “Reforma do Estado” e apresentada há pouco tempo pelo “irrevogável” Portas, ser entregue aos bancos e companhias de seguros, ou seja, aos grupos financeiros que são os principais responsáveis pela existência e crescimento imparável da dívida pública (131,4% do PIB, segundo o Eurostat).

A greve dos trabalhadores do estado foi a greve contra o aumento dos impostos sobre os rendimentos dos trabalhadores (IRS), contra a diminuição do salário nominal, contra o desemprego e a precariedade, contra a necessidade de emigrar de todos os trabalhadores assalariados do sector privado, porque a luta é a mesma e sem distinção.

A greve geral da FP do dia 8 de Novembro de 2013 é o preparar da greve geral nacional contra a política de austeridade do FMI/UE/BCE/PSD/CDS-PP e pelo derrube do principal instrumento dessas políticas que é o presente governo de já iniciativa presidencial.

Uma greve geral nacional para parar o país pelo tempo necessário até que o governo caia.

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