terça-feira, 26 de abril de 2011

Tal governo, tal ministra – nem mais um voto para os proxenetas do regime!



Talvez por imitar o mestre, a ministra da Saúde, a médica Ana Jorge, vem mentir mais uma vez quanto à política de saúde do seu governo que, embora demissionário, continua a não querer deixar os pergaminhos por mãos alheias: obriga os doentes a pagar os medicamentos que devem ser gratuitos – caso recente do Hospital dos Capuchos que obriga doentes com hepatite B a pagar o medicamento que é fornecido exclusivamente pelo SNS, evocando uma lei do tempo do fascismo, anterior ao próprio SNS. Diz-me com que linhas te cozes que eu digo-te quem és – e diz-se esta gente socialista!

Mal a ministra da Saúde acabara de dizer que os hospitais estão em condições de continuar a fornecer os cuidados exigidos pelos cidadãos utentes e mandado instaurar um inquérito à Maternidade Alfredo da Costa, o director desta veio logo às televisões dizer que qualquer cidadão pode doar, à instituição por si (mal) gerida, o que bem entender, desdizendo assim a ministra que tinha mandado suspender o peditório por aparentemente ilegal. Esta atitude mostra uma de duas coisas: ou a ministra não manda nada e pode ser contrariada por qualquer cacique por si nomeado ou, o que parece ser mais provável, as administrações da Maternidade Alfredo da Costa e do Hospital dos Capuchos podem fazer o que têm feito, que não correm o risco de serem demitidas porque têm autorização para tal, e o que a ministra diz aos media é apenas para consumo do Zé Povinho. Se as instituições do SNS estão subfinanciadas, por que é que então os administradores e demais chefias não só não abrem mão dos vencimentos escandalosos e mordomias indevidas como ainda se arrogam a auto-atribuir-se “subsídios de chefia”?

O governo demissionário do pior primeiro-ministro que tivemos desde o 25 de Abril – agora recordado, com nostalgia e remorso por uns, do que se poderia ter feito e não se fez e, por outros com sentimento de vingança e regozijo, porque afinal pouco terá mudado – prepara-se para oferecer ao FMI-BCE-CE mais e maiores cortes no SNS, para além dos já propagandeados, por uma certa imprensa e como amaciamento da opinião pública, cortes dos salários, subsídios de férias e 13º mês (pagos em títulos do tesouro ou certificados de aforro!) dos funcionários públicos e corte no pagamento de dois meses de reforma aos aposentados.

Claro que o governo vem dizer, nem podia fazer outra coisa, que o corte dos subsídios e das reformas são uma proposta do PSD, que quer destruir o dito “Estado Social” (e agradar aos “patrões” de Bruxelas a fim de ganhar as eleições, acrescentamos nós), o que também não deixa de ser verdade, apesar do PS não ter feito outra coisa nestes seis anos de “governação Sócrates”. Ambos os partidos não têm feito mais do que assaltar os cofres públicos e, com PEC ou sem PEC, ninguém vem explicar aos portugueses ignaros por que é que a dívida das empresas privadas, incluindo os bancos, é o dobro da dívida pública? As televisões não fazem outra coisa senão anunciar a percentagem do défice público, 8, 9, 10% em relação ao PIB, não cessando de aumentar, mas ninguém diz que são os bancos que estão à rasca e que os 80 ou 100 mil milhões de euros que serão emprestados serão para eles e não para melhorar as condições de quem trabalha, ou seja, para investir na educação ou na saúde, ou até no desenvolvimento económico do país.

Por estas e outras razões não devemos dar o nosso voto nem ao PS nem ao PSD, não podemos contribuir para a eleição de deputados que, como agora se tem visto, continuam a querer viajar à custa do estado e ficam indignados porque não foram convidados pelo Presidente da República para as comemorações do 25 de Abril no Palácio de Belém depois de… a Assembleia da República já ter sido dissolvida!

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