sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Grécia: falta de medicamentos em muitos hospitais



Os cortes do governo grego nos cuidados de saúde pode tornar-se um problema mais grave do que se pensava anteriormente. A falta de medicamentos básicos para o tratamento de várias doenças, nomeadamente as doenças infecto-contagiosas e oncológicas, pode levar a uma tragédia nacional – são os profissionais da saúde que fazem o alerta.

Os gregos que sofrem o desemprego e a falta de dinheiro são agora confrontados com um outro problema: a malária. O estado deplorável de saúde tem incentivado a propagação desta doença perigosa. Foi graças aos Centros para Controle e Prevenção de Doenças que o país foi capaz de parar a pandemia em 1974. Nos últimos 36 anos, apenas 1 400 casos de malária foram relatados no país, mas, de acordo com os dados, eram todos indivíduos provenientes de outros países, onde eles não poderiam lidar com a doença de forma eficaz. No entanto, este ano, a situação deteriorou-se ainda mais, são os médicos que alertam: no período entre 1 de Janeiro e 22 de outubro deste ano, houve 75 novos casos, 16 dos quais eram de origem local.

Os profissionais de saúde insistem que o país precisa de ação urgente para parar esta infecção. Isso requer o fortalecimento do controle da doença e melhorar a situação financeira do sistema de saúde, que acaba por sofrer mais cortes, começando os medicamentos a faltar. Enquanto isso, muitos dos centros médicos do país denunciam a falta de medicamentos para o tratamento de doenças infecto-contagiosas. Assim, no hospital Tzaneio, localizado na cidade do sudeste de Pireus, acabaram os medicamentos anti-retrovirais usados para tratar a infecção pelo HIV.

Várias empresas farmacêuticas europeias anunciaram restrições na venda de medicamentos para a Grécia, devido ao atraso nos pagamentos por parte do Ministério da Saúde. As autoridades gregas, por sua vez, dizem que o baixo orçamento, devido aos cortes impostos pela troika, não permitem pagar os medicamentos. Várias ONG´s humanitárias internacionais denunciaram e condenaram a situação que é agravada pelo facto de muitos cidadãos não terem já acesso aos serviços de saúde.

Não faltará muito para que situação semelhante aconteça em Portugal, o nosso atraso em relação à Grécia é cerca de um ano, com tendência para encurtar.

Da imprensa

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