sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Expropriar os ricos para dar de comer aos pobres



Foi mais que simbólico a acção dos sindicalistas do SAT (Sindicato Andaluz de Trabalhadores) de entrar por duas grandes superfícies comerciais e aviarem-se dos produtos de primeira necessidade e distribui-los pelas famílias de trabalhadores desempregados. Foi uma acção de expropriação dos ricos para dar a quem realmente produz e que agora se encontra na miséria, por força da crise do sistema de acumulação de capital, agravada pelas medidas de austeridade impostas pelo governo do PP/Mariano Rajoy.

A Andaluzia, um país que se encontra integrado, assim como outros, País Basco, Catalunha ou Galiza, no estado denominado Espanha, experimenta uma taxa de desemprego entre os 30 a 40% consoante o sector, indústria ou agricultura, constituindo uma calamidade pouco natural e bem pior que a seca ou incêndios que por vezes devastam este país. O povo andaluz sempre foi um povo que se notabilizou pela luta contra a injustiça e a opressão e foi dos mais que se sacrificaram na luta contra o franquismo. Pode-se afirmar que é natural que a contestação se manifeste em formas mais visíveis na Andaluzia, um pouco à semelhança do que acontecia com o nosso Alentejo no tempo do fascismo.

Este exemplo de desobediência civil, liderado por sindicalistas, alguns deles ligados à Esquerda Unida (IU) andaluza, que corresponde ao PCP de cá, deve iluminar as mentes dos nossos sindicalistas, nomeadamente os ligados à CGTP, amolecidos pelo bem-bom do tacho sindical e mais preocupados em obedecer às directivas do partido do que sentir as aspirações dos trabalhadores e incentivá-los à luta para a resolução dos seus problemas mais imediatos, no caso: matar a fome.

E a seguir: organizá-los para resolver a questão do desemprego. Por exemplo, incentivar a ocupação das empresas metidas fraudulentamente na falência ou criar cooperativas operárias de produção. Era bom que tirassem o cu do sofá do sindicato e estivessem no local de trabalho (coisa desconhecida há muito tempo por muitos) … e de luta.

Ver noticia aqui aqui aqui

Sem comentários: