quarta-feira, 17 de julho de 2013

“A Greve dos Enfermeiros foi um sucesso”



Os enfermeiros realizaram uma greve de 2 dias contra o aumento do horário de trabalho para as 40 horas semanais (sem remuneração adicional), que caso venha a acontecer poderá levar ao despedimento de cerca de 5000 profissionais (dados dos sindicatos) em todo o SNS. A adesão à greve foi grande porque as expectativas também eram enormes, houve colegas, que se dessindicalizaram aquando da traição à luta por uma carreira e grelha salarial dignas, que afirmaram voltar ao sindicato se a luta atingisse os seus objectivos.

Seria para hoje, dia 17 de Julho, que haveria reunião entre Ministério da Saúde e representantes sindicais para discutir todo o Caderno Reivindicativo (onde se inclui carreira e descongelamento), mas parece que será só dia 19, próxima 6ª feira, a começar às 9 horas e 30 minutos já que a proposta de Lei das 40 horas foi aprovada na generalidade, sendo votada na especialidade no dia 24 de Julho. Não haverá tempo a perder, faltará saber se esta greve, tal como outras anteriores, não terá sido uma perda de tempo… e de dinheiro; e terá acontecido porque se aproveitou a a boa maré da greve dos professores e da greve geral. É que o “sucesso” de uma greve mede-se não exactamente pelo número de aderentes mas pelos resultados finais. Haverá vigília junto ao Ministério nos dias 22, 23 e 24 de Julho!

Outra das motivações desta greve terá sido os contratos precários para funções permanentes na função pública, presentemente há no SNS enfermeiros de 1ª e de 2ª classe, só que, observando melhor, nota-se os de 1ª são de 2ª e os de 2ª não têm classe alguma. Um dos objectivos da tão propalada “reforma do estado” não é apenas entregar os serviços de carácter social prestados pelo estado à gula do lucro dos privados, mas acabar com as carreiras especiais, e entre estas encontra-se a dos enfermeiros em 1º lugar da fila. O objectivo do Código do Trabalho para os trabalhadores da função pública que está a ser “negociado” com os sindicatos tem exactamente esse propósito: todos os trabalhadores serão CIT.

No dia 24 de Julho, data em que se comemora a vitória das tropas liberais sobre as forças miguelistas em Lisboa e que ditou a sorte da luta (24 de Julho de 1833), esperemos que não seja um acontecimento de sinal contrário, a vitória das forças negras do capital, representadas pelo governo que cai-e-não-cai do PSD/CDS-PP (Paulo Portas), sobre o trabalho. Esperemos que esta estratégia sindical de tentar apanhar o comboio das excepções do horário das 40 horas (professores, juízes, polícias e médicos) resulte. Se não, teremos a repetição do que aconteceu com a estratégia da dita “nova” carreira. Ao menos, que se aprenda com o passado… se conseguirem.

Quanto à carreira e grelha salarial, ora, ora…

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