quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O Serviço Nacional de Saúde não se vende, defende-se!



No dia 2 de Março saímos à rua! Saímos enquanto profissionais de saúde, enquanto utentes do SNS, enquanto cidadãos e cidadãs preocupados! Juntamo-nos a milhares de outras vozes, de outros sectores, para dizermos que a austeridade está a destruir o SNS. O SNS é um dos melhores serviços públicos que Portugal construiu. Desde a sua criação em 1976, o SNS permitiu a evolução dos principais indicadores de saúde, melhorando drasticamente a esperança média de vida e as taxas de mortalidade infantil, peri-natal e materna. O cenário antes comparável a um qualquer país de 3º mundo transformou-se num dos melhores serviços de Saúde em todo o mundo. No início da última década, o SNS era classificado pela Organização Mundial de Saúde como o 12º melhor serviço de saúde do mundo e isso dá-nos orgulho! O SNS é democracia e o mais importante factor de coesão social, porque permitiu que todos os portugueses possam ter acesso a uma saúde de qualidade, independentemente da origem social e capacidade económica. Na zona euro o SNS é dos que gasta menos em percentagem do PIB e com os melhores resultados, por isso dizemos: o SNS é sustentável!

A austeridade está a matar o SNS! O aumento das taxas moderadoras diminuiu a acessibilidade aos serviços de saúde. Nos hospitais faltam medicamentos para muitas doenças, dos quais dependem as vidas de muitos utentes, ao mesmo tempo que se começa a falar em racioná-los. A mortalidade infantil aumentou nos últimos meses e a mortalidade materna também! Fecham serviços de proximidade e instituições de qualidade reconhecida sem outra justificação que não seja a de poupar na saúde para gastar nos juros da dívida! Pioram a vida dos profissionais de saúde que são o coração do SNS, com cortes nos ordenados, aumentos de impostos e desemprego! O subfinanciamento do SNS está a estrangulá-lo e está já a pôr em causa a saúde da nossa população!

Juntamo-nos a 2 de Março na rua porque defendemos que se cumpra a Constituição da República Portuguesa: queremos um SNS universal, geral e tendencialmente gratuito! Queremos um SNS que aposte na prevenção e na promoção da saúde e que seja devidamente financiado! Juntamo-nos a 2 de Março na Maternidade Alfredo da Costa às 14h30m, um exemplo de qualidade e eficiência no SNS, porque a forma obscura e pouco transparente como a querem encerrar é um símbolo do que querem fazer ao SNS: fechar portas, atirando Portugal para o atraso social em que vivíamos antes de 1974!

Subscritores...

No Facebook

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

2 de Março. "o Povo é quem mais ordena"





Os locais das manifestações do 2 de Março:

• Aveiro: 16:00, Estação CP -> Praça da República

• Barcelona: 17:00, Consulado de Portugal, Ronda Sant Pere, 7

• Beja: 16:00 no Largo do Museu

• Boston: 18:00 na Boston Public Library (700, Boylston Street)

• Braga: 15:00 na Avenida Central

• Castelo Branco: 16:00 Pr. do Município

• Caldas da Rainha: 14:30 na Praça 25 de Abril

• Chaves: 16:00 no Largo das Freiras

• Coimbra: 15:00 Pr. República -> Pr. da Canção – Evento no Facebook Marés: dos reformados: 14:30 Arcos do Jardim: da cultura: entrada de carga do Gil Vicente

• Covilhã: 15:00 Pr. do Município

• Entroncamento: 16h, em frente à estação da CP

• Évora: 16:00 na Pr. Giraldo

• Faro: 16:00 - Largo do Carmo/Jardim Catarina Eufémia

• Funchal: 16:00 na Praça do Município

• Guarda: 16:00 na Pr. Velha à frente da Sé Catedral

• Horta: 10:00, Pr. da República

• Leiria: 16:00 na Fonte Luminosa

• Lisboa: 16:00 na Pr. Marquês de Pombal

(Maré Branca da Saúde: Rua Viriato): 14:30 na Maternidade Alfredo da Costa

- Maré de Educação: 14:00 no Minist. da Educação (Av. 5 de Outubro)

- Maré dos Reformados: 16:00 na APRe! (Associação de Aposentados, Reformados e Pensionistas – Av da Liberdade, junto ao monum. mortos da Grande Guerra; Mulheres em Marcha – 15h30 – edifício PT Picoas Maré Arco-Íris – 14h – R. Castilho)

• Londres: 15:00 na Embaixada Portuguesa em Londres (11, Belgrave Square, SW1X 8PP)

• Loulé: 16:00 no Mercado Municipal

• Marinha Grande: 15:00 Parque da Cerca

• Paris: 15:00 Consulado Geral de Portugal rue Georges Berger

• Ponta Delgada: 15:00 Largo 2 de Março -> Rua de Lisboa -> Campo de São Francisco -> Avenida Marginal -> Praça Vasco da Gama - > Portas da Cidade

• Portalegre: 16.30 horas na Praça da República

• Portimão: 16:00 Pr Manuel Teixeira Gomes (Casa Inglesa)

• Porto: 16:00 na Praça da Batalha - Evento no Facebook Marés no Porto: - Direitos humanos (SOS Racismo), às 16h na praça da Batalha; Cultura, às 16h, à porta do cinema Batalha, Educação, às 15h, junto à DREN (R. António Carneiro); Reformados (APRE), às 16h00, na praça da Batalha

•Tomar: 15:00 noJardim em frente ao Colégio

• Torres Novas: 14:00 Pr. 5 de Outubro

• Santarém: 15:00 no Centro de Emprego, Prc Alves Redol

• Setúbal: 16:00, Largo José Afonoso

• Viana do Castelo: 15:00 na Praça da República

• Vila Real: 16:00 Câmara Municipal

• Viseu: 16:00 Jardim Santa Cristina

Que se lixe a troika

Evento no Facebook

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Retrato social

Manuel Raposo

Vinhais, Fevereiro 2013: uma professora desempregada mata um filho de 12 anos e suicida-se depois. Porto, Janeiro 2013: uma imigrante com 25 anos, natural do Bangladesh, tenta atirar-se da ponte D. Luís com dois filhos de 1 ano e de 1 mês. Oeiras, Janeiro 2013: uma mãe divorciada mata os dois filhos, de 12 e 13 anos, e põe termo à vida. Alenquer, Dezembro 2012: uma imigrante brasileira de 32 anos pega fogo à casa e mata os dois filhos de 1 e 3 anos. Castro Marim, Agosto de 2012: uma dentista brasileira de 42 anos mata-se e aos dois filhos de 11 e 13 anos, regando a casa com gasolina e pegando-lhe fogo. Vila Pouca de Aguiar, Dezembro 2011: uma mulher de 34 anos suicida-se ao atirar-se de um viaduto com uma filha de 20 meses ao colo.

Em cada um dos casos foram assinalados: ou estados depressivos, ou dificuldades económicas, ou desemprego, ou desavenças familiares, ou violência conjugal, ou tudo junto.

Em declarações ao jornal "i" (29 Janeiro deste ano), o psicólogo Carlos Poiares afirma que está a haver um aumento destes casos, assim como dos homicídios conjugais e dos suicídios, e relaciona o facto com a crise económica e social, que classifica de “gravíssima”. O homicídio dos filhos, acrescenta, ocorre em situações em que as mães “não conseguem ver luz ao fundo do túnel”, actuando a crise como um rastilho do desespero.

Também o psiquiatra Pedro Afonso, em declarações ao Público feitas em Setembro do ano passado, a propósito do aumento do consumo de antidepressivos, não teve dúvidas em afirmar que há hoje “muito mais casos” de depressão decorrentes da crise económica. Com efeito, soube-se recentemente que o consumo de antidepressivos aumentou 7,6% em 2012, mais do que qualquer outro medicamento. Anteriormente, também um relatório do Infarmed de 2010 dava conta de que, nos dez anos anteriores, o consumo de antidepressivos crescera para mais do dobro.

O sofrimento pessoal, o desconchavo familiar, a morte como solução são sinais do colapso social que está em marcha. A crise com efeito, não se resume às finanças e à economia, como o poder quer dar a entender. É a própria civilização capitalista – cada vez mais iníqua, assente num sistema produtivo senil, incapaz de proporcionar bem estar à maioria da população – que está em causa.

Retirado de http://www.jornalmudardevida.net/

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

NÃO AO ROUBO DE UMA HORA DE TRABALHO!



Aos Assistentes Operacionais de Acção Médica - Comunicado do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Centro:

«No dia 01-02-2013, na pessoa do Sr. Enfermeiro- director António Manuel Marques o STFPSCentro foi informado que, em especial no turno das 08.00h-16.00h, o sistema de controlo de assiduidade registaria somente 7 horas de trabalho diário, não sendo permitido proceder a picagens na hora de saída para almoço, nem de entrada após este período.

Justificando esta medida com o facto de não existir jornada continua para os assistentes operacionais ao contrário do que sucede com o pessoal de enfermagem apesar de nos turnos seguintes não se aplicar esta medida, mantendo-se como se de Jornada contínua se tratasse ou horário rígido.

Em face desta informação o STFPSCentro confrontou o enfermeiro director António Manuel Marques afirmando que a concretização desta orientação coloca em causa o direito ao horário de trabalho dos funcionários e, na prática, faz com que os trabalhadores trabalhem oito horas sendo-lhe averbadas somente 7h diárias, roubando-lhes a contagem de 1 hora diária de serviço porque careceria de autorização do enfermeiro-chefe. (…)

Ora, O STFPSCentro não pode deixar de condenar a ligeireza e total ilegalidade desta intenção, que é um desrespeito aos mais elementares direitos dos trabalhadores e da pessoa, pois o verdadeiro objectivo desta medida não é mais do que aumentar em 1 hora diária o horário de trabalho dos funcionários contando-lhes apenas sete horas poupando o Hospital muitos milhares de euros á custa dos trabalhadores que menos ganham.

Perante tudo isto, e sem prejuízo das iniciativas a desenvolver pelo Sindicato em conjunto com os trabalhadores o STFPS centro aconselha todos os Assistentes Operacionais de Acçao Médica que laboram por turnos a não proceder de forma diferente do que têm feito até aqui sem que sejam notificados por escrito da alteração de procedimento que é da responsabilidade do Conselho de administração dos CHUC.

A Direção do STFPSC»

Texto completo no STFPSC

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Um pouco de ternura e nada mais

por BAPTISTA-BASTOS

«(...) Pouco depois fui transferido para o Hospital Pulido Valente. Explicaram-me que, na Unidade de Cuidados Intermédios, dispunha de assistência assídua e especializada, e a minha miséria encontrava resposta na bondade, no carinho, no desvelo de um grupo de raparigas e de rapazes não só atento à medicação, procurando magoar-me o mínimo possível, com o furo nas veias débeis, como me lavavam, me limpavam, me cuidavam com a grandeza de quem não precisa de reciprocidade. A dimensão da humanidade na sua expressão acaso mais nobre. Sou-lhes eterno devedor.

Ao observá-los e à sua compassiva densidade, apreendi que os macacos sem fé e sem sonho, que nos governam, desejam não só dar cabo do Serviço Nacional de Saúde: eles querem, sobretudo, dissolver os laços de benevolência, essa ligação suave, decente e poderosa entre alma e coração, substância e essência que constituem a construção social e o espírito do SNS. O que são alianças de piedade e de solidariedade entre os que sofrem e os que cuidam, ajudam e amparam, eles ambicionam transformar em gélidas demonstrações profissionais, "justificadas" pelo dinheiro.

Estes que tais encontram, porventura, na maldita frase do banqueiro Ulrich ["eles aguentam, aguentam"] o mais sórdido apoio aos seus projectos de demolição social e ética. Estão do outro lado das coisas, ignoram a natureza concêntrica das grandes simpatias humanas. Têm o coração oco. Nada sabem dessa humanidade assustada, desvalida, a quem querem roubar o pouco que lhes resta, que sofre nas ruas, nos hospitais, que envelhece no pasmo de desconhecer o que lhes acontece. E ocorre-me a frase de Raul Brandão: "Apenas anseiam por um pouco de ternura e nada mais."»

Artigo completo no DN

sábado, 9 de fevereiro de 2013

CGTP: Manifestações distritais 16 fev.



Desenho in "Henricartoon"

O Orçamento de Estado para 2013 é um ataque brutal às condições de vida dos enfermeiros.

O Ministério das Finanças/Saúde não aceitaram a proposta do SEP de manter os valores das horas de qualidade e “ir buscar montante igual” aos desperdícios que todos sabemos continuarem a existir no setor, nomeadamente, os contratos milionários de alguns profissionais e técnicos, encaminhamento de doentes para o setor privado, etc.

MAS CONTINUA A NÃO CHEGAR PARA ESTE GOVERNO. O relatório pedido ao FMI é um verdadeiro hino ao neoliberalismo, à destruição das Funções Sociais do Estado, do Serviço Nacional de Saúde e da carreiras dos profissionais de saúde, incluindo a dos enfermeiros.

A ESTAGNAÇÃO no desenvolvimento das carreiras, quando todos os que estamos a trabalhar desde 2004, já deveríamos ter progredido uma posição remuneratória, aumenta e aprofunda discriminação entre os enfermeiros, para além da discriminação perante outros.

A partir deste ano, o valor de referência para todos os que ingressarem na profissão é de 1201, 48€. Entretanto, todos os enfermeiros (e são a maioria) até 27 anos de profissão (incluindo especialistas) é de 1465€ É INJUSTO.

(...)


Em Coimbra é na Pr. República até Pr. 8 de Maio 14,30h

Panfleto no sítio do SEP

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Mais um exemplo da sobre-exploração dos profissionais de enfermagem



Testemunho: falsos recibos verdes no Hospital HPP Lusíadas

Chegou-nos o testemunho que aqui reproduzimos sobre pessoas alegadamente a trabalhar falsos recibos verdes na HPP Saúde, nomeadamente no Hospital HPP Lusíadas.

«A empresa HPP Saúde, em concreto o Hospital HPP Lusíadas mantém Enfermeiros e outros profissionais de saúde a regime de “falso recibo verde”, i.e., Obedecer a uma hierarquia dentro da empresa; Cumprir um horário de trabalho estipulado pela empresa; Exercer a actividade nas instalações da empresa, obedecer a plano de férias etc etc, o que legalmente se resume a contracto verbal por tempo indeterminado há mais de 3 anos.

Todavia têm em divida para com estes trabalhadores uma série de regalias impostas por lei como o subsidio de refeição, de férias e Natal, bem como a percentagem devida para contribuição à segurança social (pagando a empresa apenas 5%- pois concentra mais de 80% dos rendimentos anuais do trabalhador).

As promessas de um contrato escrito e consequente pagamento das devidas regalias foram constantes ao longo dos anos, eis senão que -aproximando-se a transição do grupo para a empresa brasileira AMIL-, esta semana surge uma comunicação informal por parte da administração dizendo que até dia 31 de Janeiro, quem não transferir a sua actividade para uma empresa de recursos humanos externa deixará de receber ordenado pois este só será pago contra entrega de um recibo da citada empresa.

Isto constitui uma clara tentativa de coagir o trabalhador a sair da empresa HPP Saúde com a qual tem há mais de 3 anos contracto verbal por tempo indeterminado e a ingressar voluntariamente numa empresa externa que presta serviços ao HPP. Não saldando com isto a divida pendente, nem indemnizando o trabalhador. Procuram, agora que se aproxima a entrada da administração da AMIL, sanear todas as ilegalidades que têm vindo a cometer em política de recursos humanos, e condições laborais.

Jorge Rebelo (Enf.)»

Em: Precários Inflexíveis