segunda-feira, 14 de junho de 2010

Será que estamos perante mais uma farsa negocial?


Estamos a lembrar-nos das negociações entre os sindicatos dos professores e a ministra da Educação de onde saiu o acordo, agora em vigor e do qual muitos professores discordaram, que duraram até depois da meia-noite, mas os jornais, por exemplo o Diário de Notícias, já possuíam o texto final do acordo às 22 horas do dia anterior, hora a que fecham as edições. Ora, estas negociações entre a CNESE e a FENSE e a ministra da Saúde fazem-nos lembrar a farsa das negociações finais dos sindicatos dos professores.

Para quem não saiba, a suspensão da greve desta semana, dias 15, 16 e 17, já estava no sítio do SERAM, este fim-de-semana (ontem consultamos o sítio e a informação já lá estava, mas ficamos com a sensação que não tinha sido posta naquele momento, mas bem antes), ou seja, antes da reunião de hoje, que começou às 10 horas da manhã e que ainda não acabou, estando a FENSE ainda em reunião com a ministra, à hora que escrevemos este post! Já estava decidido a suspensão da greve antes desta reunião de segunda-feira, como tínhamos alertado no post anterior. O boicote da greve era já um facto consumado!

Só se compreenderia a suspensão de 7 dias, dos 8 dias de greve inicialmente previstos, em situação de aprovação de 90% ou mais dos pontos propostos pelos sindicatos. Ora, pela informação veiculada pela imprensa (“JN”, por exemplo) questões importantes, como a grelha salarial para a transição dos enfermeiros, estão muito longe do consenso; só questões secundárias, como a avaliação de desempenho ou a duração e organização do tempo de trabalho, é que terão obtido alguma aproximação entre as duas partes. Assim, também não se compreende que se mantenha ainda um dia de greve, dia 18, 6ª feira, ficando-se sem se saber se é com ou sem manifestação nacional. Ou há acordo ou não há acordo, não pode haver meias-tintas!

E acordo entende-se uma aproximação das propostas do governo/ministérios da Saúde e Finanças às propostas dos sindicatos quanto a questões essenciais; e essenciais, entendemos: contagem do tempo de serviço para a transição; uma transição que tenha em conta o tempo em que a grande maioria dos enfermeiros teve a sua posição remuneratória congelada; compensação adequada para os enfermeiros especialistas; e início de carreira nos 1510 euros, não sendo este o ponto principal, entenda-se!

Quanto a estes 4 pontos, os sindicatos, nas suas contrapropostas, recuaram em toda a linha: o aumento de 490 euros para todos os enfermeiros, já abriram mão. O mesmo para os especialistas e para o início de carreira. Fica a avaliação de desempenho, que o governo irá fazer os possíveis para torpedear. E o rácio para “Enfermeiro Principal” irá ficar longe da posição sindical (inicialmente 40%, mais tarde 35%, agora não se sabe quanto). Como se pode ler na notícia do “JN”, com esta carreira, só com 50 anos de carreira é que um enfermeiro poderá chegar ao topo, ou seja, NINGUÉM e NUNCA. Com esta “nova carreira”, ficaremos bem pior do que estávamos na anterior. E é bom lembrar que estivemos 8/9 anos sem subir de escalão e este tempo foi ao ar, e às direcções sindicais o podemos agradecer!

A luta não terminará. Estamos numa situação muito semelhante à dos professores: uma luta traída, que seguirá… dentro de momentos! Com outras direcções sindicais ou, se necessário, com outros sindicatos!

1 comentário:

Anónimo disse...

estes sindicalistas são a ruina da nossa carreira, da nossa profissão!!!
Tenham vergonha na cara... DEMITAM-SE!!!
Vão prá puta que os pariu!!! Nem se atrevam a aparecer á frente dos profissionais de enfermagem... Sujeitam-se a ser corridos á bofetada e ao murro!!!