domingo, 11 de dezembro de 2011

Muda o partido no governo, substituem-se os boys na administração pública (SNS).


A história repete-se: em algumas das mais recentes nomeações para conselhos de administração de centros hospitalares voltou a acontecer a tradicional dança de cadeiras, apesar das recomendações da troika. Saíram os ditos “gestores” do PS, entraram gestores com ligações ao PSD e ao CDS. E, noutras nomeações ainda em preparação, fervilham as movimentações partidárias para a escolha de militantes ou simpatizantes dos partidos no poder. Tudo gente sem competência, sem conhecimentos e sem ética, valendo-lhes apenas o cartão do partido, um ou outro compadrio mais pessoal ou a máfia da maçonaria. O eterno e incontornável compadrio que ancestralmente atravessa os diversos regimes políticos que têm vigorado neste país.

«O memorando de entendimento assinado com a troika refere expressamente que os presidentes e membros das administrações hospitalares "deverão ser, por lei, pessoas de reconhecido mérito na saúde, gestão e administração hospitalar", que seria uma medida a aplicar já no quarto trimestre deste ano. A assessoria do Ministério da Saúde defende, porém, que a obrigatoriedade de concursos para novos dirigentes apenas se aplica "nos casos dos institutos públicos e das direcções-gerais", ou seja, na administração directa do Estado. E alega que os hospitais EPE (entidades públicas empresariais) "não têm o mesmo estatuto" e a escolha fica nas mãos dos accionistas, que são os ministérios da Saúde e das Finanças». – É o que se lê na imprensa e que continuamos a citar.

«Até à data, houve duas reconduções de conselhos de administração - foi o que aconteceu no Centro Hospitalar de S. João (que integra os hospitais de S. João, no Porto, e o de Valongo) e no Centro Hospitalar Leiria-Pombal. Já no Centro Hospitalar do Porto (Hospital de Santo António, Maria Pia e Maternidade Júlio Dinis), regressou à presidência da administração (onde esteve entre 2002 e 2009) Fernando Sollari Alegro (CDS), que se tinha retirado a seu pedido por motivos de saúde. Mas esta nomeação não tem sido posta em causa».

«O que já gerou controvérsia foi o regresso ao Hospital de Viseu (agora Centro Hospitalar Viseu-Tondela) de Ermida Rebelo, que é militante do PSD e tinha dirigido a unidade nos governos de Durão Barroso e Santana Lopes. Com ele foi nomeado Rui Melo, dirigente do PSD de Viseu. As escolhas foram de imediato criticadas pelo vice-presidente da bancada parlamentar do CDS, Hélder Amaral, que disse, citado pelo Diário de Notícias, não estar "disponível para pedir sacrifícios aos portugueses e depois patrocinar o amiguismo da pior espécie que julgava ser uma prática do passado"», – diga-se, de passagem uma opinião honesta!

«De igual forma a escolha de três dos cinco gestores do novo Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo (Tomar, Abrantes e Torres Novas) motivou acesas críticas. Os novos gestores - Joaquim Esperancinha, António Lérias e João Lourenço - tinham dirigido o centro hospitalar durante o Governo PSD/CDS, regressando depois para uma empresa de tubos de plástico com sede no Cartaxo, de onde tinham saído. O primeiro é licenciado em Engenharia Electrotécnica, o segundo, em Organização e Gestão de Empresas, e o terceiro tem um MBA em Gestão de Empresas».

Muda o partido no governo, substituam-se os boys na administração pública. Ou utilizando uma linguagem mais vernácula, "mudam as moscas mas a merda é a mesma". Porque a política é a mesma e nem o estilo se altera. E muitos dos boys, como se pode constatar mais uma vez, é gente sem formação na área da saúde, basta-lhes o cartão do partido.

«Entretanto, para presidir à administração do Centro Hospitalar da Cova da Beira foi convidado o médico Miguel Castelo Branco (do CDS), que ocupara o cargo entre 2002 e 2006. Vem substituir João Casteleiro, do PS». Em Coimbra, depois de muita agitação e depois de se conhecerem estes nomes que replicamos da imprensa, ficou-se a conhecer os nomes de José Martins Nunes, antigo secretário de Estado da Saúde num governo PSD/Cavaco, para presidente da administração do centro hospitalar, depois de, algumas semanas antes, ter sido indicado o nome do professor universitário Fernando Guerra (PSD), e o nome de António Marques para enfermeiro director. Tudo gente de inteira confiança do governo fascista PSD/CDS e do contabilista que ocupa a pasta da Saúde: em força no desmantelamento do SNS e da entrega dos serviços (e mercado) mais rentáveis aos tubarões do privado!

PS: A partir de Janeiro, as putativas “taxas moderadoras” na saúde dobram, como a chouriça!

1 comentário:

Anónimo disse...

Só os burros é que acreditam que estes senhores seriam diferentes dos outros!!! Os amiguinhos estão a chegar e já se lê na emprensa os novos boys do PSD e CDS a instalarem-se nos seus novos cargos chorudos, onde certamente não sentiram nenhuma crise!!!
Está na hora de por um ponto final nisto... eles vão nos levar aos limites!!! O mais peculiar é que a maioria da população é capaz de preferir roubar em vez de se manifestar e se revoltar contra estes assasinos de direitos!!!