segunda-feira, 11 de março de 2013

Hospitais da Galiza colapsados pelos cortes



Pouco depois da morte que nestes momentos investiga a procuradoria de justiça, a de umha mulher de 81 anos que esperou por três horas nas urgências do Complexo Hospitalar Universitário de Vigo (CHUVI) -o tempo que demorou a morrer, a CIG denuncia um colapso generalizado também em Ferrol.

Nom é, no entanto, umha denúncia que chegue de a cavalo do acontecido em Vigo: já nas semanas anteriores diferentes entidades criticárom fortes problemas em todos os hospitais galegos, com destaque para as urgências do Complexo Hospitalar Universitário da Corunha (CHUAC). O próprio presidente da Junta da Galiza, Alberto Nunes Feijó, tivo que admitir no começo do mês de fevereiro que existia um "efeito de gargalo" nas urgências da Corunha, mas que estava "detectado".

Feijó aplicou nos últimos anos duros cortes orçamentários no sistema sanitário galego, que foi tristemente pioneiro na política de substituçom de apenas 10% das baixas de pessoal reformado. Porém, do governo autónomo, que reconhece o colapso, atribue-se este a um aumento do fluxo de doentes pola gripe.

Frente a isso, um dado chama à reflexom: num dos dias de maior colapso nas urgências corunhesas, a 5 de fevereiro, o aumento de doentes frente a um dia médio foi de apenas 12%.

Mulher morre em Vigo esperando a ser atendida

Após semanas de agravamento no habitual, notório e público colapso das urgências dos hospitais galegos atacados pola Junta, aconteceu a previsível desgraça.

Na noite da passada terça-feira (05/03) umha mulher idosa morreu logo de esperar por três horas atençom médica nas urgências do CHUVI. Segundo a gerência do centro hospitalar e a Junta da Galiza, a atençom médica terá funcionado normalmente porque a mulher nom apresentava um quadro psintomático que denotasse um perigo para a sua vida e, portanto, nom era aconselhado um tratamento prioritário diante doutros doentes que esperavam nessa altura.

Porém, mesmo suponhendo certo esse extremo, a Organizaçom Mundial da Saude indica que o tempo de espera máximo nas urgências é de umha hora. Em Vigo, umha pessoa cuja vida nom é considerada em risco imediato (isso é avaliado após umha entrevista de apenas uns segundos, normalmente com pessoal de enfermaria) aguarda mais de três horas nas urgências do hospital da maior cidade da Galiza. Neste caso, à espera de mais pormenores, a evoluçom desse estado nom mortal num quadro mortal, associado às três horas de espera, poderá ser a terrível sequência de factos por trás da morte acontecida em Vigo na terça-feira.

Por outro lado, em Vigo 25.000 pessoas estám à espera de receber atençom médica no hospital. Se nom fosse tam grave, pareceria até cómico que quase 5% da populaçom da área de inflência viguesa esteja nessas listas de espera. Sindicatos de diferentes coletivos associam esses números desorbitados à falta de meios humanos em relaçom aos cortes.

Para acrescentar mais ingredientes ao coquetel de cinismo, a direçom do hospital viguês alegava na noite de ontem (08/03) que a idosa morrera "subitamente". Sim: concretamente num prazo de três horas, em que nom recebeu qualquer atençom. Urgências também saturadas em Ferrol e na Corunha: gerências dizem que é pontual Agora, a CIG denuncia que também o Hospital Arquiteto Macide de Ferrol está muito acima das suas possibilidades. Segundo o sindicato, doentes estám "amontonados" em salas de espera, e igualmente a capacidade de trabalho das e dos profissionais médicos está ultrapassada, colocando em risco a atençom às pessoas doentes. Entre os dados que fornecem, asseguram que passado dia 4 de março até 40 pessoas esperavam no serviço de urgências em espera de serem ingressadas. "As situaçons de colapso som umha norma, em vez de excepcionais ou pontuais" como assegurou a Junta, tentando justificar a dramática situaçom nos centros hospitalares galegos. Afirmam nem há suficientes macas ou cadeiras para que todos e todas as doentes esperem as longas horas com um mínimo de dignidade.

Segundo a CIG, nom há meios humanos nem materiais suficientes para atender em condiçons de segurança o fluxo habitual de doentes em Ferrol.

Contodo, o caso mais escandaloso (até que aconteceu o falecemento de Vigo) foi o da Corunha, que está ultrapassado pola realidade há mais de um mês. Doentes esperando em bancos e até 35 pessoas que, simultaneamente, chegárom a esperar mais de 24h o seu ingresso no CHUAC som alguns dos dados que ponhem de manifesto o estado das urgências corunhesas. Atualmente está a alargar-se a área correspondente no complexo hospitalar, mas o aumento de espaço nom virá acompanhado de novas contrataçons, de forma que previsivelmente o problema terá (no mais otimista dos casos) umha muito leve melhoria.

Política de 'altas precoces'

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Artigo completo em Diário da Liberdade

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