quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Os polícias não estão com meias medidas


Foto in Público

Por causa das promoções de cerca de 1500 polícias que, ao que parece, esperam há 14 meses serem promovidos, sendo penalizados mensalmente em pelo menos 200 euros, os sindicatos da PSP vão concentrar-se, hoje, quinta feira, em frente ao Ministério da Administração Interna (MAI) "por tempo indeterminado". E o que devemos, nós, enfermeiros, dizer se somos muito mais e estamos há muito mais tempo à espera de ser promovidos: na antiga carreira, há oito anos que não subimos de escalão, e na “nova” carreira somos até despromovidos, já que remetidos para licenciados de segunda categoria.

Os polícias agendaram greve para o mês de Novembro, tendo escolhido uma data sensível para o governo, exactamente nos dias em que se realiza em Lisboa a Cimeira da Nato. O governo reagiu, e reagiu mal, com a suspensão e processo disciplinar contra o coordenador do sindicato que convoca a greve. Uma atitude de confronto a que os dirigentes sindicais das policiais assumem, completamente oposta à atitude dos sindicalistas enfermeiros. Uns vão à luta, os outros fogem. E os enfermeiros são tão ou mais necessários do que os polícias na sociedade e no país onde temos o azar em viver.

Enquanto os polícias se preparam para uma luta legítima e legal (também são funcionários públicos), os dirigentes sindicais enfermeiros refugiam-se em expedientes para disfarçar a sua cobardia política e conciliação com o governo dito “socialista”. Os SE+SIPE (UGT) promovem um abaixo-assinado na net para serem recebidos pelo PR Cavaco Silva a fim de o convencer a não promulgar a lei que institui a reles e provocadora grelha salarial aprovada pelo Sócrates/Ana Jorge. E os SEP+SERAM (CGTP) vêm agora com a mudança de escalão na antiga carreira com a contagem dos dois meses em que carreira esteve descongelada. Duas farsas, especialmente esta última, que urge desmontar.

Quanto à primeira é uma manobra bacoca que não colhe, nem entre os enfermeiros, daí o fracasso da recolha de assinaturas (ver aqui), nem entre o PR que não tem qualquer base legal/constitucional para o fazer. Quanto à outra, o SEP, quando devia ter lutado pela contagem de TODO O TEMPO em que a carreira esteve congelada, não o fez, com a argumentação oportunista de que iria prejudicar o processo negocial; agora, aproveitando o acórdão do Supremo Tribunal Administrativo que teve em conta o tempo em que um trabalhador de uma autarquia (Monforte, se não estamos em erro) teve a sua progressão parada, o SEP enviou um requerimento à Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) no sentido de dar instruções a todas as instituições de saúde públicas a terem o mesmo comportamento.

Claro que a resposta recebida pelo SEP foi um não diplomático, mas o que o SEP cala é que uma decisão de uma instância judicial só faz jurisprudência após três acórdãos; ora só há um e não foi com nenhum enfermeiro. O SEP cala, por que não diz, que se tivesse lutado, na devida altura, pela progressão na nova carreira, quer a nível político, quer a nível judicial, haveria agora com certeza mais do que três acórdãos. O SEP não diz, por que esconde, que para o ano, quem tiver pelo menos sete anos sem subir terá direito a ser promovido um escalão na velha carreira, porque terá 10 pontos de avaliação (1,5 pontos por cada ano).

Em resumo e em conclusão, os enfermeiros que subirem de escalão será à custa da legislação que já existe e não pelo trabalho das direcções sindicais. E, se estamos com a nossa luta “congelada”, devemos agradecer às ditas “direcções” sindicais que têm mais medo de lutas duras, a doer e não simples encenações, e até da classe que dizem representar; mais assustados que o próprio governo na medida em que este conta com tais bombeiros da luta social.

Os polícias fazem-nos a ver!

3 comentários:

Anónimo disse...

Uma sugestão.
Durante os dias 19 e 20 de Novembro e durante a cimeira da Nato em Lisboa os sindicatos de enfermagem deveriam marcar greve geral, pois com tantas altas individualidades estrangeiras no país algum hospital da área de Lisnboa estará de prevenção ao evento. Os restantes colegas juntavam-se numa mega manifestação em Lisboa claro está. Por outro lado num desses dias. Com a policia em greve nesses dias a confusão esva instalada e dava uma grande visibilidade.

Cesaltino Fonte

rui disse...

Pois, concordo plenamente com a sugestão dada!!! Mas infelizmente tenho a certeza que isso NUNCA irá acontecer!!! O SEP e restantes sindicatos são corruptos e estão de mãos dadas com este governo e até com qualquer outro que venha a governar!!! O mal está em quem está a dirigir os sindicatos e o pior é que qualquer que seja o ministro/a da saúde tambem sabem que os dirigentes sindicais são corruptos e facilmente manipulaveis!!! MMeus amigos estamos entregues aos bichos!!!
Em 2008 eu avisei o sindicato onde eu estava inscrito que a minha progressão na carreira tinha sido congelada por dois dias e que achava que a partir do dia 3 de Janeiro 2008, como não havia nenhuma legislação que mantivesse o congelamento eu deveria de progredir num escalão... A resposta do sindicato foi quase de gozo... defendendo aquilo que o governo e direcções dos hospitais estavam a fazer. Agora tá ai a resposta... Um trabalhador ganhou em tribunal uma acção na qual em tudo o meu caso se assemelhava!!! Muitos outros casos iguais existem entre os enfermeiros, mas os sindicatos preferiram não fazer nada!!! Foi para não prejudicar as negociações da carreira (e realmente fizeram uma bela porcaria neste capitulo). E ainda por cima fazem publicações no seu site a dizer que existe um acordão. Areia para os olhos de quem lê eque não sabe mais!!! Mas que raio de advogados estão a trabalhar com o sindicato que não sabem que são necessário tres acordãos para que se consiga uma decisão favoravel no Supremo???
Tanga meus caros... São uma cambada de impostores, mentirosos e sem vergonha nenhuma na cara!!! Os nossos representantes sindicais são como um vez ouvi em directo na TV uma politica a DIZER na CARA do actual primeiro ministro: "É CAPAZ DE VENDER A PROPRIA MÃE!!!"
SÃO EXACTAMENTE IGUAIS!!!

A Chispa! disse...

os policias funcionários publicos?
Mas os policias não fazem parte de um corpo de intervenção, que têm como missão particularmente especial repremir o povo, quando este coloca a propriedade privada em causa.

Visitem a "achispavermelha.blogspot.com" e comentem o artigo publicado sobre a Greve Geral,se concordarem com ele façam-no chegar aos vossos amigos e levem o artigo e afixem-no nos vossos locais de trabalho

Com consideração
A Chispa!